É com grande amor e grande alegria que nós anunciamos aos quatro cantos da Terra que o Cristo está vivo e ressuscitado! Essa é a razão da nossa fé, é o motivo da nossa alegria, é a esperança para a vida de cada um de nós! É no Cristo em quem nós cremos, no Cristo que está vivo e que morreu pelos nossos pecados e está vivo para a glória de Deus.
A ressurreição do Senhor é ao mesmo tempo um fato histórico que transcende a mesma história. A sobriedade das narrações da ressurreição fala por si mesma. Não busquemos uma explicação racionalista para esse mistério, simplesmente adoremos o mistério! Diante do sepulcro vazio e de testemunhas tão qualificadas, nós renderemos a nossa inteligência. Nós cremos porque doze homens – brutos, sem cultura, simples pescadores – nos disseram: “Cristo ressuscitou e nós o vimos”. Tal afirmação poderia escandalizar o orgulho intelectual de alguns; nós, ao contrário, acreditamos com fé firme, rija e robusta: o Senhor ressuscitou! Mas, também é preciso pensar: como estar alegres nesta noite si há guerras, sofrimentos e até dificuldades em nossa vida? Será que nós vivemos no mundo da utopia? Tenhamos presente que o fato de existir mais uma pessoa triste não resolve o problema do mundo atual; ao contrário, aumentariam os problemas. É preciso que nós, os cristãos, estejamos contentes, que sejamos otimistas. Sê-lo-emos com aquela alegria que não é a alegria do “animal sadio”: do que não tem nem fome nem frio, tampouco fome ou qualquer dor. Esse tipo de alegria passa! A alegria do cristão vem de dentro, do mais profundo do seu coração, da paz que tem com o seu Senhor, da vida em graça, por tratar intimamente o Pai e o Filho e o Espírito Santo na oração.
A ressurreição do Senhor é ao mesmo tempo um fato histórico que transcende a mesma história. A sobriedade das narrações da ressurreição fala por si mesma. Não busquemos uma explicação racionalista para esse mistério, simplesmente adoremos o mistério! Diante do sepulcro vazio e de testemunhas tão qualificadas, nós renderemos a nossa inteligência. Nós cremos porque doze homens – brutos, sem cultura, simples pescadores – nos disseram: “Cristo ressuscitou e nós o vimos”. Tal afirmação poderia escandalizar o orgulho intelectual de alguns; nós, ao contrário, acreditamos com fé firme, rija e robusta: o Senhor ressuscitou! Mas, também é preciso pensar: como estar alegres nesta noite si há guerras, sofrimentos e até dificuldades em nossa vida? Será que nós vivemos no mundo da utopia? Tenhamos presente que o fato de existir mais uma pessoa triste não resolve o problema do mundo atual; ao contrário, aumentariam os problemas. É preciso que nós, os cristãos, estejamos contentes, que sejamos otimistas. Sê-lo-emos com aquela alegria que não é a alegria do “animal sadio”: do que não tem nem fome nem frio, tampouco fome ou qualquer dor. Esse tipo de alegria passa! A alegria do cristão vem de dentro, do mais profundo do seu coração, da paz que tem com o seu Senhor, da vida em graça, por tratar intimamente o Pai e o Filho e o Espírito Santo na oração.
Quebrou-se
o silêncio de Deus, pois ele falou-nos tudo no seu Filho. Também nós precisamos
quebrar o nosso silêncio: falemos com o nosso Pai do céu tudo o que está
acontecendo conosco. Deveríamos até mesmo ter um desejo ardente de falar com o
nosso Deus. Não podemos ficar sempre no cumprimento, que as vezes é
“cumpro-e-minto”, dos preceitos da religião. Caso amemos a Deus de verdade,
procuraremos estar com ele, conversar intimamente com ele, desejaremos estar
perto dele. A religião não tem tão somente que fazer parte de nós, mas tem que
ser um “outro eu”, “eu mesmo”, isto é, nós temos que ser ponte, meio de
re-ligação das outras pessoas com Deus… Esse é o apostolado de quem reza, e
reza bem. É preciso, então, que estejamos ligados, conectados, online, com o
Senhor. Do contrário, não conseguiremos ser canais de conexão para que os
outros falem com Deus e por ele se apaixonem.
