VISITA
À IGREJA EVANGÉLICA E LUTERANA DE ROMA
PALAVRAS
DO PAPA FRANCISCO
Domingo,
15 de Novembro de 2015
Respostas do
Santo Padre às perguntas feitas durante o encontro:
Julius, de
nove anos, perguntou: «O que mais gostas do ser Papa?».
A resposta é simples. Do que mais gosto... Se te
pergunto do que mais gostas da refeição, dirás do bolo, do doce! Ou não? Mas é
preciso comer tudo. Sinceramente, o que mais gosto é ser pároco, pastor. Não
gosto de trabalhar no escritório. Não gosto destes trabalhos. Não gosto de dar
entrevistas protocolares — esta não é protocolar, é familiar! — mas devo
fazê-lo. Então, o que mais me agrada? Ser pároco. E outrora, quando eu era
reitor da faculdade de teologia, era também pároco da paróquia que está ao lado
da faculdade, e sabes, eu gostava de ensinar o catecismo às crianças e, aos
domingos, celebrar a Missa com elas. Havia mais ou menos 250 crianças e era
difícil fazer com que todas elas permanecessem em silêncio. O diálogo com as
crianças... É disto que eu gosto. Tu és um menino e talvez me compreendas. Vós
sois concretos, não fazeis perguntas infundadas, teóricas: «Por que isto é
assim? Porquê...». Eis, eu gosto de desempenhar a função de pároco e, como
pároco, o que mais me agrada é estar com as crianças, falar com elas;
aprende-se muito, aprende-se tanto! Gosto de ser Papa com o estilo do pároco. O
serviço. Gosto disto, no sentido que me sinto bem quando visito os doentes,
quando falo com as pessoas que estão um pouco desesperadas, tristes. Gosto
muito de ir ao cárcere, mas que não me levem para a prisão! Pois falar com os
prisioneiros... — talvez tu compreendas o que agora te direi — cada vez que
encontro num cárcere, pergunto-me: «Porquê eles, e não eu?». E ali sinto a
salvação de Jesus Cristo, o amor de Jesus Cristo por mim, porque foi Ele quem
me salvou. Eu não sou menor pecador do que eles, mas o Senhor levou-me pela
mão. Sinto também isto. E quando vou ao cárcere sinto-me feliz. Ser Papa é ser
bispo, ser pároco, ser pastor. Se o Papa não for bispo, se o Papa não for
pároco, se não for pastor, será uma pessoa muito inteligente, muito importante,
terá uma grande influência na sociedade, mas acho — penso! — que não será feliz
no seu coração. Não sei se respondi àquilo que tu querias saber.
Em seguida,
Anke de Bernardinis, casada com um católico romano, manifestou a sua amargura
por «não poderem participar juntos na Ceia do Senhor»; e perguntou: «Que
podemos fazer para chegar finalmente à comunhão neste ponto?».
Obrigado, Senhora! À pergunta sobre a partilha da
Ceia do Senhor, não é fácil para mim responder-lhe, sobretudo na presença de um
teólogo como o cardeal Kasper! Tenho medo! Acho que o Senhor nos disse, quando
nos deu este mandato: «Fazei isto em memória da mim». E quando compartilhamos a
Ceia do Senhor, recordamos e imitamos, realizamos aquilo que fez o Senhor
Jesus. E haverá a Ceia do Senhor, o banquete final na Nova Jerusalém, mas este
será o último. Ao contrário, ao longo do caminho, pergunto-me — e não sei como
responder, mas faço minha a sua interrogação — pergunto-me: compartilhar a Ceia
do Senhor é o fim de uma vereda, ou constitui o viático para caminhar juntos?
