Após policiais
invadirem a Igreja
São José, no Centro do Rio de Janeiro, durante uma manifestação, a Arquidiocese
emitiu uma nota afirmando que “o Senhor Cardeal Arcebispo Orani João Tempesta
manifestou seu repúdio pelos lamentáveis fatos ocorridos”.
Na terça-feira,
6 de dezembro, houve uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Rio
de Janeiro (Alerj) por conta da votação do pacote de ajuste fiscal do governo
do estado. Foram desencadeados confrontos violentos entre os manifestantes e os
policiais.
Conforme nota da
Irmandade do Glorioso Patriarca São José, que cuida da Igreja, diante do
tumulto, “por precaução e vigilância ao nosso patrimônio sacro-cultural”, “tomamos
cuidado de fechar portas e janelas de nosso venerando templo mesmo a
contra-gosto”, como costumam fazer quando há manifestações naquela região.
Entretanto, a
“tropa da PM (polícia militar) invadiu a igreja pela porta dos fundos, de aceso
dos empregados e, subindo às sacadas, no 2º andar, de lá de cima jogavam bombas
de gás lacrimogênio e de efeito moral e gás de pimenta”, relataram.
A Irmandade assinalou ainda que, em resposta, “os manifestantes se revoltaram e
começaram a apedrejar o nosso santuário de 410 anos”.
A Arquidiocese
do Rio de Janeiro, por sua vez, informou que o Cardeal Orani Tempesta se reuniu
com o comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ),
coronel Wolney Dias Ferreira, e o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, que foram
esclarecer o ocorrido e pediram desculpas pela invasão à igreja.
Durante o
encontro, também estiveram presentes o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio,
Dom Luiz Henrique da Silva Brito, e o provedor da Irmandade do Glorioso
Patriarca São José, Gary Bon-Ali.
Segundo o site
ArqRio, o coronel Ferreira explicou que o motivo principal da visita “foi para
formalizar um pedido de desculpas oficial da Polícia Militar”. “Consideramos
lamentável que um templo sagrado tenha sido invadido”, admitiu, acrescentando
que estão “adotando esforços, por meio da adoção de estratégias, que impeçam
que outro episódio como esse se repita”.
Em nota
publicada após esta reunião, a Arquidiocese afirmou que “aguarda uma
manifestação formal da PMERJ e um efetivo protocolo para que um episódio deste
tipo não volte mais a ocorrer”.
“Aos que tem
responsabilidade mais direta pelas soluções pede empenho e agilidade ainda
maiores. A todos os cariocas e fluminenses pede que a manifestação das
angústias, de fato tão grandes, seja feita sempre de modo pacífico, construindo
pontes de diálogo”, acrescentou.
A Arquidiocese
reiterou ainda “que a Igreja, como Templo dedicado a Deus, é lugar privilegiado
de encontro e acolhimento dos que sofrem e que ali procuram abrigo”.
Sobre a situação
de crise vivida pelo estado do Rio de Janeiro, reforçou o que já havia
expressado no ano passado, juntamente aos demais bispos do Regional Leste
1 da CNBB, de que “o recurso à violência nunca é solução. As efetivas soluções
brotam da solidariedade, do diálogo e do sacrifício”.
____________________________________
ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário