Todos os séculos
anteriores ao nosso foram mortíferos. Em todos os séculos houve guerras
fratricidas abomináveis, e todas elas, sem exceção, se deveram a motivos
perfeitamente estúpidos.
Não há como uma
guerra não ser estúpida – ainda que muitas delas envolvam uma reação em
legítima defesa, essa defesa é sempre contra uma agressão inicial profundamente
estúpida.
A estupidez
assassina dos nossos tempos ainda se manifesta em guerras fratricidas do mesmo
tipo das que ocorriam na alvorada da assim chamada “civilização”, mas esta
época nos apresenta uma forma de estupidez assassina que supera todas as outras
em covardia. Numa guerra “convencional”, as pessoas que são afetadas pelo menos
sabem quem são seus inimigos. Na atual III Guerra Mundial, que sabiamente o
Papa Francisco observou que já estamos travando “por pedaços”, nem sequer
podemos identificar os inimigos que estão presentes no meio de nós.
Os terroristas
não usam uniforme. Não têm qualquer “ética de guerra justa”. Não só não poupam
mulheres nem crianças, como tampouco seus próprios concidadãos e os fiéis das
suas próprias crenças. São o exército da suprema covardia, uma legião camuflada
em meio aos exércitos da estupidez.
A legítima defesa
não só permite, mas obriga que as vítimas inocentes se defendam. No entanto, a
nossa defesa não pode ser tão estúpida quanto as agressões. É verdade que, para
defender-nos, somos forçados a usar métodos compatíveis com os do agressor, o
que implica, lamentavelmente, o uso de armas. Estes métodos, porém, não podem
ser os únicos.
Se de fato somos
cristãos como dizemos, não podemos sequer pensar em ser derrotados na grande e
suprema batalha em que esse tipo de terrorismo covarde mais deseja nos
derrotar: a batalha da fé.
E isto nos
coloca diante do mais árduo combate que podemos lutar em meio a uma guerra
estúpida e covarde: o combate contra a nossa própria tendência humana a
rebaixar-nos ao nível do inimigo estúpido e covarde.
O indício de que
estamos perdendo essa batalha é claro: basta verificar se estamos ou não
cumprindo a ordem mais estarrecedora do nosso Comandante:
AMAI OS
VOSSOS INIMIGOS. FAZEI O BEM AOS QUE VOS PERSEGUEM. PERDOAI SETENTA VEZES SETE.
Que batalha pode
ser mais difícil do que esta?
Sim, oremos por
Nice, como oramos por Istambul, Orlando, Paris, Bruxelas, Boston, Madri, Nova
Iorque, pela Nigéria e pelo Paquistão, pela Síria e pelo Iraque, pela Líbia e
pelo Quênia e por cada pedaço do nosso mundo manchado por sangue inocente
derramado por profetas do terror, da estupidez e da covardia.
Sim, oremos
pelos feridos, pelos mortos, pelas suas famílias e pelas pessoas em missão de
liderança – que parecem não ter ideia do que fazer diante do absurdo desafio de
combater um inimigo invisível que ataca nas sombras.
Sim, oremos por
nós mesmos, para que não percamos a fé; para que não percamos o coração; para
que não desistamos de defender a Verdade da mensagem de Cristo: o próprio
Cristo, que é a própria Verdade, Caminho e Vida.
E não sejamos
covardes diante da mais difícil e mais cristã de todas as orações que somos
chamados por Cristo a fazer:
Oremos pelos
inimigos. Oremos pelos terroristas. Oremos para que conheçam a Verdade e sejam
finalmente libertados por ela.
Se não
cumprirmos esta ordem do nosso Comandante, já perdemos não somente esta
batalha, mas a guerra inteira.
Francisco Vêneto
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Aleteia
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