terça-feira, 26 de julho de 2016

Homilética: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano C: "Ser rico para Deus".



Neste domingo, um homem vem a Jesus pedindo que diga ao irmão que reparta consigo a herança. Depois de responder que Ele não é juiz sobre a questão, Jesus adverte: “Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12, 15). E conta a parábola do homem que acumulou riquezas e morreu logo em seguida (Cf. Lc. 12, 13-21). Jesus conclui: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. Dependendo do uso que se faça dela, a riqueza pode constituir a perdição do homem.

O Senhor ensina-nos que é uma insensatez colocar o coração, feito para a eternidade, na ânsia de riqueza e de bem estar material, porque nem a felicidade nem a vida verdadeiramente humana se fundamentam neles: “A vida de um homem não consiste na abundância de bens.” O rico da parábola revela o seu ideal de vida no diálogo que trava consigo próprio. Está seguro de si por ter muitos bens e por basear neles a sua estabilidade e felicidade. Viver é para ele, como para tantas pessoas, desfrutar do máximo que puder: trabalhar pouco, comer, beber, ter uma vida cômoda, dispor de reservas para longos anos. Este é o seu ideal.

E como dar segurança a uma vida construída a partir desse sentido puramente material dos dias? Diz: Armazenarei… no entanto, tudo o que não se constrói sobre Deus está falsamente construído. A segurança que os bens materiais podem dar é frágil e além disso insuficiente, porque só Deus pode nos tornar plenamente felizes. A fonte da vida está só em Deus.

Podemos perguntar-nos hoje: onde está o nosso coração? Em que se ocupa? Com que se preocupa? Com que se alegra ou com que se entristece? Daí ter mais consciência de que o nosso destino definitivo é o Céu, e que, se não o alcançarmos, nada de nada terá valido a pena.

A nossa passagem pela terra é um tempo para merecer; foi o próprio Senhor que nos deu esse tempo. Recorda-nos a Bíblia que “não temos aqui moradia (cidade) permanente, mas vamos em busca da futura” (Hb 13, 14). O Senhor virá chamar-nos, pedir-nos contas dos bens que nos deixou em depósito para que os administrássemos criteriosamente: a inteligência, a saúde, os bens materiais, a capacidade de amizade, a possibilidade de tornar felizes os que temos à nossa volta… O Senhor virá um só vez, talvez quando menos O esperamos, como o ladrão na noite (Mt 25, 43), como um relâmpago no Céu (Mt 24, 27), e é preciso que nos encontre bem preparados. Quem vive só para os bens materiais, Deus o chama de néscio, louco! Não podemos nos esquecer que os bens são simples meios para alcançarmos a meta que o Senhor nos marcou. Nunca devem ser o fim dos nossos dias aqui na terra.

“Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida…” (Lc 12, 20). O tempo é escasso: esta mesma noite…, e talvez nós estejamos pensando em muitos anos, como se a nossa passagem pela terra houvesse de durar para sempre! Os nossos dias estão numerados e contados; estamos nas mãos de Deus. Dentro de algum tempo – que nunca será tão longo como quereríamos –, encontrar-nos-emos face a face com o Senhor.

Meditar sobre o nosso fim, o encontro definitivo com Deus, ajuda-nos a aproveitar todas as circunstâncias desta vida para merecer e reparar pelos pecados, recuperando o tempo perdido. “Quem vive como se tivesse de morrer cada dia – visto que é incerta nossa vida por natureza – não pecará, já que o bom temor extingue grande parte da desordem dos apetites; pelo contrário, quem julga que vai ter uma vida longa, facilmente se deixa dominar pelos prazeres” (Santo Atanásio).

A insensatez do homem rico consiste em que considerou a posse de bens materiais como o único fim da sua existência e a garantia da sua segurança. É legítima a aspiração do homem a possuir o necessário para a sua vida e o seu desenvolvimento, mas ter como bem absoluto a posse de bens materiais acaba por destruir o homem e a sociedade.

O cristão não pode desprezar ou depreciar a existência temporal, pois toda ela deve servir como preparação para a sua existência definitiva com Deus no Céu. Só quem se torna rico diante de Deus, quem acumula tesouros que Deus reconhece como tais é que tira proveito certo destes dias terrenos. Fora isso, o resto é viver de enganos: “O homem passa como uma sombra, apenas sopro as riquezas que amontoa, sem saber para quem” (Sl 39 (38), 7).

