A tradição “judaico-cristã” não
existe e nunca existiu, é um termo genérico, o qual foi usado pela primeira vez
no Oxford English Dictionary em 1899, mas depois tentaram inverter o
significado o associando à Igreja primitiva por haver sido gerada em solo
israelita e foi usado com esse novo sentido em 27 de julho de 1939 pela New
English Weekly.
A Igreja primitiva e o Novo
Testamento são tão irreconciliáveis com o judaísmo que há dois mil anos somos
atacados de antissemitas por seguirmos a Única Igreja neotestamentária. O termo
ganhou popularidade nos Estados unidos e em 1952 o presidente eleito
norte-americano, Dwight Eisenhower, falou que o "conceito
judaico-cristão" é a fé sobre a qual "o nosso [...] governo [...] é
fundado”. Esse termo é espalhado pela peste neopentecostal, um movimento
puramente Ianque divulgador de uma forma Estadunidense de cristianismo, baseado
numa suposta moral “judaico-cristã”.
Ultimamente vi o Pastor
protestante e político Marco Feliciano citando Olavo de Carvalho como um grande
defensor dessa moral. A moral cristã e a judaica são tão antagônicas que o
rabino Eliezer Berkovits escreveu: "o judaísmo é judaísmo porque rejeita o
cristianismo, e o cristianismo é cristianismo porque rejeita o judaísmo".
Uma boa denuncia sobre a farsa desse termo está em “The Myth of the
Judeo–Christian Tradition” do teólogo e romancista Arthur A. Cohen, onde ele
questiona a validade teológica judaico-cristã e sugere que ela não passa de uma
faceta para facilitar relações políticas e ecumênicas.
Não pode ter harmonia duas morais
em antítese ou duas alianças irreconciliáveis. A Nova Aliança substitui a
Antiga e a Religião cristã substituiu a judaica.
Hb 8,13: “Se Deus fala de uma
aliança nova é que ele declara antiquada a precedente. Ora, o que é antiquado e
envelhecido está certamente fadado a desaparecer”.
A expressão é mais que
inadequada, seria até mais aceito o uso de “tradição judaico-muçulmana”, já que
as duas avançam para o mesmo alvo, erradicar os cristãos do oriente médio. O
filósofo esloveno Slavoj Zizek alegou que o termo “judaico-muçulmano” é em si
mais apropriado e serve para descrever a cultura do Oriente Médio, a qual é
contra a cultura cristã ocidental. Essa expressão realmente se encaixa na atualidade.
Para forçarem um binômio
impossível é necessário amputar doutrinas de um dos lados para favorecer o
outro. John Charles, pastor protestante sionista da “ornerstone Church” no
Texas, presidente da organização "cristã-sionista" e “Christians United
for Israel”, além de dizer abertamente que Jesus não é o Messias compara o
primeiro ministro de Israel Netanyahu ao Cristo.
O que existe é moral Judaica e
moral cristã, uma está em litigio total contra a outra, já que as duas divergem
no principal fator o qual arrasta os dois credos, a veracidade sobre quem é o
Messias. Aquele a quem chamamos de Deus é o mesmo a quem eles chamam de
farsante, mentiroso e porco.
Paulo Leitão de Gregório
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