Nas Sagradas Escrituras, um sinal não é simplesmente um evento milagroso, mas algo que aponta para uma realidade de significado mais amplo. Por analogia, é como um sinal de trânsito, que serve para orientar os viajantes na estrada, de sorte que ninguém erre o caminho ou corra risco de acidentes. Um sinal na estrada faz-nos chegar a nosso destino sem incorrer em nenhum dano. Nos textos bíblicos, os sinais indicam que Deus está realizando algo que não é percebido por quem não fez a experiência de fé e amor. Os sinais não servem como provas ou argumentos lógicos para convencer ninguém, porque somente podem ser percebidos por quem faz a experiência de fé e amor. É esta que indica que um acontecimento comum é sinal da ação de Deus.
Que
todos estejam alegres neste dia composto por todo o tempo pascal! Nós queremos
e propomo-nos a busca do trato com Deus na oração porque desejamos que essa
noite da ressurreição seja também a noite da nossa ressurreição espiritual para
coisas mais altas: hoje nos levantamos também da nossa preguiça espiritual e
começaremos a vida nova de vibração junto ao Senhor ressuscitado que de nós
teve compaixão. Saudaremos também a Nossa Senhora: “alegra-te, Virgem Maria,
porque o Senhor ressuscitou!”
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
Leituras: At 10,34a.37-43; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9
Hoje a Igreja canta a tremenda vitória de Cristo sobre a morte. Os cristãos são convidados a “cantar o louvor da vítima pascal”, daquele que, sendo inocente, o “inocente do Pai” como canta o hino morreu para nos reconciliar.
A oração coleta da Missa de hoje diz: “Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade.” A vida cristã está mergulhada nesse mistério. Cristo, ao morrer e ressuscitar, abriu para nós as portas do paraíso. Temos agora a certeza de que a morte não tem e nem jamais terá poder sobre nós. Podemos entregar as nossas vidas sem medo. Podemos até mesmo perder a nossa vida por causa de Cristo, dar o nosso corpo à morte, porque temos assegurada a vida eterna com Ele.
O Evangelho e a primeira leitura de hoje nos falam do testemunho que se deve dar de Cristo Ressuscitado; em outras palavras: da necessidade de se levar esse alegre anúncio a todas as pessoas.
O evangelho é o relato da ressurreição segundo São João. Logo no v.2 João diz que Maria Madalena, ao ver que a pedra tinha sido removida do túmulo, “correu e foi” dizer a Simão Pedro o que havia acontecido. João poderia apenas ter dito que Maria Madalena “foi” relatar o ocorrido a Simão, todavia, ele utiliza dois verbos na sua frase e, o primeiro, é o verbo treko que significa “correr” como os atletas correm num estádio. Qual uma atleta, Maria Madalena, sem perder tempo, correu para anunciar aos discípulos o mistério. Particularmente, ela foi anunciar àquele que tinha o dever de confirmar a fé dos irmãos: Simão Pedro (cf. Lc 22,32).
Simão Pedro e o “outro discípulo” correram para chegar ao túmulo. Embora o “outro discípulo” tenha chegado primeiro que Pedro, este deixou Pedro entrar primeiro, deixando que aquele a quem foi confiado o cuidado dos doze fosse a primeira testemunha, depois de Maria Madalena, do sepulcro vazio. O Evangelho termina com a profissão de fé do discípulo: Ele viu e acreditou. Mais à frente, já no final do seu evangelho, João vai dizer que ele é o discípulo “que dá testemunho dessas coisas” (cf. Jo 21,24). João vê o túmulo vazio, encontra o ressuscitado, e dá testemunho (martiréo) disso aos irmãos. Ele é o “mártir”, a testemunha de Cristo; assim como Maria Madalena, que também não reteve para si a alegria da ressurreição, mas foi anunciá-la aos irmãos.
Na primeira leitura temos o eloquente testemunho de Pedro. Pedro está na casa de um centurião romano e lá pronuncia o seu discurso, o seu “testemunho” a respeito de Cristo. Pedro define a sua pregação como uma ordem de Cristo, que os mandou “pregar” (kerysso) e testemunhar (diamartyromai) que Cristo foi constituído pelo Pai, pelo mistério da sua ressurreição, juiz dos vivos e dos mortos. O núcleo do testemunho de Pedro na casa de Cornélio é a “ressurreição de Jesus”. Em poucas palavras Pedro sintetiza a vida pública de Jesus, desde a sua unção no Jordão, até a sua glorificação. O núcleo da pregação é o versículo 40: ...Deus o ressuscitou no terceiro dia... Assim como Maria Madalena e João, Pedro não retém para si a alegria deste anúncio, mas o comunica a todos. É pelo poder deste mistério anunciado que muitos se converteram à fé e receberam o batismo, como acontece no final deste discurso de Pedro, em At 10,44-48, quando o Espírito Santo “cai” sobre os ouvintes, ainda pagãos, e estes recebem o batismo tornando-se “fiéis”.
