terça-feira, 18 de abril de 2017

Jovem sacerdote morre por escassez de remédios na Venezuela


Um jovem sacerdote na Venezuela faleceu no sábado, 15 de abril, depois de esperar durante alguns dias pela chegada de remédios que não havia no hospital onde estava internado.

Pe. José Luis Arismendi tinha 35 anos e, segundo assinala um site local, não chegou a receber os remédios que necessitava no Hospital Universitário de Los Andes (HULA).

De acordo com algumas fontes próximas à Arquidiocese de Mérida, o sacerdote faleceu aproximadamente às 10h do Sábado Santo.

O presbítero sentia fortes dores de cabeça no Domingo de Ramos e foi internado no hospital na Quarta-feira Santa. Acredita-se que sofria de meningite.

A família do sacerdote, natural de Tucaní, na cidade de Caracciolo Parra e Olmedo, no estado de Mérida, procurou os remédios e só conseguiu alguns.

O Cardeal Baltazar Porras, Arcebispo de Mérida, também ajudou na busca de remédios e conseguiu alguns no sábado, mas o sacerdote faleceu no mesmo dia antes de recebê-los.

Pe. Arismendi tinha dois anos de sacerdote e servia na Diocese de Cabimas, no estado Zulia. 

No país, faltam aproximadamente 80% dos suplementos médicos básicos, de acordo com a Federação Farmacêutica da Venezuela.

Centenas de trabalhadores da área da saúde protestaram em março por melhorar o acesso a remédios e tratamentos. Muitos manifestantes tinham receitas com remédios que disseram que não podem encontrar nas farmácias.

Segundo a CNN, o racionamento de remédios por parte do governo fez com que inclusive os analgésicos fossem difíceis de serem encontrados.

Durante anos, os venezuelanos tiveram que sair para buscar penicilina e outros remédios nas farmácias, muitas vezes não conseguiram.

A Venezuela, país com as maiores reservas de petróleo do mundo, sofre uma grave crise econômica e atingiu o maior nível de inflação do mundo em 2015 de 180%.

Em 2016 chegou a 500% e, segundo o Fundo Monetário Internacional, calcula-se que chegue este ano a 1.660%.
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ACI Digital

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