São Josemaria
Escrivá, fundador do Opus Dei, pedia a seus filhos espirituais que promovessem
o "apostolado da diversão". O santo enxergava a necessidade de
renovar os costumes populares, afastando-os das ocasiões de pecado, da
maledicência da língua e da concupiscência da carne. Dizia que era preciso
pessoas dispostas a trabalhar nesta tarefa urgente: "recristianizar
as festas… evitar que os espetáculos públicos se vejam nesta disjuntiva: ou
piegas ou pagãos" (Caminho, n. 917)
Considerando o
mau gosto dos entretenimentos de hoje em dia - incentivados de todos os modos
pelos meios de comunicação -, percebe-se que São Josemaria estava certo. O
culto à feiúra está na moda. E no que depender da grande mídia ainda
vai perdurar por muito tempo. Os espetáculos de bizarrices, o apelo ao erótico,
a defesa intransigente de contravalores, a ridicularização do bem e a exaltação
do mal denotam a putrefação da sociedade, quer na periferia, quer nas áreas
nobres. Cláudio Abramo, renomado jornalista, escrevia a seus leitores: "O
jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do
caráter." Que diria agora se visse o que fazem seus colegas?
A produção
midiática se transformou no exercício diário da malandragem. Publicam-se
mentiras, promovem-se imoralidades, a inocência das crianças é corrompida e
elas são expostas, desde a tenra idade, a publicações abjetas, que fariam
qualquer pessoa equilibrada corar o rosto de vergonha. Mas vergonha? Que
vergonha? A lama que cobre seus corpos se tornou motivo de orgulho, direitos
humanos, liberdade, amor… essa palavra tão banalizada e mal compreendida. Há
um apostolado, sim, praticado pela imprensa: o apostolado da perversão!
Todavia, esse
apostolado não teria frutos se não contasse com a anuência dos próprios
cristãos. Bento XVI, quando esteve no Brasil, exortou a Igreja a "dizer
não àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade do
matrimônio e a virgindade antes do casamento."01
Foi como jogar pérolas aos porcos - e a audiência das novelas está aí para
provar. Para a mídia então, foi motivo de piada. E com a tola justificativa de
sempre: "somos uma emissora laica, com uma visão de cultura e mesmo de
comportamento social e moral que não segue preceitos religiosos."02
Ora, não é preciso
seguir preceitos religiosos para discernir sobre o direito inalienável à vida
(desde a concepção até a morte natural), à educação dos filhos e ao matrimônio
entre um homem e uma mulher; "não são valores exclusivamente cristãos, mas
apenas a manifestação evidente de valores humanos"03.
Quando se nega esses valores, ou pior, faz-se lobby contra eles, é o próprio
corpo da sociedade que ameaça ruir. Por isso o Concílio Vaticano II ressaltou
que "para o reto uso destes meios (os meios de comunicação), é
absolutamente necessário que todos os que servem deles conheçam e ponham
fielmente em prática, neste campo, as normas da ordem moral."04
Com efeito, é
preciso, sim, que mais pessoas estejam dispostas a recristianizar o lazer, a
cultura, a diversão, como propunha São Josemaria. Se há um apostolado da
perversão praticado pelos meios de comunicação social, a sua existência se deve
à covardia e à indiferença dos bons. Cabe aos cristãos a nobre tarefa de trazer
luz a esses terrenos tão sombrios da vida cotidiana. Elevá-los à condição de
filhos de Deus, porque é este o sentido de toda e qualquer atividade
missionária: a filiação divina!
"Reconhece,
cristão, a tua dignidade… foste transferido para a luz e para o Reino de Deus»
(São Leão Magno, Sermão I sobre o Natal, 3, 2: CCL 138, 88).
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Fonte:
Equipe Christo Nihil Praeponere
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