Deixo a pergunta aos teólogos, àqueles que entendem. É verdade que num certo
sentido, compartilhar significa dizer que entre nós não há diferenças, que nós
temos a mesma doutrina — sublinho esta palavra, uma palavra difícil de entender
— contudo, pergunto-me: mas não temos o mesmo Baptismo? E se temos o mesmo
Baptismo, temos o dever de caminhar juntos. A Senhora é o testemunho de um
caminho também profundo, porque se trata de uma senda conjugal, de uma via
própria da família, do amor humano e da fé compartilhada. Nós temos o mesmo
Baptismo. Quando a Senhora se sente pecadora — também eu me sinto muito pecador
— quando o seu marido se sente pecador, a senhora apresente-se ao Senhor e
pede-lhe perdão; que o seu marido faça o mesmo e vá ter com o sacerdote para
lhe pedir a absolvição. São remédios para manter vivo o Baptismo. Quando vós
rezais juntos, aquele Baptismo cresce, torna-se vigoroso; quando vós ensinais
aos vossos filhos quem é Jesus, por que motivo Ele veio, o que fez Jesus, fazei
o mesmo, tanto na linguagem luterana como na linguagem católica, mas é o mesmo.
A pergunta: e a Ceia? São interrogações às quais só se formos sinceros connosco
e com as poucas «luzes» teológicas que tenho, devemos responder o mesmo, mas
vede-o vós. «Isto é o meu Corpo, isto é o meu Sangue», disse o Senhor, «Fazei
isto em memória de mim», e este é um viático que nos ajuda a caminhar. Tive uma
grande amizade com um bispo episcopaliano, de quarenta e oito anos, casado, pai
de dois filhos, que vivia com a seguinte inquietação: a esposa católica, os
filhos católicos e ele bispo. Aos domingos acompanhava a sua esposa e os filhos
à Missa e depois ia oficiar o culto com a sua comunidade. Constituía um passo
de participação na Ceia do Senhor. Mas depois ele foi em frente, o Senhor
chamou-o, um homem justo. À sua pergunta, só respondo com outra interrogação:
como posso comportar-me com o meu marido, para que a Ceia do Senhor me
acompanhe pelo caminho? Trata-se de um problema ao qual cada um deve responder.
No entanto, um pastor amigo dizia-me: «Nós cremos que ali o Senhor está
presente. Está presente! Também vós acreditais que o Senhor está presente. E
qual é a diferença?» — «Pois são as explicações, as interpretações...». A vida
é maior do que as explicações e interpretações. Fazei sempre referência ao
Baptismo: «Uma só fé, um só Baptismo, um só Senhor», assim nos diz Paulo, e
assumir as suas consequências. Nunca ousarei conceder a autorização para fazer
isto, porque não é da minha competência. Um só Baptismo, um só Senhor, uma só
fé. Falai com o Senhor e ide em frente. Não me atrevo a dizer mais.
E finalmente
Gertrud Wiedmer, suíça, tesoureira da comunidade, apresentou ao Pontífice um
programa de ajuda aos refugiados e perguntou: «Como cristãos, que podemos fazer
a fim de que as pessoas não se resignem, nem erijam novos muros?».
Como suíça, como tesoureira, a Senhora tem todo o
poder nas suas mãos! Um serviço... a miséria... a Senhora pronunciou esta
palavra: a miséria! Faço questão de dizer duas coisas. A primeira, os muros.
Desde o primeiro instante — se lermos as Escrituras — o homem foi um grande
construtor de muros, que separam de Deus. Vemos isto já nas primeiras páginas do
Génesis. E por detrás dos muros humanos existe uma fantasia, a fantasia de se
tornar como Deus! Para mim o mito, ou para o dizer com palavras técnicas, a
narração da Torre de Babel, é precisamente a atitude do homem e da mulher que
levantam muros, porque erguer um muro é dizer: «Nós somos os poderosos; vós,
fora!». Mas neste «Nós somos os poderosos; vós, fora!» estão a soberba do poder
e a atitude proposta nas primeiras páginas do Génesis: «Sereis como Deus» (cf.
