Você já
leu o diário de Cristóvão Colombo?
É um dos
Diários mais emocionantes que já li. Colombo o escreveu quando estava a bordo
de sua Caravela “Santa Maria” em direção às “Índias”, como ele pensava que
fosse chegar, navegando pelo Ocidente, ao invés de fazê-lo pelo Oriente, como
todos os navegadores portugueses e espanhóis do século XV faziam. O caminho
para as Índias estava fechado pelos muçulmanos que tinham dominado
Constantinopla.
A
História de Colombo é emocionante; ele era católico fervoroso. Foi aos reis de
Portugal e não conseguiu as três caravelas que precisava para a sua viagem que
parecia uma aventura louca. Foi aos reis da Espanha, Fernando e Isabel, e
também não conseguiu, porque em 1492 esses reis, lutavam para expulsar os
muçulmanos mouros de Granada. E os reis e seus assessores o achavam um
visionário.
Então,
Colombo, entrou um dia na Catedral de Sevilha, e prometeu a Nossa Senhora,
diante do seu altar, que se conseguisse as caravelas, lhe traria o primeiro
pedaço de ouro que encontrasse nas “Índias”. “Os reis da terra não querem me ouvir,
mas a Senhora é a Rainha do céu e tudo pode”; essa foi a sua
oração.
Saindo da
Catedral de Sevilha, Colombo encontrou o frei franciscano de Rábida, na
Andaluzia, Juan Perez, antigo confessor da rainha Isabel, que levou Colombo a
ela, e o apoiou contra os doutores de Salamanca e funcionários do rei Fernando,
que lhe negavam o auxílio para a viagem.
Isabel
era católica fervorosa, e por inspiração de Deus acreditava em Colombo.
Neste
ínterim, os reis conseguiram expulsar os muçulmanos de Granada, e as finanças
aliviaram. Então, a rainha Isabel, empenhou suas joias pessoais para bancar a
viagem de Colombo. Certamente ai houve a mão de Deus, para que a América
nascesse católica. E Colombo conseguiu as caravelas.
Em sua
nau capitânia ele pôs o nome de “Santa Maria”, não foi sem razão. Nas outras:
Pinta e Nina.
A viagem
foi terrível; quase dois meses em mar aberto sem saber quando e onde iam
chegar. Eram 100 homens na Santa Maria, Pinta e Nina. Os marujos queriam
voltar, se rebelavam, mas Colombo insistia e rezava. Ele conta em seu diário
que os marinheiros sabiam rezar ou cantar a cada dia a “Salve Rainha”, com
outras orações devotas que continham louvores a Deus e a Nossa Senhora.
Depois de
muita luta, Colombo chegou enfim, em 12 de outubro de 1492 nas ilhas que ele
chamou de São Salvador e Santo Domingo (La Española); e fundou o Forte
Natividade, por causa do Natal. E aí celebrou a primeira Missa na América. Note
os nomes cristãos.
Quando o
Papa João Paulo II esteve na Republica Dominicana, em 25 de maio de 1979,
disse essas palavras:
“Foi em
Santo Domingo que se plantou a primeira cruz e se celebrou a primeira missa, se
recitou a primeira Ave-Maria, e donde partiu a irradiação da fé a outras ilhas
e terra firme, dando assim começo ao trabalho de evangelização do Novo mundo”.
Entre
muitas coisas que Colombo escreveu aos reis da Espanha, seu diário registra
isso: “A Santa Trindade moveu a Vossas Altezas a esta empresa das Índias e por
sua infinita bondade fez a mim mensageiro deles”.
Bartolomeu
de Las Casas, dominicano que defendeu os índios contra a exploração dos
colonizadores, disse de Colombo: “nas coisas da religião cristã sem dúvida era
católico e de muita devoção”.
Em seu
diário (Diários da Descoberta da América, L &PM Editores, Porto Alegre,
1986, 3ª edição), Colombo escreveu aos reis:
“Direis a
Suas Majestades que, como aqui não existe língua por meio da qual se possa
administrar a essa gente os ensinamentos de nossa fé, conforme o desejo
manifestado por Suas Majestades, e também pelos que aqui se encontram, apesar
de que tudo faremos nesse sentido, se enviam de presentes com esses navios os
canibais, homens, mulheres e crianças que suas majestades podem mandar entregar
a pessoas que lhes possam ensinar melhor a língua… Assim se livrariam de uma
vez por todas desse costume desumano de comer gente, e ai em Castela,
entendendo a língua, receberiam bem mais rápido o batismo, em grande proveito
para as suas almas” (p. 122 / 2ª viagem).
Note a
preocupação com a evangelização e a salvação das almas.
No
próximo artigo iremos publicar algumas frases do Diário de Colombo, nas quais
se poderá perceber a fé católica desse grande homem.
Prof.
Felipe Aquino
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