Com uma mensagem
de saudação aos 8 candidatos presentes, ouvintes e internautas, o o arcebispo
de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, abriu o debate presidencial,
na noite de terça-feira, 16. Os aspirantes à presidente da República foram:
Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV), José Maria Eymael
(PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL), Marina Silva (PSB) e
pastor Everaldo (PSC).
Após também
saudar os bispos e arcebispos presentes no Centro de Eventos do Santuário
Nacional de Aparecida, dom Damasceno afirmou que a CNBB faz a proposta do
debate, convicta de “que a Igreja não pode ignorar a política não apenas
enquanto instrumento necessário para a organização da vida social, mas
sobretudo enquanto expressão de opções e valores que definem o destino do povo
e a concepção do homem”. O cardeal lembrou o quanto a CNBB tem sido presente na
vida social e política do país, com o intuito de colaborar para a construção de
uma sociedade justa, fraterna e solidária, e também no fortalecimento da
democracia e cidadania do povo. “É direito do eleitor conhecer clara e
verdadeiramente o candidato que receberá seu voto”, ressaltou dom Damasceno,
lembrando que cada eleitor é livre para escolher de forma consciente seu
candidato.
Sob a mediação
do jornalista Rodolpho Gamberini, no primeiro bloco os oito candidatos
responderam a uma única pergunta elaborada pela presidência da CNBB, sobre o
projeto Coalização pela Reforma Política Democrática. Aécio Neves lembrou a lei
“Ficha Limpa”, na qual a CNBB ajudou muito, enquanto Marina Silva afirmou ter
em sua proposta de governo a intenção de tratar da reforma política. A
presidente Dilma Rousseff afirmou ter certeza da necessidade de uma profunda
reforma, concordando com os quatro pontos elencados pelo projeto, assim como o
candidato Eduardo Jorge, que disse inclusive já estar praticando o
financiamento público de campanha. O candidato Eymael falou sobre sua história
de vida, e Luciana Genro declarou que seu partido concorda e foi um dos
parceiros na elaboração da proposta. Os candidatos Levy Fidélix e o pastor
Everaldo mostraram-se contrários à obrigatoriedade do voto.
No segundo
bloco, por meio de sorteio, os políticos responderam a perguntas propostas
pelos bispos indicados pela CNBB. A candidata Marina Silva respondeu à pergunta
do bispo de Caxias (MA) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a
Juventude, dom Vilson Basso, sobre a violência e o extermínio de jovens, além
da questão de combate às drogas. Em seguida, o bispo de Camaçari (BA) e
presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, dom João
Carlos Petrini, perguntou ao candidato Levi Fidelix sobre meios para a
valorização da família. A candidata Luciana Genro respondeu à pergunta do
arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB, dom José Belisário
da Silva, sobre a laicidade do Estado. Para responder à pergunta do bispo de
Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da
Caridade, da Justiça e da Paz, dom Guilherme Werlang, sobre a diminuição da
desigualdade social, a sorteada foi a candidata à reeleição, Dilma Rousseff. Já
Aécio Neves respondeu ao questionamento sobre a baixa qualidade da educação
brasileira, feito pelo bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da
Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação, dom Joaquim Mol.
O arcebispo de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal
Pastoral para a Comunicação, dom Dimas Lara, perguntou ao pastor Everaldo sobre
as concessões de radiodifusão às confissões religiosas. Eymael respondeu ao
questionamento do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB,
dom Leonardo Steiner, sobre as propostas voltadas aos marginalizados da
sociedade, e para encerrar o bloco, o arcebispo de Terezina (PI), dom Jacinto
Furtado, abordou a demarcação dos territórios indígenas em sua pergunta ao
candidato Eduardo Jorge.
No bloco
seguinte, jornalistas das mídias católicas perguntaram aos pretendentes ao
cargo público sobre temas como homofobia, contas públicas, saneamento básico,
saúde, reforma tributária, redução da maioridade penal, descriminalização das
drogas e aborto. No quarto bloco, os postulantes à presidência puderam
perguntar diretamente uns aos outros. No quinto e último bloco, dedicado às
considerações finais de cada candidato, todos agradeceram à CNBB pela
oportunidade de esclarecerem suas propostas aos eleitores cristãos e à
sociedade em geral.
O debate
com os candidatos à presidência da República, promovido pela CNBB, foi
transmitido ao vivo por oito emissoras de inspiração católica, rádios e
portais.
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Fonte: CNBB
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