Nos primeiros meses de 2001, o jornal The New York
Times publicava uma série de artigos sobre o grupo radical islâmico talibã, que, na época,
chamava a atenção do mundo ao destruir antigas estátuas budistas gigantes no
Afeganistão.
Além disso, o talibã dava abrigo à Al-Qaeda, o grupo terrorista que atacaria Nova Iorque e Washington em setembro daquele mesmo ano.
Hoje, em 2014, o mundo presencia não só a perseguição brutal contra os cristãos e outras minorias religiosas no Iraque e na Síria, mas também a destruição de estátuas, mesquitas e outros objetos físicos que os islâmicos extremistas tacham de “ídolos”.
Será que estamos presenciando uma repetição da história? Será que vamos ver dentro em breve outro 11 de setembro?
O grupo Estado Islâmico (EI) quer que você pense exatamente assim. Com o abominável assassinato do jornalista americano James Foley, filmado e divulgado na internet, eles deram mostra da sua estratégia midiática. Além disso, avisaram que atacarão os americanos em todos os lugares "caso os combatentes do EI sejam atacados", informa o site Al-Arab.net.
Ao postar o vídeo da decapitação de Foley nas mídias sociais, o EI ameaçou diretamente os Estados Unidos: "Vamos afogar todos vocês no seu próprio sangue". No vídeo, o grupo terrorista declara que decapitou Foley em retaliação pelos ataques aéreos dos EUA contra as posições do EI no norte do Iraque.
O presidente Barack Obama prometeu nesta semana desenvolver uma estratégia de longo prazo para combater o Estado Islâmico. Em discurso na Casa Branca, Obama advertiu que os extremistas representam uma ameaça "para os iraquianos e para toda a região".
"Nós vamos seguir uma estratégia de longo prazo para voltar o curso dos acontecimentos contra o EI, apoiando o novo governo iraquiano", disse ele.
Outros representantes do governo norte-americano foram mais longe. Um oficial da inteligência dos Estados Unidos disse nesta quinta-feira: "Eu diria que o EI tem interesse aberto e de longa data em matar americanos".
Richard Brennan, cientista político sênior da RAND Corporation, declara que seria de interesse dos Estados Unidos intensificar a oposição ao Estado Islâmico.
"O EI representa uma ameaça não apenas para o Iraque e para Síria, mas também para a Jordânia, para Israel, para a Palestina, para o Líbano, para o Egito e, mais em geral, para a comunidade internacional como um todo. É uma ameaça muito mais perigosa do que a Al Qaeda. Se nós não tomarmos medidas para lidar com esse câncer, ele vai se transformar numa ameaça muito mais grave nos próximos anos".
Brennan é ex-oficial do exército americano e passou seis anos em cargos relacionados com a segurança e a defesa nacional, incluindo dois anos de trabalho no Gabinete do Secretário de Defesa e três como professor assistente de Relações Internacionais na Academia Militar dos EUA. Ele considera que o EI “faz um magistral trabalho de propaganda” para recrutar estrangeiros “tanto para irem até o Iraque e a Síria quanto para trabalharem sob o seu comando em outros países. Foi estimado que o EI tem de 7.000 a 15.000 membros e que 1.000 deles sejam dos EUA, da Austrália, do Canadá e de países da Europa Ocidental, com passaportes ocidentais, que podem empregar as habilidades que estão aprendendo no campo de batalha, lutando com o EI, para depois causar estragos nos seus países de origem".
Dianne Feinstein, do departamento de inteligência
do senado norte-americano, alertou para o risco de o EI estar preparando combatentes
para atacarem alvos americanos e europeus. "Ficou claro que o EI está
recrutando e treinando combatentes de países ocidentais para lutarem no Oriente
Médio e, possivelmente, depois, em cidades europeias e norte-americanas. Nós
simplesmente não podemos permitir que isto aconteça".
Feinstein defende uma campanha militar mais ampla contra o EI, em vez de apenas as missões específicas autorizadas até o momento pelo presidente Obama.
O arqueparca católico caldeu de Mossul, Amel Nona, declarou recentemente de Erbil, onde ele e dezenas de milhares de outros cristãos se abrigaram depois de fugir dos ataques do EI: "Os nossos sofrimentos atuais são o prelúdio dos sofrimentos que vocês, europeus e cristãos ocidentais, também vão enfrentar no futuro próximo (...) Vocês estão acolhendo em seus países um número cada vez maior de muçulmanos. Vocês também estão em perigo. Vocês precisam tomar decisões firmes e corajosas".
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Fonte: Aleteia
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