Nesta terça-feira (29), o país
acordou com a notícia de que o avião
que levava a equipe do Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, na
Colômbia, caiu e deixou 76 mortos. Entre as vítimas, estavam
jogadores, tripulantes, jornalistas e narradores. Nas redes sociais,
internautas de todo o país usaram hashtags como #ForcaChapecoense para
expressar suas homenagens e luto.
No entanto, foi um dia em que os fãs
de futebol e usuários em geral também expressaram sua indignação contra dois
grandes sites que teriam se aproveitado do momento de comoção nacional para
lucrar e ganhar clicks. A loja Netshoes e o site de notícias Catraca Livre
foram alvo de duras críticas e tiveram que se retratar através de comunicados
oficiais.
Netshoes
A
comerciante de artigos esportivos foi criticada quando capturas de telas foram
divulgadas nas redes sociais, mostrando um aumento no preço da camisa do
Chapecoense em sua loja online.
Com
uma diferença de preços absurda, que subiram de R$ 129,90 para R$ 249,90, as
imagens viralizaram e a Netshoes foi questionada e não escapou de xingamentos.
Com
a repercussão, a empresa resolveu se pronunciar e comunicou que o valor havia
sido reduzido para R$ 129,90 por ocasião da Black Friday, e que o preço
original era o de R$ 249,00.
"Em
virtude da Black Firday, a camisa da Chapecoense estava com preço promocional
e, na manhã de hoje, teve suas últimas unidades vendidas (camisa II) por R$
159,00. Com o esgotamento do produto, por uma programação de sistema, o valor
retornou ao preço original R$ 249,00, junto com o alerta de indisponibilidade
do produtos.
Além
disso, a Netshoes acrescentou que está sem estoque do produto. Ainda assim, a
nota dividiu opiniões, pois alguns usuários comentaram a “coincidência” sem
acreditar na explicação da empresa.
Catraca Livre
Mais
polêmico foi o caso do Catraca Livre, que conseguiu atrair a ira de seus
leitores e perder seguidores. No início da manhã, a fanpage tinha mais de 8,3
milhões de seguidores no Facebook, e apenas na tarde de terça o número já havia
caído para 7,9 milhões, ficando nessa madrugada em 7,894 - e continua caindo,
de acordo com o Quintly.
Isso porque logo
após a tragédia o site publicou durante a terça-feira matérias consideradas
oportunistas pela audiência, trazendo manchetes como “Medo de voar? Saiba como
lidar com isso!”, “Passageiros que filmam pânico em avião” e “10 mitos e
verdades sobre viajar de avião” com o objetivo de angariar curtidas.
“Diante do trágico acidente na madrugada com o avião que levava a equipe de
futebol do Chapecoense para a Colômbia , ajudamos a lidar com o medo”, dizia
uma das chamadas puxando para matéria com o título, “medo de voar?”.
“10
fotos de pessoas em seu último dia de vida”, lia-se em outro título repugnante. Ainda
se publicou matéria com imagens de pessoas durante acidentes aéreos, um acinte
aos familiares e brasileiros que acompanham consternados a tragédia.
Depois de uma campanha considerada asquerosa do
site “Catraca Livre” na cobertura da tragédia com a delegação do Chapecoense, internautas
se revoltaram contra a página e promoveram um “unfollow” [descurtir] a
fanpage. Até as 17h
mais de trezentas mil pessoas haviam dado seu unlike ao conteúdo.
Pior
que as publicações foi o pedido de desculpas do autor do “Catraca Livre”,
apelidado agora de “Catraca Lixo”, o jornalista Gilberto Dimenstein, alinhado com a extrema-esquerda e
extrema-imprensa. O autor começa assumindo o erro para si, mas em seguida se
arroga por ter ganhado “muitos prêmios como escritor e jornalista”.
O jornalista afirma que “errar é uma fonte de aprendizado
enorme”, mas logo em seguida, no pedido de desculpas, afere que as publicações
não foram ruins em si, mas
apenas para quem se sentiu ferido. "Portanto, peço desculpas se
as reportagens feriram as pessoas”. Os internautas não aceitaram o
pedido eivado de arrogância e continuaram com a repulsa ao conteúdo.
A publicação gerou uma reação de mais de dez mil comentários,
sendo a maioria negativa ao site e uma série de compartilhamentos, além de uma onda gigante de unlike da
página.
Como
é possível notar pelo comentário irônico do Estadão, a equipe usou a homenagem
do jornal e não havia linkado para dar os devidos créditos ao Fera.
Por fim, por volta das
16h30, a página do Catraca Livre fixou em seu perfil no Facebook um texto de
seu criador, Gilberto Dimenstein, na qual assume toda a responsabilidade pelas
pautas escolhidas durante a terça-feira.
Ainda assim, a grande maioria dos leitores não deixou de
alfinetar o autor do texto pelo comentário de que ele ganhou "muitos
prêmios como escritor e jornalista".
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Ancoradouro / Tudo Celular
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