quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Terapia de reorientação sexual e doutrina da Igreja


A história da atriz Claudia Jimenez com os homens foi, por muitos anos, muito conturbada. Ela abusada sexualmente por um vizinho quando tinha apenas 7 anos. Na juventude, ela não gostava de sua aparência e se sentia rejeitada pelos homens. Além disso, nutria "uma relação não muito satisfatória" com o pai. A “saída” encontrada por Claudia para lidar com essas questões foi buscar afeto nas mulheres.

"Não tinha sensualidade, era muito mais gorda do que sou hoje. Não tinha forma nem vaidade. Achava que não tinha cacife para seduzir um homem. Como tinha de ser amada, me joguei nas mulheres". - Claudia Jimenez (Fonte: Site da Folha)

Certamente, o problema não era ela ser obesa (tem muita gordinha aí muito bem resolvida com seu corpo), mas sim ter auto-estima baixa, coisa que afeta até as meninas mais saradas. Claudia fala com muito afeto da sua última parceira, com que conviveu por dez anos. Mas também descreve com entusiasmo a primeira relação que teve com um homem, aos 49 anos. E, desde então, pelo visto, só quer saber do sexo oposto!


A orientação sexual de Claudia mudou. Bem diferente do que diz a letra da música da Lady Gaga (I was born this way), Claudia não nasceu lésbica. E assim como ela, existem milhares de pessoas que não estão satisfeitas com sua condição de homossexuais. Elas não têm doença mental, mas sofrem um conflito, e desejam ajuda profissional para resolver isso. O que a sociedade tem a dizer a essas pessoas? As únicas duas opções que existiam até há poucos dias eram:

- Venha pra minha igreja que Jesus vai te curar.

- É ótimo ser gay, você é obrigado a ser feliz assim, você já nasceu assim e tem que viver e morrer assim.

É isso... Pra lidar com esse conflito de sexualidade, só restava à pessoa correr atrás de um milagre ou entubar seu drama. Quer ajuda profissional? Impossível. Muitas dessas pessoas buscavam socorro na psicologia, mas em vão. No Brasil, a Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) proíbe os psicólogos de oferecerem terapia de reorientação sexual.


Mas tudo mudou no último dia 15 de setembro, quando um juiz do Distrito Federal, por meio de uma liminar, derrubou a tal proibição do CFP. Quem quiser ler a liminar na íntegra, clique aqui. Vamos resumir o que diz a liminar:

HOMOSSEXUALIDADE NÃO É DOENÇA (a cantora Anitta e o filósofo Leandro Karnal parece que não leram essa parte do texto);

O CFP não deve proibir os psicólogos de oferecerem auxílio a todos aqueles que livremente os procurarem ajuda para deixarem de ser homossexuais.

Como era de se esperar, boa parte da mídia desqualificou a liminar e distorceu o seu conteúdo. Do jeito que estão falando, parece até que vão caçar todos os gays do Brasil, enfiar num camburão (prateado e purpurinado que nem o “Priscilla") e obrigar todo mundo a se submeter à “cura gay”.


Para provocar a hostilidade imediata das massas, tacharam as terapias de reorientação sexual de “cura gay”. Mas psicólogo não é médico e não receita remédio. O psicólogo simplesmente analisa a história de vida da pessoa e a ajuda a ver as coisas mais claramente, dando-lhe suporte para superar seus conflitos emocionais. Aceitem: os homossexuais devem ser LIVRES para se sentirem ou não satisfeitos com sua condição. A questão é essa aqui:

Tá feliz sendo gay? Então joga o picumã pra esse bafafá e segue em paz com a tua vida. A oferta de terapias de reorientação sexual não te afeta em nada. Faz a egípcia, que o papo não é contigo!

Tá infeliz com sua condição de gay? Quer ajuda profissional pra mudar? Então tome posse dos seus direitos. Se você quer, você pode receber terapia.

Você é contra as terapias de reorientação sexual? Tudo bem... então NÃO FAÇA essas terapias!!! (não é assim que dizem para nós, cristãos? “É contra o casamento gay? Então não case com um gay!”).

Mas essas terapias de reorientação sexual são eficazes? Não há evidências científicas nem contra nem a favor. Penso que na maioria dos casos (opinião minha) a terapia tem alcance limitado e não fará um homossexual se tornar hétero, mas será de grande ajuda para a compreensão das origens de sua homossexualidade, possibilitando que a pessoa se conheça melhor e alcance a paz de espírito.

Mas, como bem disse o psiquiatra Daniel Martins, o juiz entende que "cada um é livre para fazer o que bem entender, e se a pessoa quer mudar sua orientação sexual, deixemos seu psicólogo tentar". 

E a Igreja Católica, o que diz sobre essas terapias? As diretrizes da “Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais" não cita a necessidade de procura de nenhuma terapia de reorientação sexual. De fato, a Igreja se distancia amplamente de grande parte das seitas protestantes, que pregam que para o homossexual viver integralmente a fé cristã ele, necessariamente, deve se tornar heterossexual. Isso não tem nada a ver com catolicismo!

A cura a se buscar é do pecado. Ficar eternamente pensando em "curas", esperando que Deus dê solução de todos os nossos problemas terrenos, para vivermos como Adão e Eva antes do pecado original é, resumindo, fuga da cruz. 
___________________________
O Catequista

Nenhum comentário:

Postar um comentário