quinta-feira, 27 de abril de 2017

A desgraça da bebida


Desde que o mundo é mundo as bebidas existem. Elas não constituem um mal em si, a questão é o como delas se faz uso. São Paulo recomendou que Timóteo tomasse um pouco de vinho, e o próprio Jesus o usou no primeiro milagre que fez em sua vida pública, tomando-o também na sua última Ceia.

Durante o tempo que estive na Europa nunca vi um italiano ou um europeu bêbado. Por exemplo, a cultura italiana da taça de vinho diária é incapaz de tirar a sobriedade de alguém. A cultura e a educação (até entre os jovens) fazem a diferença. Infelizmente o que sobra na Europa falta no Brasil...

O brasileiro em geral não sabe fazer uso de bebidas alcóolicas. Creio que o álcool constitui a pior droga do nosso país. A bebida é quase sempre a porta maldita para as outras drogas.

Em Rio Bonito, nossa pacata cidade, a situação não é diferente. Sofremos com adolescentes que já bebem (o que não seria permitido pela lei), com jovens que encontram na Avenida principal da cidade a sua única diversão na bebida que quase sempre conduz às drogas e à promiscuidade. Recordo-me com tristeza o último carnaval, quando de noite, eu tive que chamar a Samu para levar jovens em coma alcóolico caídos na calçada da Igreja da Praça. E adolescentes e jovens que chegam com este mesmo coma no Darci Vargas após estas festas promovidas para a juventude de nossa cidade? Ninguém vê isso? Na verdade, estão vendo no próprio Big Brother, que mostrou no último sábado um médico que precisou entrar na casa para aplicar glicose em uma “irmã” completamente bêbada.

Pais, cuidado com os vossos filhos. Quantos acidentes estão sendo gerados pelo uso do álcool. Cuidado com uma bebida que já está nos colégios e que se chama “ecstasy”. É do mal! Cuidado com as festinhas de quinze anos e os churrascos dos vossos filhos. Estão sendo regados por bebidas sofisticadas e drogas. Abram o olho, antes que percam vossos filhos.

Como é triste ser dominado pelo vício do álcool. Quantas pessoas que dormem na rua por causa desta maldita doença. E os bares? Alguém de bem pode manter um bar hoje em dia? Andando pela cidade, vi um deles que anunciava ser um lugar de paz. Que paz? Mentira! Em nenhum destes botecos existe paz. Até uma criança sabe disso! Malditos lugares que destroem tantas vidas! 

Nesta semana passada visitei os meus pais. Um vizinho nosso que tinha um bar destes morreu repentinamente aos cinquenta anos em uma terça-feira. Foi sepultado na tarde do mesmo dia. No dia seguinte, pela manhã, cinco viciados estavam na porta da barraca e fizeram com que a esposa ainda enlutada abrisse o bar para satisfazer o vício deles. A cena foi revoltante. Ninguém se ama nestes bares. Só se pensa no dinheiro. Que pena lucrar através da desgraça dos outros. “Ah, mas eu não bebo”. Hipócrita! Não bebe, mas deixa os outros bêbados.

Aproveito a oportunidade para agradecer a Miminho e os irmãos que trabalham no AA de Rio Bonito. Como é belo e necessário o vosso trabalho. Não desistamos, mesmo nadando contra a corrente. Um dia venceremos!

Termino com uma frase de um sacerdote francês: “O botequim é a loja do diabo, a escola em que o inferno propõe e ensina a sua doutrina, o lugar em que se vendem as almas, onde as famílias são destruídas, onde se corrompe a saúde, onde começam as brigas e onde se cometem e encomendam os assassinatos”.
Oremos!


Padre Dudu
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