“Como consagrados, somos chamados a ser
profecia a partir de nossa vida animada pela 'charis', pela lógica do dom, da
gratuidade; somos chamados a criar fraternidade, comunhão e solidariedade com
os mais pobres e carentes. Se quisermos ser realmente
humanos, devemos dar espaço ao princípio de gratuidade como expressão de
fraternidade”.
Mensagem a cerca de 800 ecônomos de Institutos de todo o mundo
É o que escreve o Papa em um texto enviado ao Simpósio sobre
economia da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades
de Vida Apostólica.
“A hipocrisia dos consagrados que vivem como ricos fere a
consciência dos fiéis e prejudica a Igreja”, advertiu ainda, prosseguindo:
“Não basta esconder-me atrás da afirmação de que ‘não possuo
nada porque sou religioso, religiosa, se meu instituto me permite administrar
ou desfrutar de todos os bens que desejo e controlar as fundações civis criadas
para manter as próprias obras, evitando assim o controle da Igreja”, segundo o
Pontífice.
Pensar apenas no lucro é distroção da economia
Francisco adverte contra o princípio da ‘maximização do
benefício’ e afirma que este conceito é ‘uma distorção da economia’. “Quantos
consagrados pensam que as leis da economia são independentes de qualquer
consideração ética?”, questiona o Papa.
“Quantas vezes a avaliação sobre uma reestruturação ou a venda
de um imóvel é vista apenas com base na análise de custos-benefícios e do valor
do mercado? Que Deus nos livre do espírito do funcionalismo e de cair na
armadilha da avareza!”.
Decisões sustentáveis e solidárias
Jorge Bergoglio prossegue: “Cada um é chamado a fazer a sua
parte, a usar seus bens para tomar decisões solidárias, a ter cuidado com a
Criação, a medir-se com a pobreza das famílias que vivem ao nosso lado”.
“Trata-se de adquirir um costume, um estilo marcado pela justiça
e compartilhar, esforçando-se em optar pela honestidade sabendo que,
simplesmente, é o que temos a fazer”.
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Rádio Vaticano
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