A consideração da morte ensina-nos também a aproveitar bem os dias, pois o tempo que temos pela frente não é muito longo. “Este mundo, meus filhos, escapa-nos das mãos. Não podemos perder o tempo, que é curto. Compreendo muito bem aquela exclamação de S. Paulo a Corinto: “O tempo é breve!, como é breve a duração da nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras ressoam no mais íntimo do seu coração como uma censura perante a falta de generosidade, e como um convite constante para que seja leal. Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar” (São Josemaria Escrivá).

Aproveitemos bem, muito bem, cada instante de nossa existência! A meditação das verdades eternas é uma ajuda eficaz para darmos à nossa vida o seu verdadeiro sentido.

Comentário dos textos bíblicos

Leituras: Ecl 1,2;2,21-23; Sl 89; Cl 3,1-5.9-11; Lc 12,13-21

Caros irmãos e irmãs, o Evangelho deste domingo nos recorda precisamente o erro de basear a própria felicidade na posse dos bens terrenos.  O ensinamento de Jesus é introduzido pelo pedido de uma pessoa do meio da multidão: “Mestre, diz a meu irmão que reparta comigo a herança” (Lc 12, 13).  Alguém queixa-se a Jesus porque o irmão não quer repartir com ele a herança. Segundo as tradições judaicas, o filho primogênito de uma família de dois irmãos recebia dois terços das possessões paternas (cf. Dt 21,17). É possível que só fossem repartidos os bens móveis e que, para guardar intacto o patrimônio da família, a casa e as terras fossem atribuídas ao primogênito. O homem que interpela Jesus é, provavelmente, o irmão mais novo, que ainda não tinha recebido a sua parte. Era freqüente naquele tempo, que os rabinos assumissem o papel de juízes em casos similares.

Jesus parece não querer envolver-se em questões de direito familiar e a tomar posição por um irmão contra outro e responde ao seu interlocutor: “Amigo, quem me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?” (v. 14). O que estava em causa na questão era a cobiça, a luta pelos bens, o apego excessivo ao dinheiro. A conclusão que Jesus tira (v. 15) explica porque é que Ele não aceita envolver-se na questão: o dinheiro não é a fonte da verdadeira vida. A cobiça dos bens não conduz à vida plena, não responde às aspirações mais profundas do homem, não conduz a um autêntico amadurecimento da pessoa.

Ao responder a questão apresentada, Jesus chama a atenção dos ouvintes para o desejo dos bens terrenos com a parábola do rico insensato que, tendo acumulado para si uma colheita abundante, deixa de trabalhar, dissipa os seus bens divertindo-se e chega a se iludir com relação ao futuro. Na Sagrada Escritura, o homem insensato é aquele que está alheio à compreensão, da experiência das coisas visíveis, que nada dura para sempre, mas tudo passa: tanto a juventude, como a força física, bem como as comodidades e funções de poder. Por conseguinte, fazer depender a própria vida de realidades tão passageiras é insensatez.  Através da “parábola do rico insensato”, Jesus denuncia a falência de uma vida voltada apenas para os bens materiais.

Ao contar esta parábola, Jesus convida os seus discípulos a desapegar-se dos bens.  Não podemos viver na escravatura do dinheiro e dos bens materiais, como se eles fossem o mais importante da nossa vida. A preocupação excessiva com os bens, a busca obsessiva dos bens, constitui uma experiência de egoísmo, de fechamento, de desumanização, que centraliza o homem em si próprio e o impede de estar disponível para os valores verdadeiramente importantes, os que não passam. Quando o coração está cheio de cobiça, de avareza, de egoísmo, quando a vida se torna um combate obsessivo pelo “ter”, quando o verdadeiro motor da vida é a ânsia de acumular, o homem torna-se insensível aos outros e a Deus. É capaz de explorar, de escravizar o irmão e de cometer injustiças.

Com esta parábola Jesus nos ensina a preparar para a vida futura.  A vida presente é passageira, os bens temporais acabam.  Os espirituais são eternos.  A vida neste mundo é como um tempo de preparação para a vida eterna.  E as riquezas deste mundo não nos acompanharão após a morte.  A virtude é a única riqueza que nos acompanha ao concluirmos a nossa peregrinação terrena.

