Duas pessoas morreram baleadas no início da tarde
da última sexta-feira (4) na escadaria da Catedral de São Paulo. Trata-se de um
homem que mantinha uma mulher refém e um morador de rua que interviu em favor
dela.
No vídeo vemos o homem que mantinha a jovem refém
sendo surpreendido pelo morador de rua. Os dois entram em luta corporal. O
morador de rua é então baleado pelo criminoso que, por sua vez, recebe vários
tiros da polícia e cai morto. Em seguida, o morador de rua caminha até a porta
de entrada da Catedral e também cai logo em seguida.
A
mulher que viveu esses momentos dramáticos resolveu falar dois dias depois de
ter sobrevivido aos ataques. Ela está muito nervosa, assustada e prefere não
mostrar o rosto. “Eu estava dentro da igreja, fui abordada. Chegou próximo de
mim e falou: ‘Vem comigo’. Eu falei: ‘Não, não vou'. Foi na hora que ele mostrou
a arma”, lembra a refém.
O homem era Luiz Antônio da Silva, de 49 anos. Tinha uma extensa ficha
policial: tentativa de homicídio, tentativas de furtos, lesão corporal,
resistência à prisão e tráfico de drogas. A vítima disse que não conhecia Luiz
e que não sabe por que ele a atacou.
“Desci as escadas
todinhas com ele. Quando eu avistei os policiais, eles vieram e abordaram ele.
Quando falaram ‘mão pra cima’, ele começou a dar tiro nos policiais. Me
segurou, começou a subir de novo as escadas comigo. Teve uma hora que ele
escorregou, foi a hora que eu consegui segurar a arma dele. Foi na hora que ele
puxou com tudo, aí acabou atingindo meu olho”, afirma a refém. “O senhorzinho veio, empurrou ele e os dois caíram. Na
hora que eu me levantei. Desci as escadas correndo. Ainda eu vi o senhorzinho
sendo atingido”, conta a refém. “O senhorzinho
interveio por mim e deu a vida por mim”, afirma a refém.
O morador de rua chama-se Francisco Erasmo Lima, de 61 anos. Ele foi tratado como herói pelo ato sublime.
Onze parentes compareceram ao seu enterro, sem
velório, com uma cerimônia simples na manhã deste domingo (6), no cemitério de
Perus, na zona Norte de São Paulo.
Uma sobrinha de Francisco, Ione Gabriela, de 19
anos, conta que ele foi abandonado pelos pais quando era pequeno e criado por
uma família adotiva em Pernambuco. Desde jovem trabalhava como pedreiro, e
recentemente fazia bicos e morava em abrigos ou na rua.
De acordo com a ex-mulher de Francisco, Izabel
Rodrigues, de 58 anos, ele vivia havia 10 anos fora de casa. Os dois se
separaram porque Francisco bebia muito. “Apesar disso, era um homem
maravilhoso. Sempre foi um bom pai”, afirmou.
Algumas pessoas que acompanhavam outros enterros
ou visitavam túmulos de parentes, também ofereceram condolências à família. “Poderia
ter sido qualquer um de nós naquela situação de refém. Para mim ele foi um
herói”, disse a dona de casa Leila Cinque, de 54 anos, que depositou flores
sobre o caixão de Francisco.
Francisco deu a vida por uma desconhecida, era
morador de rua que em um instante ganhou uma morada no Céu. Descanse em paz!
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Com informações: Paraná Portal/ Folha de São Paulo/ G1 Fantástico
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Com informações: Paraná Portal/ Folha de São Paulo/ G1 Fantástico
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