O cenário
político é realmente preocupante. Em minha opinião, órgãos eclesiásticos, como
a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), podem, ou talvez, devem se
manifestar, apenas para inculcar cautela e prudência. Não cabe à hierarquia
assumir nenhuma postura político-partidária. Compete, ainda, aos pastores, o
múnus de ensinar os princípios éticos sacados da chamada Doutrina Social da
Igreja. Os bispos, nestes dias de angústia nacional, precisam repetir, oportuna
e inoportunamente, ad nauseam, os ensinamentos da moral cristã.
A tarefa de
reverter o presente quadro dantesco há de ser desempenhada pelos leigos, que
atuam como Igreja, os quais necessitam sair das sacristias, tirar os jalecos!
Não existe a “solução católica”, porém, alumiados pela palavra de Jesus,
contextualizada pelo magistério, os leigos, consoante a ensinança do Concílio
Vaticano II, têm de animar e aperfeiçoar a ordem das realidades temporais, com
o espírito do evangelho de nosso Senhor. Onde está a bancada católica do
Congresso Nacional?
O Brasil falhou
em capacitar líderes políticos. Nós falhamos! Desta feita, os vezos de grande
parte dos micro-organismos (famílias, escolas, empresas etc.) infeccionaram as
fibras dos macro-organismos (Estado, governo, autarquias, instituições etc.).
Não é o povo que imita os políticos ruins; são certos políticos que emulam
parcela da população. Ora, por exemplo, o síndico que perpetra trapaças
financeiras em detrimento do condomínio realizará coisas horríveis, se guindado
a deputado federal. Em outras palavras: continuará com idêntico procedimento
vil e imoral, em escala geometricamente superior, é claro.
Vou falar como
católico! A Igreja necessita externar veemente mea culpa. Por que a
maioria das escolas católicas, dirigidas por mentes esquerdistas, deixou de
lado o projeto de evangelização, de comunicação de valores cristãos e aderiu a
um cristianismo light? Em passado não assaz distante, as elites
éticas, que governavam o país eram produto dos estabelecimentos de ensino
confessionais, onde se aprendia a religião cristã e, por conseguinte,
inculcavam-se conceitos de honra, retidão, justiça, verdade. Ah!, “a” verdade!
Hoje, existem “as” verdades.
Edson Sampel,
doutor em Direito Canônico, Membro da União
dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), da Sociedade Brasileira de
Canonistas (SBC) e do Conselho Diretor da Academia Marial de Aparecida (AMA).
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ZENIT
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