Esta temática apresentada no Evangelho aparece também na primeira leitura, retirada do livro do Eclesiastes (cf. Ecl 1,2;2,21-23), onde temos uma reflexão acerca da fragilidade de uma vida voltada para o acumular bens. Diz o texto: “Um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça” (Ecl 2,21).  Com um impressionante pessimismo, o  autor parece negar qualquer possibilidade de encontrar um sentido para a vida.  Defende que o homem é incapaz de ter acesso à sabedoria e que estamos fatalmente condenados a repetir os mesmos desafios.

Na verdade, o texto proclama a inutilidade de qualquer esforço humano. Não adianta trabalhar, esforçar-se, preocupar-se em construir algo se teremos, no final, de deixar tudo a outro que nada fez. E o texto resume a sua frustração e o seu desencanto nesse refrão que se repete várias vezes em todo o livro: “tudo é vaidade”.

Contudo, a grande lição que o texto  nos deixa é a demonstração da incapacidade do homem, por si só, em encontrar uma saída, um sentido para a sua vida. Este pessimismo apresentado na primeira leitura nos leva a reconhecer a nossa impotência e a nossa fraqueza em construir uma vida voltada apenas para o humano e para o material. Constatando que em si próprio e apenas por si próprio o homem não pode encontrar o sentido da vida. A reflexão deste livro nos leva a olhar para algo que está mais à frente e que, só podemos entender, quando somos iluminados pela fé, pois só em Deus e com Deus seremos capazes de encontrar o sentido da vida e preencher a nossa existência.

A Sagrada Escritura está toda impregnada de lições sobre o desapego dos bens da terra, sobretudo no Novo Testamento.  Desde a lição de pobreza do presépio, até o despojamento total da cruz.  Desde o Sermão da Montanha, que se abre com a bem-aventurança dos pobres: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,3); até o triste episódio do jovem que recusou o chamado de Jesus, porque não quis desligar-se de suas muitas riquezas (Mt 19,16-22).  Só a filosofia do Evangelho pode curar o mundo moderno da idolatria do dinheiro, e fazer descobrir quanto o homem desapegado do dinheiro torna-se soberanamente livre para adorar a Deus e servir aos irmãos.

A preocupação exagerada com as coisas materiais demonstra falta de confiança na Providência Divina.  Mas, se confiamos em Deus e cremos em sua providência, nada nos faltará.  Jesus nos manda que procuremos exclusivamente o Reino de Deus, desprezando as necessidades materiais, devemos, contudo, procurar os meios de subsistência, pois isto é um dever natural.  Ele pede que coloquemos em primeiro lugar as preocupações espirituais, mas sem desprezas as outras.  Devemos trabalhar guiados pela fé, reconhecendo  que tudo vem de Deus e que o ser humana nada é sem a bênção divina.

A riqueza, mesmo sendo em si um bem, não deve ser considerada um bem absoluto. Sobretudo, não garante a salvação, aliás poderia até comprometê-la. Precisamente deste risco Jesus, na hodierna página evangélica, adverte os seus discípulos. É sabedoria e virtude não apegar o coração aos bens deste mundo, porque tudo é passageiro, tudo pode acabar. O verdadeiro tesouro que devemos procurar está nas “coisas do alto, onde se encontra Cristo sentado à direita do Pai”. Recorda-nos isto São Paulo na segunda leitura, na carta aos Colossenses, acrescentando que a nossa vida “já está escondida com Cristo em Deus” (cf. Cl 3,1-3).

Estamos concluindo o mês de julho e neste dia 31 recordamos a figura de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Viveu no século XVI, converteu-se lendo a vida de Jesus e de alguns Santos, durante um longo período de convalescência devido a uma ferida que lhe fora causada em batalha. Permaneceu tão profundamente impressionado por aquelas páginas, que decidiu deixar tudo para seguir o Senhor.  E iniciando o mês de agosto, celebramos a memória litúrgica de um outro grande santo, fundador dos Redentoristas, trata-se de Santo Afonso Maria de Ligório, que viveu no século XVIII e se destacou como um grande pregador e moralista. Também no mês de agosto, precisamente no dia 4, lembramos ainda São João Maria Vianney, que devido ao seu exemplo de bom e fiel sacerdote, tornou-se o modelo para todos os padres. O compromisso comum destes Santos consistia em viver segundo o evangelho e servir a Igreja. Estes homens souberam acumular aquilo que não se corrompe e escolheram o que não se decompõe com o tempo: a vida com Deus.

Possamos pedir esta graça a Virgem Maria, que mais do que qualquer outra criatura, participou no mistério de Cristo. Que ela interceda sempre por nós e nos ampare no nosso caminho de fé para que não nos deixemos dominar pela ganância e pelo egoísmo, mas procuremos sempre o que é válido aos olhos do Senhor. Assim seja.

