Muita gente me
questionou sobre a sugestão do Cardeal Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para um uso maior da chamada
"posição ad Orientem" para a celebração da Santa Missa na forma
ordinária (ou seja, no rito renovado pelo Concílio Vaticano II).
Não é minha intenção exprimir OPINIÃO, nem JUÍZO DE VALOR, nem qualquer coisa semelhante. Afinal, cada um dos lados da discussão têm os seus argumentos, e isso é necessário. Que fique claro: NÃO ESTOU DIZENDO QUE UMA FORMA SEJA MELHOR OU MAIS ADEQUADA QUE A OUTRA. Essa não é a questão (pelo menos para mim).
Quero apenas trazer algumas imagens para reflexão, para que a situação não fique restrita à "saudade" seja do que se viveu ou não, nem ao "tridentinismo agudo grave".
1) A celebração
"ad Orientem" não foi abolida, nem proibida, nem desencorajada;
simplesmente o seu uso diminuiu em todo o mundo.
2) A celebração "ad Orientem" não é contrária à teologia ou à liturgia renovada pelo Concílio Vaticano II: se assim o fosse, será mesmo que o Papa Francisco, com a coragem e lucidez que possui, teria celebrado desta forma em várias oportunidades (missa num altar lateral da Basílica Vaticana; missa na capela privada da Delegação Apostólica de Istambul; missa do Batismo do Senhor, na Capela Sistina, em 2014, 2015 e 2016), mesmo quando poderia fazer de outro modo?
3) Muitas Igrejas orientais, sejam católicas, sejam ortodoxas, celebram habitualmente "ad Orientem". E isso não apenas em Igrejas antigas, mas até em Divinas Liturgias celebradas em espaço aberto, fora de Igrejas. Alguns ritos, inclusive, impedem a visão dos fiéis na liturgia eucarística, fechando cortinas diante do altar.
5) Não é obrigatório que a Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano (Missa "tridentina") seja celebrada "de costas para o povo". Na basílica de São Pedro, por exemplo, desde a dedicação do altar, no século XVI, a Missa é celebrada "de frente para o povo"; em muitas Igrejas também se podia celebrar a Missa "tridentina" de "frente para o povo", e ainda hoje se pode...
Não se trata,
portanto, de saudade ou não, ou de "tridentinismo". É uma das formas
de celebrar a Santa Missa, que acentua um aspecto importante. Assim como na
forma "versus populum" também são acentuados aspectos importantes. É
preciso notar que o Cardeal Sarah não pediu que seja abolida a celebração
"versus populum", mas apenas incentivou que se possa utilizar sempre
que possível a forma "ad Orientem".
Como disse, aqui
expresso apenas estes pontos para reflexão, não a minha opinião específica
sobre o assunto. Afinal, ela pouco importa...
Laersio da Silva Machado
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