Os anjos, os santos e a Virgem Maria possuem modos distintos de
ação. Os anjos, uma vez que são puro espírito, não estão ligados a nenhum lugar
específico e agem concentrando sua atenção espiritual em determinado lugar ou
pessoa. Esse jeito vale tanto para os anjos quanto para os demônios.
Os santos, por sua vez, estão no céu, em Deus. Fazem parte da
chamada Igreja triunfante e seu ofício é interceder a Deus pelos homens. Alguns
se perguntam sobre a necessidade dessa intercessão, pois Deus sabe todas as
coisas, conhece todos os corações e, portanto, sabe o que é melhor para cada
um. Em resposta, Santo Agostinho dizia que as orações dos santos são necessárias
para alargar o desejo para a graça de Deus que virá.
A Virgem Santíssima ocupa um lugar muitíssimo especial: está entre
a Santíssima Trindade e os anjos e santos. Por um desígnio especial, foi
escolhida por Deus para trazer ao mundo o Seu Filho. E Deus não muda. É por
ela, portanto, que Jesus continua a ser gerado ao longo da história. Ela ouve
os pedidos dos homens, mas, estando em Deus, participa por graça daquilo que
Deus quer que ela saiba. Contudo, ela não é onipotente nem mesmo onipresente,
mas, estando em Deus ressuscitada (corpo e alma) pode
estar presente onde quer que o Corpo de Cristo esteja no mundo. A Virgem Maria
faz parte da misteriosa economia salvífica de Deus.
Assim, cada um possui seu modo próprio de operar, segundo a graça
concedida por Deus, para que os homens sejam salvos.
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Fonte: Christo Nihil Praeponere
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