Repetindo uma e outra
vez que é uma contradição definir-se católica e ser a favor do aborto,
Aldo Mariátegui, jornalista liberal peruano, colocou em xeque Gladys Via,
representante no Peru das ‘Católicas pelo Direito de Decidir’ (CDD),
organização fundada nos Estados Unidos que usou milhões de dólares para
promover o aborto na América Latina.
Na
edição do último dia 22 de novembro do programa que conduz na Rádio Capital,
Mariátegui – que é a favor da eutanásia e da legalização das drogas –
questionou a representante do CDD: “Como defende, Gladys, sua posição a favor
do aborto sendo católica?”, levando em consideração que “para um católico se
supõe que, se você praticar um aborto, está matando um ser humano”.
Gladys
Via, entretanto, argumentou que “é uma vida humana, não é um ser, não é uma pessoa
humana” e disse que, depois de uma decisão em 2012 na Corte Interamericana de
Direitos Humanos, “vida humana era até antes que uma pessoa fosse sujeita de
direitos, que pudessem ser titulares de direitos, neste caso, em seu nascimento
se dá a titularidade de direito”.
Segundo
a representante de Católicas pelo Direito de Decidir, “é considerado um aborto
até as 20 semanas, a partir deste período é parto imaturo, parto prematuro”,
por isso “é importante sinalizar (sic) que até o primeiro trimestre, que são 12
ou 13 semanas, pode-se decidir livremente”.
Visivelmente
contrariado, Mariátegui a interrompeu. “Gladys, você está carregando (matando)
uma pessoa. Olha, eu tenho muitas dúvidas acerca do tema do aborto, eu sou a
favor da eutanásia”, disse o jornalista, mas admitiu que “o aborto é difícil,
pois está matando alguém. Digamos Corte Interamericana, digamos mil coisas, há
alguém aí dentro, há uma pessoa”.
“Eu
acredito na individualidade e no respeito e acho que, ao final, é uma questão
de cada um. Mas eu acredito que está matando alguém, sim, matando alguém que
também não pode se defender”, assinalou.
Mariátegui
insistiu em questionar a representante do CDD como consegue “unir” sua suposta
fé cristã e o fato de estar a favor do aborto, pois “é como se fosse católica e
simplesmente estivesse negando a ressurreição de Cristo”.
“Se
você disser que Cristo não ressuscitou não é católico, porque esta é a base de
tudo. Assim como no caso do aborto. O Papa e todos dizem ‘o aborto não está
bem’”, questionou o jornalista.
Quase
no final do programa, o jornalista peruano recordou à representante do CDD que
a sua proposta “é bastante impopular” no Peru, “porque se fosse levada a
referendo perderia por 80 a 20”.
Católicas
pelo Direito de Decidir, organização fundada em 1973 nos Estados Unidos,
investiu nos últimos anos mais de 13 milhões de dólares para promover a
legalização do aborto na América Latina.
Em
setembro deste ano, o Arcebispo de Nova Iorque (Estados Unidos), Cardeal
Timothy Dolan, assegurou que Católicas pelo Direito de Decidir “não está
filiada com a Igreja Católica de maneira alguma”.
Pelo
contrário, advertiu, essa organização “rechaça e distorce o ensinamento social
da Igreja e de fato ataca suas bases” para promover o aborto “como se este
fosse um bem social”.
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ACI Digital
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