Em uma carta enviada
ao presidente Bashar al-Assad por meio do Núncio Apostólico na Síria,
recentemente criado Cardeal Mario Zenari, o Papa Francisco pediu ao mandatário
e à comunidade internacional o fim da violência e do terrorismo.
Segundo
confirmou a Sala de Imprensa da Santa Sé, na missiva entregue pessoalmente pelo
núncio ao presidente em Damasco, o Pontífice fez um apelo “ao fim da violência
e por uma solução pacífica das hostilidades e para que condenem todas as formas
de extremismo e terrorismo independentemente da sua origem”.
Além
disso, o Pontífice pediu ao presidente que “garanta que o direito humanitário
internacional seja plenamente respeitado, com referência à proteção de civis e
o acesso às ajudas humanitárias”.
“Apelo ao compromisso
de todos, a fim de que seja feita uma escolha de civilidade: não à destruição,
sim à paz, sim ao povo de Aleppo e da Síria”, disse.
Nos
últimos dias, a ofensiva do exército sírio, com o apoio aéreo russo e com a
ajuda de milícias xiitas provenientes do Líbano, Iraque e Irã, conseguiu tirar
dos rebeldes opositores mais de 50 bairros da região oriental de Aleppo,
incluindo cidade velha, de grande valor estratégico. Dessa maneira, o regime do
presidente sírio Bachar Al-Asad já controla mais de 90% da cidade.
Aleppo
é a segunda maior cidade da Síria, depois de Damasco, e uma peça chave para a
guerra, que há quase seis anos o governo sírio enfrenta com vários grupos
opositores, incluindo Estado Islâmico e Al Qaeda. Antes da guerra, Aleppo era a
cidade mais populosa da Síria, com mais de dois milhões de habitantes, e seu
principal motor econômico.
Atualmente,
Aleppo é uma cidade em ruínas, incluindo a cidade velha, declarada Patrimônio
da Humanidade pela UNESCO. Sua população fugiu praticamente em sua totalidade
e, aqueles que não fugiram, tentam escapar desesperadamente.
Nos
últimos três dias, aproveitando-se de um cessar fogo temporário anunciado pela
Rússia, mais de 18.000 civis escaparam dos escombros de Aleppo.
Desde
o início da guerra civil em 2011, morreram na Síria cerca de 300.000 pessoas e
11 milhões estão refugiados dentro ou fora das fronteiras do país.
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ACI Digital
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