Nós somos hoje os portadores desta alegria pascal. Também para nós um anjo, o sacerdote que nas nossas assembleias entoou na Vigília Pascal o Aleluia, nos anunciou que o sepulcro está vazio e que Cristo ressuscitou. Nós agora devemos ser os “mártires”, as “testemunhas”, como Maria Madalena, João e Pedro. Não podemos guardar a alegria pascal para nós, mas devemos comunicá-la a todos os que encontrarmos. Esse anúncio encherá de gozo e de esperança o mundo mergulhado ainda nas trevas do pecado e da distância de Deus.
O salmista nos convida a nos alegrarmos neste “dia que o Senhor fez para nós”. O Tempo Pascal é um “grande dia”, um dia que dura “cinquenta dias” e que deve ser vivido, como ensina a Igreja, como “um só dia de festa”, “como um grande domingo”, tomando a expressão de Santo Atanásio, no qual a alegria pascal deve estar em nosso coração e em nossos lábios, sendo anunciada aos irmãos.
A liturgia deste domingo nos oferece duas opções de segunda leitura que podem ser tomadas ad libitum. A primeira é um trecho de Colossenses. O apóstolo convida os cristãos desta comunidade a viver de acordo com a realidade nova inaugurada neles a partir da Páscoa. É um tema bem próprio da teologia paulina: a identificação entre Cristo e o cristão. “Se ressuscitastes com Cristo” vai dizer o apóstolo, “esforçai-vos” por alcançar as coisas do alto, ou seja, aquilo o que é próprio do homem novo, que foi ressuscitado com Cristo. Aspirai ao que é celeste e não ao que é terrestre. A “ascese”, ou seja, o esforço para viver uma vida segundo Deus não termina com a quaresma. Muito mais agora, na Páscoa, motivados pela realidade nova que foi gerada em nós a partir da ressurreição de Cristo, devemos nos “esforçar” para viver de maneira melhor, à altura de pessoas que foram resgatadas pelo Ressuscitado!
A segunda opção é um trecho da 1Coríntios: Paulo utiliza uma imagem bem judaica. Não se podia comer pão fermentado durante a Páscoa, para se lembrar que os judeus, quando saíram do Egito, praticamente expulsos por causa da calamidade que matou os primogênitos, não puderam nem mesmo esperar a massa do pão levedar (cf. Ex 12,33-34). Com o passar do tempo essa imagem do fermento na massa ganhou também um sentido espiritual. Até hoje os judeus limpam as suas casas tirando dela todo o pão fermentado durante a Páscoa. Como, com a higiene moderna, ninguém tem pão espalhado pela casa (ou pelo menos não deveria ter!), costuma-se embrulhar pequenos pedaços de pão fermentado e espalhá-los pela casa, para que as crianças os achem. Cada pedaço achado vale um presente. Depois vem o ensinamento: assim como tiramos das nossas casas o pão fermentado, também devemos tirar do nosso coração o fermento da maldade, que contamina todo o nosso corpo, assim como o fermento leveda toda a massa. Paulo se utiliza dessa imagem para convidar os cristãos a jogar fora o fermento, a maldade, e a celebrar a Páscoa de Cristo com os “pães ázimos” da “pureza” e da “verdade”. Assim, todos nós somos convidados e continuar durante a Páscoa o nosso processo de purificação pessoal, pela oração e pela escuta da Palavra de Deus, a fim de sermos uma massa nova para Cristo, um pão ázimo de pureza e verdade.
Que a alegria da Páscoa nos conduza nestes dias!
A oração coleta da Missa de hoje diz: “Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade.” A vida cristã está mergulhada nesse mistério. Cristo, ao morrer e ressuscitar, abriu para nós as portas do paraíso. Temos agora a certeza de que a morte não tem e nem jamais terá poder sobre nós. Podemos entregar as nossas vidas sem medo. Podemos até mesmo perder a nossa vida por causa de Cristo, dar o nosso corpo à morte, porque temos assegurada a vida eterna com Ele.
O Evangelho e a primeira leitura de hoje nos falam do testemunho que se deve dar de Cristo Ressuscitado; em outras palavras: da necessidade de se levar esse alegre anúncio a todas as pessoas.