Gn 3, 5). Erigem-se muros para excluir; caminha-se neste rumo. Eis a tentação:
«Se comerdes deste fruto, sereis como Deus». A propósito da Torre de Babel —
talvez já me tenhais ouvido dizer, mas repito-o porque é muito «plástico» — há
um midrash escrito mais ou menos no ano 1200, na época de Tomás de Aquino, de
Maimónides, aproximadamente naquele período, por um rabino judeu que aos seus
na sinagoga explicava como teve lugar a construção da Torre de Babel, onde o
poder do homem se fazia sentir. Era muito difícil e deveras dispendioso, porque
se devia preparar os tijolos com o barro e nem sempre havia água nas
redondezas; era preciso procurar a palha, amalgamar a massa, depois cortá-los,
secá-los, enxugá-los e cozê-los no forno; e no final os operários subiam,
levando-os consigo... Quando caía um destes tijolos era uma catástrofe, porque
eles representavam um tesouro, eram caros, custavam. Mas, ao contrário, se caía
um trabalhador, nada acontecia! O muro exclui sempre, prefere o poder — neste
caso, o poder do dinheiro, porque o tijolo tinha um preço, ou a torre que
queria chegar até ao céu — e assim sempre exclui a humanidade. O muro é o
monumento da exclusão. Também em nós, na nossa vida interior, quantas vezes as
riquezas, a vaidade e o orgulho se tornam um muro diante do Senhor,
afastando-nos do Senhor. Erigir muros! Para mim, a palavra que me vem à mente
agora, um pouco espontânea, é a de Jesus: como agir para não erguer muros?
Serviço! Desempenhemos o papel dos últimos. Lavemos os pés. Foi Ele quem nos
deu o exemplo. Serviço ao próximo, serviço aos irmãos, às irmãs, serviço aos
mais necessitados. Com esta obra de apoio a oitenta mães jovens, vós não
levantais muros mas prestais um serviço. O egoísmo humano quer defender-se,
proteger o próprio poder, o egoísmo, mas neste defender-se afasta-se da fonte
de riqueza. No final, os muros como um suicídio, fecham-nos. É um mal manter o
coração fechado. E hoje vemos o drama... Hoje, o meu irmão Pastor mencionou
Paris: corações fechados. Até o nome de Deus é usado para fechar os corações. A
Senhora perguntava-me: «Procuramos servir de ajuda à miséria, mas sabemos
também que as possibilidades têm um fim. O que podemos fazer como cristãos,
para que as pessoas não se resignem, nem levantem novos muros?». Falar com
clareza, rezar — porque a oração é forte — e servir. Servir! Certo dia,
perguntaram à Madre Teresa de Calcutá: «Mas o que é todo este esforço que a
Irmã envida, só para fazer morrer com dignidade estas pessoas que se encontram
a três ou quatro dias da própria morte?». É uma gota de água no mar, mas em seguida
o mar já não será o mesmo. E, sempre com o serviço, os muros ruirão sozinhos;
mas o nosso egoísmo, o nosso desejo de poder procura sempre levantá-los. Não
sei, era isto que eu queria dizer. Obrigado!
Homilia
do Santo Padre
Jesus, durante a sua vida, fez tantas escolhas.
Esta que ouvimos hoje será a última opção. Jesus fez muitas coisas: os
primeiros discípulos, os doentes que curava, a multidão que o seguia... —
seguia-o para ouvir, porque ele falava como alguém que tem autoridade, não como
os seus doutores da lei que se pavoneavam; mas podemos ler quem era esta gente
em dois capítulos anteriores, em Mateus 23; não, n’Ele viam autenticidade; e
aquele povo seguia-o. Jesus fazia as opções e também as correcções com amor.
Quando os discípulos erravam o método: «Façamos com que desça o fogo do
céu...?» — «Mas vós não sabeis qual é o vosso espírito». Ou quando a mãe de
Tiago e João foi pedir ao Senhor: «Senhor, quero pedir-te um favor, que os meus
dois filhos, no momento do teu Reino, um esteja à direita e o outro à
esquerda...». E Ele corrigia estas coisas: guiava sempre, acompanhava. Mas
também depois da Ressurreição suscita tanta ternura ver como Jesus escolhe os
momentos, escolhe as pessoas, não assusta. Pensemos no caminho de Emaús, como
os acompanha [os dois discípulos]. Eles deviam ir a Jerusalém mas fugiram de
Jerusalém, por receio, e Ele vai com eles, acompanha-os. E depois mostra-se,
recupera-os. É uma escolha de Jesus. E depois a grande opção que me comove
sempre, quando prepara as bodas do filho e diz: «Mas ide ao cruzamento das
estradas e conduzi lá também os cegos, os surdos, os coxos...». Bons e maus!
