Na quarta-feira, dia 02/09/2015, grande parte do
mundo ficou chocado ao ver a imagem do corpo sem vida do pequeno Aylan Kurdi em
uma praia da Turquia. Trata-se de um menino sírio-curdo de três anos, cuja
morte, durante a viajem da Turquia para a Grécia, se transformou num símbolo da
tragédia dos refugiados do Oriente Médio. Aylan Kurdi, seu irmão e sua mãe
morreram afogados tentando fugir das regiões de conflito no Oriente Médio.
Diante da gravidade da situação dos refugiados no Oriente Médio, realizam-se sete
reflexões.
1- É dever da Igreja e de cada cristão acolher os
refugiados do Oriente Médio e de outras partes do mundo. O fiel cristão, de
forma individual, apoiado pela Igreja, deve fazer todo esforço possível para
acolher os refugiados e impedir que tragédias para o do menino Aylan Kurdi
voltem a acontecer.
2- É necessário reconhecer e, ao mesmo tempo,
cobrar alguma solução para o fracasso dos grandes organismos internacionais
(ONU, OEA, Anistia Internacional, Alto Comissariado para os Direitos Humanos,
etc), os quais, nos últimos anos, veem com passividade as crises internacionais
e muito pouco conseguem fazer para ajudar as populações civis e os refugiados.
3- É preciso cobrar uma atitude mais séria, mais
enérgica dos organismos que representam os países árabes e islâmicos, como, por
exemplo, a Liga Árabe e a Liga do Golfo Pérsico. É preciso cobrar uma atitude
mais humanística e de acolhimento dos refugiados por parte dos dois países
líderes do mundo árabe, o Irã e a Arábia Saudita. Também é preciso cobrar uma
atitude de acolhimento dos refugiados das nações árabes emergentes, que
procuram novos espaços no mundo político e diplomático internacional, como, por
exemplo, a Turquia, o Catar e a Tunísia.
4- É preciso cobrar mais responsabilidade dos
países que se apresentam no cenário internacional como novas/velhas lideranças
políticas com capacidade de gerenciamento de conflitos internacionais. Dentre
esses países, cita-se: a China e a Rússia.
5- É preciso dar mais apoio e, ao mesmo tempo,
cobrar mais agilidade para atender os refugiados aos organismos que
tradicionalmente se dedicam a ajudar as populações civis afetadas por
conflitos. Dentre esses organismos, cita-se: Caritas Internacional, Cruz
Vermelha e Médicos Sem Fronteiras.
6- Diante da crise dos refugiados, é preciso cobrar
uma atitude mais crítica dos grupos e movimentos de contestação social, de
vanguarda cultural, etc. São grupos que tradicionalmente protestam e demonstram
grande indignação com a morte de uma baleia, com a morte de um leão, com uma
árvore que é derrubada, mas que, muitas vezes, se calam diante de catástrofes
humanas. A morte do pequeno Aylan Kurdi é um bom exemplo. Onde estão as
multidões indignadas diante da morte de Aylan Kurdi? Onde estão os artistas
pedindo justiça? A morte de Aylan Kurdi tem que servir para demostrar, para a
vanguarda cultural, que os seres humanos também têm valor e dignidade. Se leões
e árvores merecem respeito, os seres humanos também merecem.
7- Por fim, é necessário cobrar e incentivar a
União Europeia e as nações da Europa, do velho continente, a receberem de
braços abertos os refugiados. Eles são vítimas de guerras assassinas e, muitas
vezes, não tem qualquer culpa sobre os atos de violência. Nesse momento é
necessário deixar de lado os interesses econômicos, as disputas políticas e os
ódios ideológicos e, por causa disso, acolher, de forma plena, a obra prima da
criação de Deus, ou seja, o próprio ser humano que, nas pessoas dos refugiados,
mostram para a humanidade o lado mais frágil da espécie humana.
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ZENIT
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