Israel aprovou na noite deste sábado uma extensão de 24 horas
- até a meia-noite de domingo - da trégua humanitária na Faixa de Gaza, a pedido das Nações Unidas, mas o movimento
palestino Hamas rejeitou a medida e manteve os disparos de foguetes contra o
território israelense.
O gabinete de
Segurança "aprovou a solicitação das Nações Unidas sobre uma trégua
humanitária válida até a meia-noite de domingo", revelou um alto
funcionário israelense, que pediu para não ser identificado.
O Exército
"prosseguirá com suas operações contra os túneis", destacou o
funcionário, acrescentando que o cessar-fogo envolve a suspensão dos ataques
aéreos, marítimos e terrestre, mas com a manutenção das tropas israelenses no terreno.
O porta-voz do
Hamas, Fawzi Barhoum, rejeitou a extensão do cessar-fogo afirmando que
"qualquer trégua humanitária não terá valor sem a retirada dos tanques
israelenses da Faixa de Gaza, sem que seus habitantes possam voltar as suas
casas e sem que as ambulâncias transportando os corpos possam circular
livremente".
Segundo o
Exército hebreu, o Hamas violou o primeiro período de cessar-fogo (mesmo antes
da extensão) com disparos de foguetes e tiros de morteiro a partir da Faixa de
Gaza. "Os terroristas escolheram utilizar a janela humanitária em
Gaza" para atacar.
As Brigadas
Ezzedine al-Qassam - braço armado do Hamas - confirmaram os disparos de
foguetes contra o sul de Israel e Tel Aviv.
Em resposta, a
artilharia israelense abriu fogo contra o setor de Rafah, no sul da Faixa de
Gaza, de onde partiram os foguetes", informou à AFP um oficial hebreu.
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
havia pedido neste sábado "às partes a extensão da trégua humanitária por
mais sete dias".
Em Paris, em uma
reunião internacional para buscar uma trégua duradoura, os chefes da diplomacia
de Estados Unidos, Catar, Turquia e de outros países europeus pediram a
extensão do cessar-fogo, que a princípio seria de 24 horas. Eles também
apelaram por uma trégua duradoura o mais rápido possível, que responda às
necessidades legítimas de israelenses e palestinos.
Mais de 1.000 palestinos,
em sua grande maioria civis, morreram e outros 6.000 ficaram feridos desde o
início da ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, no dia 8 de julho.
Israel perdeu 42
soldados. Os foguetes lançados de Gaza também mataram dois civis israelenses e
um trabalhador tailandês no território de Israel. As últimas baixas fatais
foram o capitão Liad lavi, 22 anos, e o sargento Rami Chalon, 39, ambos da
Infantaria, que estavam hospitalizados em estado crítico.
Há 138 militares
israelenses hospitalizados, sendo sete em estado grave.
Os habitantes da
Faixa de Gaza expulsos de seus lares pela violência
aproveitaram a frágil trégua para voltar aos seus bairros, onde viram cenas de
desolação: casas destruídas, corpos enegrecidos em meio às ruínas e poças de
sangue sobre as marcas dos tanques israelenses.
Em meio à trégua,
as equipes de emergência palestinas já encontraram 147 corpos, sendo 29 no
leste de Gaza, 13 nos campos de refugiados de Deir al-Balah, Bureij e Nousseirat,
32 e Beit Hanoun (norte) e 11 em Khan Yunis e Rafah (sul).
No setor de Beit
Hanun, correspondentes da AFP viram o corpo de um socorrista do Crescente
Vermelho em um hospital parcialmente destruído por um bombardeio israelense.