A obra blasfema “Piss Cristo” (Urina Cristo), do
autor americano Andrés Serrano, despertou grande polêmica na Itália ao anunciar
sua exposição na Bienal Internacional de Fotografia Photolux, na cidade de
Lucca. Depois de mais de 30 mil assinaturas e críticas de diversos setores
políticos, os organizadores decidiram retirar a controvertida obra.
O trabalho de Serrano consiste em uma fotografia na
qual se observa um pequeno crucifixo submerso em um recipiente com a urina do
autor.
A exposição Photolux, patrocinada pelo Ministério
de Bens Culturais da Itália e programada para ser inaugurada no dia 21 de
novembro, pretendia incluir a fotografia de Serrano no marco do tema deste ano:
“Sacro e profano”.
Fabio Rampelli, deputado italiano pelo partido
‘Fratelli d'Itália-Aliança Nacional’, qualificou a exposição de “abominável”, e
lamentou que o Ministério de Bens Culturais da Itália fosse patrocinar “uma
ofensa ao sentimento religioso dos italianos”.
“Estamos em um estado laico, mas o sentimento
religioso não pode ser objeto de ofensa”, assinalou Rampelli.
Por sua parte, o jornalista italiano Mario Adinolfi
criticou que ao mesmo tempo que se admite mostras blasfemas como esta, em uma
escola de Florência recentemente autoridades proibiram que um grupo de crianças
realizasse uma mostra que viria a ser chamada “Beleza divina”. A proibição
deveu-se ao fato que a mesma “perturbaria os não católicos”.
A ação contra a fotografia de Serrano foi liderada
pela plataforma CitizenGO que reuniu mais de 32 mil assinaturas pedindo a
retirada do patrocínio do ministério ao evento com a exposição blasfema.
Embora tenha expresso relutância, o presidente e
diretor artístico da Photolux, Enrico Stefanelli, anunciou neste 15 de novembro
em um comunicado que a obra blasfema “Piss Cristo” não formaria parte da
exposição, pois é “consciente de que esta fotografia toca muito fortemente os
sentimentos de muitas pessoas e de muitos cristãos”.
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ACI digital
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