Os monges que
vivem na pequena igreja de Santa Maria de Sião, também conhecida como a “Capela da Arca”,
na cidade etíope sagrada de Aksum, são proibidos de ir além das barras que rodeiam a
capela.
Eles não podem
abandonar a tarefa que lhes foi confiada: vigiar a “Tabot”, como são conhecidas
na Etiópia as Tábuas da Lei, até o dia em que morrerem.
Abba Gebre
Meskel, 56 anos, tem desempenhado a missão há três décadas.
Arqueologia
e lenda
De acordo com o
Livro do Êxodo, as Tábuas da Lei contêm os Dez Mandamentos que Deus deu a
Moisés no alto do Monte Sinai. Alguns pesquisadores datariam o evento no ano
1440 a.C.
Lendas apócrifas
e tradições do norte da África e de algumas regiões do Oriente Médio atribuem
poderes sobrenaturais às tábuas. Em torno dessas lendas, foram tecidas outras
várias, incluindo a alegada obsessão nazista com ocultismo e relíquias (o que
daria a Indiana Jones uma das suas missões mais famosas).
Mas o fato é
que, após a destruição do Templo de Salomão em Jerusalém, ninguém sabe ao certo
onde foi parar a Arca da Aliança. Depois de desaparecer sem deixar vestígios
nem registros conhecidos, seu paradeiro (caso ela tenha sobrevivido à
destruição do Templo) ainda é um dos maiores mistérios da arqueologia.
No entanto,
quase 45 milhões de cristãos ortodoxos etíopes têm a certeza de que a Arca da
Aliança foi levada para Aksum, no norte da Etiópia, e é guardada desde então
por esses monges na humilde igreja de Santa Maria de Sião.
Menelik,
o filho de Salomão
De acordo com a
tradição copta, a rainha de Sabá e o rei Salomão tiveram um filho, Menelik I, o
fundador de uma dinastia de imperadores salomônicos que governaram a Etiópia.
Ele teria sido encarregado de salvaguardar a preciosa arca, feita de ouro e
madeira de acácia.
Em entrevista à
National Geographic, o diácono da igreja, Zemikael Brhane, disse que “o próprio
Deus escolheu esta terra e Aksum é a nossa cidade mais sagrada. Os ocidentais
sempre exigem provas visíveis, mas nós, etíopes, não precisamos ver a Arca para
saber que ela está aqui: nós sentimos, nós simplesmente sabemos”.
Quem
pode entrar na igreja?
Ninguém, além
dos monges guardiões, tem permissão para entrar na igreja. Uma das poucas
pessoas autorizadas a meramente falar com os monges foi o historiador Ephrem
Brhane, que tem se dedicado a orientar peregrinos, fiéis e turistas de todo o
mundo em visita a Aksum. Ele afirma que “Abba Gebre Meskel tem 100% de certeza
de que é a Arca autêntica: ela não só tem a forma exata descrita na Bíblia
como, além disso, ainda brilha com uma luz muito intensa”.
A Arca
não pode ser vista?
Durante sete
dias por mês, antes do nascer do sol, os monges de Santa Maria de Sião carregam
em procissão uma réplica da Arca. Cada uma das igrejas ortodoxas da Etiópia tem
uma cópia da Arca. Rotineiramente, quase mil fiéis participam das procissões
todo mês.
No entanto, a
antiga capela de Nossa Senhora de Sião parece ter cumprido a sua missão: vários
vazamentos no telhado forçaram os monges a iniciar a construção de um novo
templo, ao lado do atual: no maior dos sigilos, é ao novo templo que os monges
transferirão a Arca. Ninguém saberá que a Arca foi movida para o novo templo
até o dia seguinte ao fato.
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Aleteia
A Arca esta perdida numa caverna no Monte Sinai e será achada no final dos tempos, 2º Macabeus 2; 4 a 8
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