Israel analisava nesta terça-feira a proposta do
Egito para uma trégua, uma semana após o início da ofensiva do Exército hebreu
contra a Faixa de Gaza, enquanto o Hamas exigia um acordo completo para um
cessar-fogo.
O Egito propôs na noite de segunda-feira uma
iniciativa para acabar com o conflito na Faixa de Gaza, pedindo a israelenses e
palestinos que parem com as hostilidades às 06h00 GMT (03h00 de Brasília) de
terça.
A iniciativa egípcia prevê uma "parada total
das hostilidades aéreas, marítimas, ou terrestres" das duas partes e a
abertura de negociações sobre a entrada de bens no território palestino sob
bloqueio.
O movimento islâmico Hamas, no poder na Faixa de
Gaza, informou que recusará qualquer cessar-fogo que não inclua um acordo
completo sobre o conflito, segundo seu porta-voz, Fawzi Barhum.
"Um cessar-fogo sem alcançar um acordo está
excluído. Em tempos de guerra não se faz um cessar-fogo para depois
negociar", afirmou Barhum à AFP.
O Hamas exige a suspensão dos bombardeios, o fim do
embargo comercial vigente desde 2006, a abertura de um posto de fronteira entre
Rafah e o Egito e a libertação de prisioneiros.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
convocou uma reunião do gabinete de segurança para a manhã desta terça-feira,
para "examinar seriamente" a proposta do Egito, disse à AFP um alto
responsável israelense.
Segundo o jornal "Haaretz", Netanyahu é
favorável ao cessar-fogo proposto pelo Egito" e pedirá aos ministros do
gabinete de Segurança que votem a favor da trégua.
O Egito se predispôs a receber, por 48 horas - após
a entrada em vigor da trégua -, delegações palestinas e israelenses de alto
nível para abrir as discussões em seu território.
Na madrugada desta terça, a Liga Árabe apelou a
israelenses e palestinos para que aceitem a proposta do Egito e suspendam os
ataques.
O secretário americano de Estado, John Kerry, deve
chegar ao Cairo nesta terça-feira para promover o cessar-fogo.
- Ofensiva de Israel deixa 186 mortos –
Os ataques aéreos israelenses contra a Faixa de
Gaza deixaram 186 mortos e 1.287 feridos em uma semana, de acordo com o último
balanço de vítimas fornecido pelos serviços de emergência, superando o
registrado durante a ofensiva de novembro de 2012.
Nesta segunda-feira, ao menos doze palestinos,
incluindo duas crianças, foram mortos nos ataques e um homem e uma mulher
morreram em decorrência de ferimentos sofridos no domingo.
Este conflito já é mais letal do que a ofensiva de
novembro de 2012, que também teve como objetivo impedir os disparos de foguetes
a partir de Gaza: 177 palestinos e seis israelenses foram mortos em uma semana.
Nesta segunda, um jovem de 17 anos morreu ao ser
atingido por um míssil na cidade de Khan Yunis (sul), segundo o porta-voz dos
serviços de emergência, Ashraf al-Qudra.
Na mesma área, um homem de 37 anos morreu quando um
míssil caiu perto de um grupo de pessoas.
Um ataque contra uma casa em Deir al-Balah (centro)
matou um homem de 60 anos, e outros dois foram mortos em ataques separados no
enclave palestino.
Os últimos ataques aéreos visaram o sul do
território e deixaram três mortos, incluindo uma criança de 4 anos em Rafah,
segundo Al-Qudra. As outras duas vítimas morreram em Khan Yunes.
O Centro Palestino para os Direitos Humanos (PCHR),
com sede em Gaza, anunciou no domingo que mais de 75% das vítimas eram civis.
Além disso, a Agência da ONU para Ajuda aos
Refugiados Palestinos (UNRWA) ressaltou nesta segunda a grande quantidade de
crianças entre as vítimas.
"Tudo indica, o que é dramático, que as
mulheres e as crianças representam a grande maioria das vítimas dos bombardeios
aéreos. Atualmente, um quarto das mortes é de crianças", lamentou em Gaza
o diretor da UNRWA, Pierre Krahenbuhl.
Desde o início da operação, quatro israelenses
foram feridos pelos foguetes disparados pelo Hamas, mas nenhuma pessoa foi
morta.
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Fonte: Aleteia
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