Jesus escolhe sempre! E depois a escolha da ovelha tresmalhada. Não faz um
cálculo financeiro: «Mas, tenho 99, se perder uma...». Não. Contudo, a última
escolha será definitiva. E quais serão as perguntas que o Senhor nos fará
naquele dia: «Foste à Missa? Fizeste uma boa catequese?». Não, as perguntas são
acerca dos pobres, porque a pobreza está no centro do Evangelho. Ele, sendo
rico, fez-se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza. Ele não considera um
privilégio ser como Deus mas aniquilou-se, humilhou-se até ao fim, até à morte
de Cruz (cf. Fl 2, 6-8). É a escolha do serviço. Jesus é Deus? É verdade. É o
Senhor? É verdade. Mas é o servo, e a escolha será feita sobre esta base. Tu
usas a tua vida para ti ou para servir? Para te defenderes dos outros com os
muros ou para os acolheres com amor? E será esta a última escolha de Jesus.
Esta página do Evangelho diz-nos muito acerca do Senhor. E posso fazer uma
pergunta: mas nós, luteranos e católicos, de que parte estaremos, à direita ou
à esquerda? Houve tempos escuros entre nós... Pensai nas perseguições entre
nós! Com o mesmo Baptismo! Pensai nos tantos queimados vivos. Devemos pedir
perdão por isto, pelo escândalo da divisão, porque todos, luteranos e
católicos, estamos nesta escolha, não noutras escolhas, nesta opção, a opção do
serviço como Ele nos indicou sendo servo, o servo do Senhor.
Para terminar, gosto de ver o Senhor servo que
serve, apraz-me pedir-lhe que seja servo da unidade, que nos ajude a caminhar
juntos. Hoje rezamos juntos. Rezar juntos, trabalhar juntos pelos pobres, pelos
necessitados; amar-nos juntos, com verdadeiro amor fraterno. «Mas, padre, somos
diferentes, porque os nossos livros dogmáticos dizem uma coisa e os vossos
dizem outra». Mas certa vez um vosso grande [representante] disse que há o
momento da diversidade reconciliada. Hoje peçamos esta graça, a graça desta
diversidade reconciliada no Senhor, ou seja, no Servo de Javé, daquele Deus que
veio entre nós para servir e não para ser servido. Agradeço-vos muito esta
hospitalidade fraterna. Obrigado.
Homilia
preparada pelo Santo Padre
Amados irmãos e irmãs no Senhor!
O encontro de hoje permite que partilhemos um
momento de oração fraterna, e dá-nos também a oportunidade para reflectir sobre
as nossas relações e sobre a situação ecuménica em geral. Antes de mais podemos
agradecer ao Senhor por termos dado grandes passos em frente rumo à unidade, mesmo
se estamos cientes de que o caminho a percorrer ainda é longo.
Hoje, o movimento ecuménico tornou-se um elemento
fundamental da vida das nossas comunidades. Para muitas pessoas, de diversas
gerações, os progressos em âmbito ecuménico tornaram-se um objectivo pelo qual
vale a pena comprometer-se de modo estável. Muitos homens e mulheres estão
dispostos a cooperar para superar juntos as divisões ainda presentes entre nós,
cristãos. A nível local, regional e mundial, experimenta-se um ecumenismo muito
vivo. Também fora das nossas comunidades, os homens e as mulheres de hoje estão
em busca de uma fé vivida de modo autêntico. E esta busca constitui o motivo
principal também do progresso ecuménico.