O evangelho é o relato da ressurreição segundo São João. Logo no v.2 João diz que Maria Madalena, ao ver que a pedra tinha sido removida do túmulo, “correu e foi” dizer a Simão Pedro o que havia acontecido. João poderia apenas ter dito que Maria Madalena “foi” relatar o ocorrido a Simão, todavia, ele utiliza dois verbos na sua frase e, o primeiro, é o verbo treko que significa “correr” como os atletas correm num estádio. Qual uma atleta, Maria Madalena, sem perder tempo, correu para anunciar aos discípulos o mistério. Particularmente, ela foi anunciar àquele que tinha o dever de confirmar a fé dos irmãos: Simão Pedro (cf. Lc 22,32).
Simão Pedro e o “outro discípulo” correram para chegar ao túmulo. Embora o “outro discípulo” tenha chegado primeiro que Pedro, este deixou Pedro entrar primeiro, deixando que aquele a quem foi confiado o cuidado dos doze fosse a primeira testemunha, depois de Maria Madalena, do sepulcro vazio. O Evangelho termina com a profissão de fé do discípulo: Ele viu e acreditou. Mais à frente, já no final do seu evangelho, João vai dizer que ele é o discípulo “que dá testemunho dessas coisas” (cf. Jo 21,24). João vê o túmulo vazio, encontra o ressuscitado, e dá testemunho (martiréo) disso aos irmãos. Ele é o “mártir”, a testemunha de Cristo; assim como Maria Madalena, que também não reteve para si a alegria da ressurreição, mas foi anunciá-la aos irmãos.
Na primeira leitura temos o eloquente testemunho de Pedro. Pedro está na casa de um centurião romano e lá pronuncia o seu discurso, o seu “testemunho” a respeito de Cristo. Pedro define a sua pregação como uma ordem de Cristo, que os mandou “pregar” (kerysso) e testemunhar (diamartyromai) que Cristo foi constituído pelo Pai, pelo mistério da sua ressurreição, juiz dos vivos e dos mortos. O núcleo do testemunho de Pedro na casa de Cornélio é a “ressurreição de Jesus”. Em poucas palavras Pedro sintetiza a vida pública de Jesus, desde a sua unção no Jordão, até a sua glorificação. O núcleo da pregação é o versículo 40: ...Deus o ressuscitou no terceiro dia... Assim como Maria Madalena e João, Pedro não retém para si a alegria deste anúncio, mas o comunica a todos. É pelo poder deste mistério anunciado que muitos se converteram à fé e receberam o batismo, como acontece no final deste discurso de Pedro, em At 10,44-48, quando o Espírito Santo “cai” sobre os ouvintes, ainda pagãos, e estes recebem o batismo tornando-se “fiéis”.
Nós somos hoje os portadores desta alegria pascal. Também para nós um anjo, o sacerdote que nas nossas assembleias entoou na Vigília Pascal o Aleluia, nos anunciou que o sepulcro está vazio e que Cristo ressuscitou. Nós agora devemos ser os “mártires”, as “testemunhas”, como Maria Madalena, João e Pedro. Não podemos guardar a alegria pascal para nós, mas devemos comunicá-la a todos os que encontrarmos. Esse anúncio encherá de gozo e de esperança o mundo mergulhado ainda nas trevas do pecado e da distância de Deus.
O salmista nos convida a nos alegrarmos neste “dia que o Senhor fez para nós”. O Tempo Pascal é um “grande dia”, um dia que dura “cinquenta dias” e que deve ser vivido, como ensina a Igreja, como “um só dia de festa”, “como um grande domingo”, tomando a expressão de Santo Atanásio, no qual a alegria pascal deve estar em nosso coração e em nossos lábios, sendo anunciada aos irmãos.
A liturgia deste domingo nos oferece duas opções de segunda leitura que podem ser tomadas ad libitum. A primeira é um trecho de Colossenses. O apóstolo convida os cristãos desta comunidade a viver de acordo com a realidade nova inaugurada neles a partir da Páscoa. É um tema bem próprio da teologia paulina: a identificação entre Cristo e o cristão. “Se ressuscitastes com Cristo” vai dizer o apóstolo, “esforçai-vos” por alcançar as coisas do alto, ou seja, aquilo o que é próprio do homem novo, que foi ressuscitado com Cristo. Aspirai ao que é celeste e não ao que é terrestre. A “ascese”, ou seja, o esforço para viver uma vida segundo Deus não termina com a quaresma. Muito mais agora, na Páscoa, motivados pela realidade nova que foi gerada em nós a partir da ressurreição de Cristo, devemos nos “esforçar” para viver de maneira melhor, à altura de pessoas que foram resgatadas pelo Ressuscitado!
