“As palavras dessa gente destroem
como a gangrena. Entre eles estão Himeneu e Fileto, que se desviaram da
verdade dizendo que a ressurreição já aconteceu e transtornaram a fé em
alguns. Contudo, o sólido fundamento de Deus se mantém firme, porque vem
selado com estas palavras: O Senhor conhece os que são seus (Nm 16,5); e:
Renuncie à iniqüidade todo aquele que pronuncia o nome do Senhor (Is 26,13).” -
II Timóteo 2, 17-19
Por conta
do post que publicamos recentemente acerca daquilo que A IGREJA DIZ sobre as Missas de “cura e libertação”, fomos publicamente chamados de
imbecis (por mais que o próprio Cristo Jesus nos proíba diretamente de dizer
tal coisa a nossos irmãos; cf. São Mateus 5, 22). Ainda aos que não sabem,
este que vos escreve serve como escravo ao Altar de Cristo, e por ser
definitivamente fiel à Roma e ao nosso Arcebispo, disseram-nos que deveríamos
nos envergonhar e abandonar o ministério extraordinário do acolitato ao qual
Jesus nos chamou.
Longe de
ser de nosso interesse prolongar este tema, gostaríamos de usá-lo como ponto de
partida para este post uma vez que tal posicionamento em tudo se
relaciona com aquilo que o título deste post se propõe a descrever. Afinal
estão errados aqueles que posicionam-se imutavelmente à favor do Sagrado
Magistério, da Palavra de Deus e da Santa Tradição de sempre e os defendem como
nos pede o Senhor?
“[…] Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida.”
Apocalipse 2, 10
De certo
que muitas de nossas posturas podem parecer anacrônicas, velhas,
carcomidas, mas é isto que Deus nos pede! Muitos dos que comparam estas
nossas posturas àquelas dos fariseus – cujo fervor à rubrica tornavam a
lei estéril – não reconhecem no Evangelho o vigor da Lei que Cristo tornou
perfeita por ser ele mesmo o Grande Legislador. Jesus afirmou com toda a sua
autoridade que não veio ao mundo para abolir a lei ou os profetas, mas veio
para com a Sua Palavra edificante e o seu Preciosíssimo Sangue apagar a mácula
do pecado original e imprimir em nossa alma, no lugar do pecado, a totalidade
da lei (cf. São Mateus 5, 17).
Por
tanto, é da natureza do catolicismo ser não só uma “Religião do Livro” (ou dos
livros), mas um povo de leis e preceitos. Preceitos estes que recebemos pela
inspiração do Paráclito que o Senhor enviou sobre nós:
“Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.”
São João 14, 26
Uma vez
que estas leis nos foram dadas pelo próprio Deus que nos ensinou todas as
coisas enquanto seu povo e que também depositou em Pedro a autoridade máxima
sobre a Igreja e seus fiéis, devemos respeitá-las como Vontade de Deus que são.
Sem condições, vontades nossas ou caprichos. A Palavra nos alerta que não
devemos nos desviar do ensinamento dos Apóstolos e seus sucessores (nossos
Bispos):
“Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de
nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa.”
II Tessalonicenses 2, 15
Não pela
tradição ou pela lei em si, mas segundo São Pedro, guardião da fé Católica e
ponto de união entre a Igreja Militante e a Igreja Celeste, que nos ensinou
que:
“Assim como houve entre o povo falsos profetas, assim também haverá
entre vós falsos doutores que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas.
Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína
repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a
causa de o caminho da verdade ser caluniado.”
II São Pedro 2, 1s
Por
tanto, não há em nosso comportamento vestígio de farisaísmo acusador ou
rubricismo. Há no entanto, um carinhoso amor pela lei que Deus nos deixou e
pelo ensinamento que nos deu por meio de seu Espírito Santo. Por isso, queremos
responder de uma só vez a pergunta que nos fizeram (“e a fé do povo, onde
fica?”), com o ensinamento dos Veneráveis, Beatos e Santos de Deus, homens
e mulheres justos que em tudo foram fiéis a Deus:
“[…] Nós
assinalamos, não sem preocupação nem sem temor, que alguns são excessivamente
ávidos de novidade e se transviam fora dos caminhos da sã doutrina e da
prudência. Porque, querendo e desejando renovar a santa Liturgia, eles
promovem, muitas vezes, a intervenção de princípios que, em teoria ou na
prática, comprometem esta santa causa e, às vezes até as mancham com erros que
afetam a fé católica e a doutrina ascética.
A pureza da fé e da moral deve ser a regra principal desta ciência
sagrada que é preciso conformar em todos os pontos aos mais sábios ensinamentos
da Igreja. É, portanto, Nosso dever louvar e aprovar tudo aquilo que é bom e
conter ou censurar tudo aquilo que se desvia do caminho justo e verdadeiro […]”
Venerável Papa Pio XII, Carta Encíclica
“Mediator Dei”, 1947
“[…] Existem hoje alguns, assim como nos tempos apostólicos, que se
apegam mais do que convém às “novidades” no temor de passar por ignorantes de
tudo o que arrasta um século de progressos científicos: constata-se, então, que
eles, na sua pretensão de se subtrair da direção do Magistério sagrado, se vêm
em grande perigo de se afastar pouco a pouco da verdade divinamente revelada e
de induzir outros a irem com eles ao erro. – As “novas opiniões”, quer se
inspirem elas em desejo condenável de “novidades”, quer em qualquer louvável
razão […]”
Venerável Papa Pio XII, Discurso do dia 31 de maio
de 1954
Queremos
lembrar ainda, antes de citar o amabilíssimo São Pio X, que uma vez que muitas
destas “novidades” que buscam inserir na Tradição da Igreja para sobrepujá-la
ou reformá-la, desejam apenas criar uma nova “teologia do arrepio”, modernista,
que reduz o culto divino e a relação do homem com Deus à uma reles troca de
favores sensoriais nas quais eu só fico feliz se “me sentir ()”. Sinta-se à
vontade para inserir qualquer coisa dentro destes parênteses. E sobre essa
doutrina modernista nos alerta o santo:
“[…] Por força desta doutrina, a razão humana fica inteiramente
reduzida à consideração dos fenômenos, isto é, só das coisas perceptíveis e
pelo modo como são perceptíveis; nem tem ela direito nem aptidão para transpor
estes limites…”
São Pio X, Carta Encíclica “Pascendi Domini
Gregis”, 1907
Retornai
pois, irmãos todos, à Verdade do Evangelho que é Cristo Jesus.
Alex Teles
Nenhum comentário:
Postar um comentário