Dois
homens entraram, na manhã desta terça-feira, armados com facas em uma igreja
de Saint-Étienne-du-Rouvray, na Normandia (França), durante uma Missa.
Eles degolaram o padre e mantiveram como reféns duas religiosas e duas outras
pessoas, uma das quais foi ferida gravemente, informou o Ministério do Interior
da França.
Uma
religiosa que conseguiu escapar chamou a polícia. Agentes do corpo de
elite da Brigada de Investigação e Intervenção (BRI) da polícia local cercaram
o imóvel e tentaram negociar com a dupla, que estavam na parte de trás desta igreja situada
na rua Gambetta. O cerco só acabou após 40 minutos quando agentes
de segurança mataram os criminosos. Padre Jacques Hamel, que foi
degolado, trabalhava nessa igreja há cerca de 20 anos.
Até o
momento, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque. O presidente
francês, François Hollande, que foi até o local do crime,
qualificou o ato como "um ignóbil atentado terrorista".
O Vaticano condenou o "bárbaro
assassinato" do padre. “É uma notícia terrível, que se soma a uma série de
violências que nestes dias já abalaram todos nós, gerando imensa dor e
preocupação. Acompanhamos a situação e aguardamos novas informações para
tentarmos entender o que aconteceu”: é a declaração do porta-voz da Santa Sé,
Padre Federico Lombardi.
“O Papa está
informado e participa da dor e do horror por esta violência absurda, condenando
radicalmente toda forma de ódio”, afirmou Pe. Lombardi aos jornalistas.
Segundo a Santa
Sé, “o episódio abala ainda mais por ter ocorrido em uma igreja, local sagrado
em que se anuncia o amor de Deus, onde foi barbaramente morto um sacerdote e
envolvidos alguns fiéis”.
Ainda na
declaração, Padre Lombardi manifesta a proximidade da Santa Sé à Igreja na
França, à Arquidiocese de Rouen, à comunidade atingida e ao povo francês.
O arcebispo de
Rouen, Dom Dominique Lebrun, encontra-se na Polônia, com padres e grupos de
jovens participantes da JMJ de Cracóvia. Segundo fontes locais, ele foi
informado e deve retornar com urgência à sua diocese.
O inquérito ao
caso foi já entregue à procuradoria antiterrorismo, SDAT, e à direção geral de
segurança interior (DGSI).
Motivações
Não se
sabem as motivações dos dois criminosos, que morreram durante a operação
lançada pela Brigada de Busca e Intervenção (BRI) de Rouen, mas a investigação
está a cargo da seção antiterrorista.
Esta
tomada de reféns ocorre num contexto de alta tensão na França, doze dias depois
de um atentado em Nice (sudeste) que deixou 84 mortos e mais de 300 feridos.
O ataque
de Nice foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
O
primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que os franceses “permanecerão unidos”
diante deste “ataque bárbaro”.
Imagens
dos meios de comunicação mostravam vários veículos de emergência no local do
incidente e ruas bloqueadas.
A França,
que foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses – 17 mortos
em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro deste ano e 84 mortos no dia
14 de julho – vive afundada no medo de novos ataques.
Vários
ataques na Alemanha nos últimos dias, alguns deles reivindicados pelo grupo
Estado Islâmico, também aumentaram os temores na Europa.
Depois do
ataque em Nice, a França estendeu por seis meses o estado de emergência, em
vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris.
Este
regime dá à polícia poderes adicionais.
Em sua
propaganda e seus comunicados de reivindicação, o grupo Estado Islâmico convoca
a atacar os líderes “cruzados” ocidentais e o “reino da Cruz”, uma expressão
que faria referência à Europa.
A ameaça
de um ataque contra um local de culto cristão estava na mente de todos na
França, sobretudo depois que um projeto de atentado contra uma igreja católica
nos arredores de Paris em abril de 2015 foi abortado.
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Aleteia (com informações de AFP /
Rádio Vatcano / G1).
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