Um ecumenismo que quiser ter um futuro só pode
partir das preocupações e dos problemas do homem de hoje. Em primeiro lugar
trata-se de se reconhecer reciprocamente como comunidade de crentes que
procuram o Reino de Deus e a sua justiça, bem conscientes de que deste modo
receberão tudo o resto (cf. Mt 6, 33). Neste caminho comum podemos aprender uns
dos outros, amparar-nos reciprocamente, encorajar-nos e experimentar os dons de
uma fé vivida como riqueza e fonte de força.
O Evangelho que ouvimos repropôs-nos a parábola do
Juízo final (cf. Mt 25, 31-46). Ele recorda-nos que seremos, aliás, que somos
julgados com base na nossa proximidade concreta ao irmão na sua situação real,
na sua condição. Isto pressupõe capacidade de atenção, de compreensão, de
partilha, de serviço. É uma maneira de ser Igreja, tal como a apresenta o
Concílio Vaticano ii nas palavras iniciais da Constituição pastoral Gaudium et
spes: «As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de
hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as
alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo»
(n. 1). Esta é também a vocação e a missão ecuménica de católicos e luteranos e
de todos os cristãos: um compromisso comum no serviço de caridade, sobretudo em
relação aos mais pequeninos e pobres, torna credível a nossa pertença a Cristo.
De outra maneira, ela é prejudicada pelas divisões e pelos conflitos entre as
Igrejas e entre os crentes. Podemos assumir juntos a alegria e a fadiga da
diaconia da caridade numa maior cooperação ecuménica. Podemos fazê-lo com as
crianças e com os idosos mais desfavorecidos, com os refugiados, e com todos os
que precisam de cuidados e de apoio.
Outro aspecto muito importante para o nosso caminho
é reencontrar toda a riqueza da oração comum, dos textos litúrgicos e das
várias formas de culto. As celebrações ecuménicas da Palavra, como por exemplo
a liturgia ecuménica das horas. De maneira específica, faz parte do âmbito do
ecumenismo espiritual a leitura comum da Bíblia. E recordo em particular a
Semana de oração pela unidade dos cristãos, o Dia de oração ecuménica pelo
cuidado da criação, a 1 de Setembro de todos os anos, e outros momentos, que a
vossa comunidade já organiza com empenho e juntamente com os diversos parceiros
ecuménicos.
Além disso, iluminados pelo Baptismo comum,
luteranos e católicos estão chamados a prosseguir o diálogo teológico. Depois
de cinquenta anos de diálogo ecuménico, os esforços feitos mostram que tudo o
que já nos une é muito mais do que aquilo que ainda nos divide. Estamos
continuamente em busca de um conhecimento mais profundo da verdade divina. A
experiência dos últimos decénios mostra-nos que é necessário perseverar nos
nossos esforços, para descobrir juntos novos aspectos da revelação divina e
deles dar juntos testemunho, segundo a vontade do Senhor. Com esta confiança no
diálogo poderemos aprofundar em especial os temas da Igreja, da Eucaristia e do
Ministério.
Parece-me fundamental também que a Igreja católica
leve corajosamente por diante a reavaliação atenta e honesta das intenções da
Reforma e da figura de Martinho Lutero, no sentido de uma «Ecclesia semper
reformanda», no grande sulco traçado pelos Concílios, como também por homens e
mulheres, animados pela luz e pela força do Espírito Santo. O recente documento
da Comissão luterano-católica para a unidade «Do conflito à comunhão —
Comemoração luterano-católica comum da Reforma no ano de 2017», tratou e
realizou esta reflexão de maneira promissora.
Por conseguinte, o ecumenismo entre católicos e
luteranos, que é condição fundamental de um testemunho convincente da nossa fé
em Cristo face aos homens do nosso tempo, funda-se nestes pilares: a oração
comum, a partilha diaconal com os pobres, o diálogo teológico.
Daqui a pouco terá início o Jubileu da
Misericórdia. Convido-vos a acompanhar-nos neste caminho, em comunhão ecumênica,
em Roma e em todas as Igrejas e comunidades locais, para que possa ser para
todos um momento de redescoberta da misericórdia de Deus e da beleza do amor
pelos irmãos.
O Senhor nos abençoe e nos preserve na sua paz.
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Santa Sé
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