PARA REFLETIR

Em que consiste a vida do ser humano? O que faz realmente, de modo definitivo, uma existência humana valer a pena? Como o homem pode, de verdade, ganhar a vida? – eis algumas perguntas seríssimas para quem deseja viver de verdade e não fazer da existência um tempo perdido e uma paixão inútil.

O Senhor Jesus nos adverte: “A vida do homem não consiste na abundância de bens!” Esta frase recorda-nos uma outra: “O homem não vive somente de pão!” (Mt 4,4). Ao contrário do que o mundo nos quer colocar na cabeça e no coração, não se pode medir o valor de uma vida pelos bens materiais ou pelo sucesso de alguém.

Todos temos um desejo enorme de encontrar um porto seguro para nossa existência. Buscamos segurança: segurança econômica, segurança quanto à saúde, segurança afetiva, segurança profissional… sempre segurança. O problema é que nesta vida e neste mundo nada é seguro e toda segurança não passa de uma ilusão, que cedo ou tarde desaba. O Eclesiastes é de um realismo cortante: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. – Em outras palavras: pó do pó, tudo é pó; inconsistência da inconsistência, tudo é inconsistência, tudo passa, tudo é transitório e fugaz… E o Salmista hoje faz coro a essa tremenda realidade: “Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: ‘Voltai ao pó, filhos de Adão!’ Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou. Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos. De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca”. O Autor do Eclesiastes coloca a questão tão dramática: será que tudo quanto construímos, será que nossos amores e sonhos, será que tudo isso caminha para o nada? “Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração!” São palavras duríssimas e, à primeira vista, de um pessimismo sem remédio. Mas, não é assim: o Autor sagrado nos quer acordar do marasmo, nos quer fazer compreender que não podemos enterrar a cabeça e o coração no simples dia-a-dia, sem cuidar do sentido que estamos dando à nossa existência como um todo!

Então, onde apostar nossa vida, para que ela realmente tenha um sentido? Como fugir da angústia de uma vida que vai passando como o fio no tear – para usar um imagem da Escritura? É interessante observar como hoje se procura fazer a vida valer a pena… Preocupação com a estética, com a saúde, com a satisfação dos desejos… Preocupação em ser vip na sociedade, em ter prestígio e poder… em se esbaldar no divertimento, nos esportes, nos eventos, no turismo… Pois bem, a Palavra de Deus nos adverte de modo seco e solene: tudo passa, tudo é vaidade; não consiste nisso a vida de uma pessoa! Com tudo isso, podemos ser infelizes; com tudo isso, podemos danar para sempre nossa única existência.

Então, em que consiste a vida? Que caminho seguir para repousar nosso coração naquilo que não passa? Como usar as coisas que passam de modo a abraçar as que não passam? Os cristãos têm uma resposta, que para o mundo é incompreensível. Escutemos o Apóstolo: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. Palavras fortes; palavras que o mundo não poderá nunca compreender! Para o cristão, a vida verdadeira é Cristo, aquele que morreu e ressuscitou, aquele que se encontra à direita do Pai. Nós cremos que tudo quanto vivamos com ele e de modo coerente com o seu Evangelho, é vida e nos faz felizes, livres e maduros. Cremos que viver de verdade a vida é apostar nele a existência, pois somente nele, no Cristo Senhor, está a vida verdadeira. Cremos que viver é viver como ele viveu. Ora, como foi a vida do Cristo? Foi total doação ao Pai e aos outros, por amor do Pai. Total despojamento, numa total liberdade – foi assim que o Cristo passou entre nós. Pois bem, é nisso que consiste a vida verdadeira; é nisto que consiste o que Jesus chama no Evangelho de ser “rico diante de Deus” e não ajuntar tesouros para si apenas.

Pensemos bem: num mundo que já não mais sabe olhar para o alto, num mundo que desaprendeu a ouvir aquele que tem palavra de vida eterna, não é fácil viver este caminho de Jesus. E, no entanto, esta é a condição para ser cristão de verdade e para encontrar a verdadeira vida. Não queiramos, portanto, reduzir o Evangelho ao tamanho da nossa mediocridade; tenhamos a coragem de dilatar nosso coração, de ampliar nossos horizontes à medida do apelo do Cristo Jesus e de viver a vida de pessoas novas, ressuscitadas para uma vida nova.

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