Ao menos 74 pessoas, em sua maior parte combatentes, morreram
em confrontos nas últimas 24 horas entre o Exército e os jihadistas do Estado Islâmico (EI) no norte da Síria,
informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Na véspera, o EI
lançou ataques contra as províncias de Raqa (norte), Hasaka (nordeste) e Aleppo
(norte), segundo o OSDH, que se baseia em uma rede de fontes civis, médicas e
militares.
Este é o primeiro
choque desta magnitude entre o EI e o regime. Os dois combatem os insurgentes
que há três anos tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad.
As 74 pessoas
morreram principalmente em confrontos em Hasaka e Raqa, onde os jihadistas lançaram ataques suicidas contra
regimentos, brigadas e uma sede do Partido Baath no poder.
Entre estas
vítimas, há ao menos 32 jihadistas, 30 soldados e 12 membros do Baath, segundo
o OSDH.
Por outra parte,
uma nova frente se abriu recentemente entre os rebeldes e seus ex-aliados da
Frentre al-Nosra.
Na quinta-feira,
os combates também explodiram pela primeira vez entre rebeldes sírios e os
combatentes desse braço sírio da Al-Qaeda, até
então aliados na guerra contra o regime Assad.
Estes confrontos
inéditos tornam mais complexo este conflito entre rebeldes e regime, e agora
também entre rebeldes e jihadistas ultrarradicais do Estado Islâmico (EI).
A Frente Al-Nosra
era o principal aliado dos grupos rebeldes islamitas e moderados que tentam há
mais de três anos derrubar o regime de Assad.
"Os
confrontos entre a Al-Nosra e os rebeldes começaram no início de julho, mas a
batalha mais sangrenta ocorreu há uma semana, na região de Khisr al-Shughur, na
província de Idleb (noroeste)", indicou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
"Esta
batalha deixou dezenas de mortos entre as fileiras da Al-Nosra e da Frente de
Revolucionários da Síria (FRS), uma coalizão de insurgentes moderados.
A FRS e a
Al-Nosra reconheceram os confrontos em suas páginas do Facebook e trocaram
acusações mútuas.
O EI, que no
final de junho anunciou a criação de um "califado" islâmico entre
Síria e Iraque, controla amplas zonas desses dois países e tenta expandir sua
hegemonia.
Jordânia derruba um drone
Paralelamente, no
primeiro incidente deste tipo desde o começo do conflito sírio, a Jordânia
derrubou nesta sexta-feira um drone (avião sem piloto) que sobrevoava a
localidade de Mafraq, a pouca distância da fronteira Síria.
"Foi uma
violação do espaço aéreo jordaniano. A Jordânia tomará medidas quando tiver
identificado este drone", afirmou uma fonte da segurança, precisando que o
aparelho sobrevoava uma zona próxima ao campo de Zatari, que abriga 100.000
refugiados sírios.
Em abril passado,
a Jordânia utilizou aviões de combate para destruir veículos militares que
tentavam entrar em seu território vindos da Síria. Nessa época, Damasco afirmou
que esses veículos não pertenciam a seu exército.
Por outra parte,
um comboio de ajuda humanitária procedente da Turquia entrou na Síria sem autorização
de Damasco, indicou a ONU.
Os nove caminhões
transportavam alimentos, material sanitário e equipamentos para purificar a
água e construir abrigos, segundo o Escritório de Coordenação de Assuntos
Humanitários das Nações Unidas.
Foi a primeira
aplicação de uma resolução do Conselho de Segurança adotada em meados de julho
que autoriza as passagens transfronteiriças de caravanas humanitárias
procedentes da Turquia, Jordânia e Iraque sem o acordo prévio do governo sírio.
A guerra que
devasta o país já custou a vida de mais de 170.000 sírios e expulsou de seus
lares nove milhões de pessoas.
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Fonte: Aleteia
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