sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Há sempre uma alternativa à guerra...




Oscila entre o arrependimento do passado e a esperança para o futuro, a mensagem do Papa Francisco aos participantes do Encontro Internacional pela Paz em Antuérpia, Bélgica, organizado pela Comunidade de Santo Egídio. O pesar pelo "massacre inútil" que foi a Primeira Guerra Mundial, como descrito por Bento XV; a esperança de que certos erros não se repitam nunca mais, talvez colaborando em conjunto, deixando de lado todas as diferenças de religião ou tradição.



A esperança do Papa é a mesma de todos os participantes do grande encontro: representantes das Igrejas cristãs e das comunidades eclesiais, líderes religiosos do mundo e homens e mulheres de diferentes crenças, reunidos todos, de hoje ate o 09 de setembro, em Antuérpia, na Bélgica, em uma "peregrinação de oração e diálogo".



Em todos eles paira o "espírito de Assis", que foi o grande sonho de João Paulo II quando, no dia 27 de outubro de 1986, convidou 70 representantes das várias religiões do mundo para elevar a Deus um só canto de paz.



E a Paz agora, neste momento de dramas e focos de tensão em diferentes partes do mundo, é o que busca o Encontro Internacional de Antuérpia. Porque "A paz é o futuro", como diz o título do evento, que - observa Bergoglio na mensagem – evoca "um futuro em que o respeito mútuo, o diálogo e a cooperação ajudarão a afastar o espectro sinistro do conflito armado".



Ao lado do espírito de Assis está o espectro da Primeira Guerra Mundial, um século depois do seu início "dramático". "Nestes dias, quando muitas pessoas no mundo precisam ser ajudadas a encontrar o caminho da paz", diz Bergoglio, a lembrança daquela tragédia mundial "nos ensina que a guerra nunca é um meio satisfatório para reparar as injustiças e chegar a uma solução equilibrada para a discórdia política e social".



Toda guerra é de fato um "massacre inútil", diz Francisco. Porque toda guerra - acrescenta - "arrasta os povos a um espiral de violência que mais tarde revela-se difícil de controlar; destrói o que as gerações têm trabalhado para construir e prepara o caminho para a injustiça e os conflitos ainda piores".



Portanto, o pensamento se dirige aos "inúmeros conflitos e guerras, declaradas e não declaradas, que hoje afligem a família humana e arruinam a vida dos mais jovens e dos idosos", e que envenenam "relações duradouras de convivência entre grupos étnicos e religiosos diferentes, forçando famílias e comunidades inteiras ao exílio". Diante de tanto sofrimento, é claro que, "juntamente com todos os homens e mulheres de boa vontade, não podemos permanecer passivos", diz o Papa.




O primeiro passo é, portanto, um esforço conjunto entre as diversas tradições religiosas para dar "uma contribuição para a paz". "Podemos fazê-lo com o poder da oração", garante o Santo Padre, "todos nós percebemos que a oração e o diálogo estão profundamente relacionados e se enriquecem mutuamente".



Deseja-se, portanto, que estes dias de espiritualidade compartilhada em Antuérpia sirvam para lembrar "que a busca da paz e da compreensão através da oração pode criar laços duradouros de unidade e prevalecer sobre as paixões da guerra".



"A guerra nunca é necessária, nem inevitável", fala Bergoglio; na verdade, sempre existe uma "alternativa" que é "o caminho do diálogo, de encontro e da busca sincera da verdade".



Então - conclui - "é chegada a hora de os líderes das religiões cooperem eficazmente na obra de curar as feridas, de resolver conflitos e de buscar a paz". "A paz é o sinal claro de compromisso com a causa de Deus", diz o Papa Francisco, e lembra aos líderes religiosos o seu chamado a ser "homens e mulheres de paz" capazes de promover "uma cultura de encontro" mesmo, "quando outras opções falham ou vacilam".



Ao mesmo tempo, todas as comunidades são chamadas a ser "escolas de respeito e de diálogo com os de outros grupos étnicos ou religiosos, lugares - disse o Papa - em que se aprende a superar as tensões, a promover relações justas e pacíficas entre os povos e os grupos sociais e construir um futuro melhor para as gerações vindouras".
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Fonte: ZENIT

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