“Salve, rei
dos judeus!”
Jesus, Nosso
Senhor, toda a Vossa vida sobre a terra foi um caminho de humildade e de cruz.
Foi para carregar a madeira do suplício que na humilde cidade de Nazaré Vos
aperfeiçoastes no trabalho diário e depois, indo pelas cidades e aldeias,
levastes aos pobres o anúncio do Reino dos Céus, o Vosso Reino, que não é deste
mundo. A Vossa carga, Senhor, somos nós, nós, duros de coração e lentos de
entendimento, somos nós, sempre que atribuímos aos outros o peso da nossa falsa
consciência, sempre que em face da pobreza e dos gritos de socorro ficamos
parados, como se escravos de nossa covardia.
Ó bom Pastor, que ainda carregais sobre os
Vossos sagrados ombros toda a humanidade, como a uma ovelha perdida e depois
resgatada, tende piedade de nós!
“Se alguém
quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mc 8,34)
“Quanto a
mim, que eu não mim glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.”
(Gal 6,14)
“A perfeição
consiste em fazer com amor a vontade de Deus, seja ela doce, seja ela amarga.”
(São Padre Pio)
“Não há
salvação da alma, nem esperança da vida eterna, senão na cruz.” (Imitação de
Cristo, L,II. Cap.XII, p.175)
“O
que os homens menos entendem é a doutrina da cruz, “para os judeus, escândalo;
para os pagãos, loucura” (1Cor 1,23).
Que
um Deus morresse para salvar os homens, o mistério é profundo, perante o qual
se inclinara sua razão; porém, que devam associar-se a este estupendo
sacrifício, morrendo a si mesmos, às suas paixões, eis o que os escandaliza e
lhes faz dizer como os cafarnaitas: “Esta palavra é dura, e quem pode ouvi-la?”
(Jo 6,60).
Forçoso
é, porém, que a ouçamos, pois dela depende a nossa salvação. A cruz reconciliou
o céu e a terra que estavam em guerra. Da árvore da cruz brota o pomo de vida
se perdera no paraíso terreal; de seu trono misterioso rebentam viçosos ramos
que se elevam até o céu. Abracemo-nos, pois, como o tronco sagrado em que
esteve pendente o Salvador do mundo; seja ele neste desterro, a nossa
consolação, assim como é nossa fortaleza e nossa esperança.
Quando,
por sua bondade, Deus nos enviar alguma tribulação, digamos com Santo André:
“Oh, doce cruz por mim tão desejada e agora preparada para esta alma que por
ela ardentemente suspira!”.
Todos
os santos sentiram este abrasado desejo, todos falaram a mesma linguagem. “Sofrer
ou morrer”, repetia frequentemente Santa Tereza, e no sofrimento achava mais
quietação e ventura de que não gozam nunca aqueles do século.
Uma
só lágrima derramada aos pés de Jesus crucificado é mil vezes mais deliciosa
que todos os prazeres do século.
Por
isso, o caminho da cruz é o caminho real, porque por ele passou o nosso
verdadeiro rei, Jesus, o qual não só passou, mas nele viveu e morreu. Quem é
que pode dizê-lo senão o verdadeiro Mestre: “Se alguém quiser vir após mim,
tome a sua cruz e siga-me”?
Sigamos,
pois, o caminho real, que é o do sofrimento, do sacrifício e da resignação. Só
assim é que entraremos no reino dos céus, porque, diz o Apóstolo, é por muitas
tribulações que lá chegaremos. Consolemo-nos, portanto, com aquela palavra bem
acertada de quem disse: o sacrifício é a melhor moeda para comprar o céu. –
Imitação de Cristo, p.183
Amabilíssimo
Jesus, eu Vos agradeço o amor com que abraçastes a cruz tão pesada pelas minhas
culpas. Perdoai-me, e dai-me o espírito de humildade e fortaleza, para que eu
abrace sempre a minha cruz com perfeita paciência, dizendo em todas as
tribulações: Ave, ó cruz bendita, única esperança.
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Fé Católica
de Sempre
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