domingo, 13 de julho de 2014

As exigências do Reino de Deus


"Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas" (Mt 6,24).

Na verdade, o acolhimento e a prática destas poucas palavras do ensinamento de Jesus contém um especial segredo de sabedoria para nossa vida cristã. Não se pode viver das compensações do mundo e dos valores do Reino de Deus ao mesmo tempo.

Não é coerente admitirmos que o bem e o mal são a mesma coisa. Claro, sabemos que somos humanos, por isto mesmo, somos marcados por limites, fraquezas e pecados. Queremos o melhor, mas nem sempre conseguimos ser melhores. É preciso saber que a opção pelo caminho do bem ou do mal nos levam a destinos diferentes.

Admitir que todos nós somos pecadores e erramos é uma coisa. Outra é admitirmos que verdade e mentira, certo e errado, justiça e injustiça, amor e ódio sejam a mesma coisa. É neste sentido que o compromisso com o Reino de Deus nos é exigente. Jesus em sua vida de fidelidade à vontade do Pai para a salvação de toda a humanidade se transformou numa assinatura viva do que significa vivermos na radicalidade dos valores do Reino. O discípulo é chamado a seguir os passos e a vida de seu Mestre se quiser ser reconhecido como seu discípulo, discípula, (Jo 13,13-14). Não há o que discutir, mas o assumir.

Somos todos convidados a fazer parte do Reino de Jesus. Mas, por tantas razões, nem todos aceitamos as exigências deste convite. Não basta sabermos o que é o certo ou o errado, como não basta apenas conhecer a Boa Nova dos Evangelhos e admitirmos que Jesus é o nosso único Salvador e Redentor. O apóstolo Tiago nos diz que o próprio demônio sabe e admite estas verdades. Somos desafiados a viver diariamente no seguimento dos passos e da vida de Jesus, do vivermos na prática o “amar como Ele nos amou e ama”.


O que Jesus nos pede é que mesmo sendo fracos nos esforcemos com sua graça para diariamente sermos melhores no caminho dos valores do Reino. Não há outra porta de entrada, nem outro caminho para fazermos parte do seu Reino e do seu discipulado.

Não podemos nos enganar a nós mesmos, nem aos outros e, muito menos, a Deus. A hipocrisia é o resultado do querermos ser aceitos como bons, honestos, santos e verdadeiros, quando na verdade, somos falsos, medíocres e mentirosos. Diante do bem e do mal Jesus não aceita nem a neutralidade do permanecermos em cima do muro, isto é, indiferentes perante a vida. “Conheço a tua conduta: não és frio e nem quente. Oxalá, tu fosses frio ou quente! Porque és morno, nem frio e nem quente, estou para te vomitar de minha boca” (Ap 3,15-16).


Trata-se, enfim, de pormos como centro de nossas escolhas, opções e valores a vida e a Pessoa de Jesus. As exigências do Reino são sempre as mesmas. “Eles se mostravam assíduos aos ensinamentos dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações... Todos que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum e não havia entre eles nenhum necessitado”... (At 2,42-47).
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Fonte: Ajuda à Igreja que sofre

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