A segunda opção é um trecho da 1Coríntios: Paulo utiliza uma imagem bem judaica. Não se podia comer pão fermentado durante a Páscoa, para se lembrar que os judeus, quando saíram do Egito, praticamente expulsos por causa da calamidade que matou os primogênitos, não puderam nem mesmo esperar a massa do pão levedar (cf. Ex 12,33-34). Com o passar do tempo essa imagem do fermento na massa ganhou também um sentido espiritual. Até hoje os judeus limpam as suas casas tirando dela todo o pão fermentado durante a Páscoa. Como, com a higiene moderna, ninguém tem pão espalhado pela casa (ou pelo menos não deveria ter!), costuma-se embrulhar pequenos pedaços de pão fermentado e espalhá-los pela casa, para que as crianças os achem. Cada pedaço achado vale um presente. Depois vem o ensinamento: assim como tiramos das nossas casas o pão fermentado, também devemos tirar do nosso coração o fermento da maldade, que contamina todo o nosso corpo, assim como o fermento leveda toda a massa. Paulo se utiliza dessa imagem para convidar os cristãos a jogar fora o fermento, a maldade, e a celebrar a Páscoa de Cristo com os “pães ázimos” da “pureza” e da “verdade”. Assim, todos nós somos convidados e continuar durante a Páscoa o nosso processo de purificação pessoal, pela oração e pela escuta da Palavra de Deus, a fim de sermos uma massa nova para Cristo, um pão ázimo de pureza e verdade.
Que a alegria da Páscoa nos conduza nestes dias!
PARA REFLETIR
Hoje é o dia mais solene do ano: é a
Páscoa!
Aquele
que vimos envolto em sangue, tomado pelas dores da morte na Sexta-feira, Aquele
que velamos respeitosamente no silêncio da morte no Sábado, agora proclamamo-lo
Ressuscitado, Vivo, Vitorioso!
Hoje
pela manhã, “quando ainda estava escuro”,
nossas irmãs foram ao túmulo e encontraram-no aberto e vazio! Elas correram
apavoradas: foram contar ao nosso líder, Simão Pedro. Ele foi também ao túmulo
com o outro discípulo, aquele que Jesus amava: viram as faixas de linho no
chão… O túmulo estava vazio… O que acontecera? Roubaram o corpo? Os judeus levaram-no?
Que houve? Que ocorrera?
Na
tarde de hoje, dois outros irmãos nossos estavam voltando para Emaús, sem
esperança nenhuma: voltavam para sua vida de cada dia… estavam deixando a
Comunidade dos discípulos, a Igreja que ia nascer: Jesus morrera, tudo acabara,
a esperança fora embora… Mas, um Desconhecido começou a caminhar com eles, e
lhes falava sobre tudo quanto a Escritura havia predito a respeito do Messias:
sua pregação, suas dores, sua derrota, sua morte, sua vitória final… E o
coração daqueles dois começou a encher-se de nova esperança, a arder de
alegria! Eles, agora, começavam a compreender: tudo quanto havia acontecido com
Jesus não fora simplesmente um cego absurdo, uma loucura, um sinal de maldição!
Tudo fazia parte de um incrível projeto de amor do Pai: “Será que o Cristo não devia
sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, o que é mais
impressionante: ao sentarem-se à mesa, o Desconhecido tomou a iniciativa, não
esperou o dono da casa: pegou o pão e deu graças, partiu-o…. Coisa impressionante,
irmãos: os olhos daqueles dois se abriram, e eles o reconheceram: era Jesus!
Jesus vivo! Jesus reconhecido nas Escrituras e no partir o pão! Como mais uma
vez, acontecerá agora, nesta Missa! Os dois voltaram, imediatamente a Jerusalém
e, lá, a alegria foi maior ainda: os apóstolos confirmaram: “Realmente, o Senhor
ressuscitou e apareceu a Simão Pedro!”
Irmãos,
por esta fé nós vivemos, por esta fé somos cristãos, por esta fé empenhamos a
vida toda! Neste Dia santíssimo, Jesus entrou na glória do Pai. Nós continuamos
aqui; ele já não mais está preso a dia algum, a tempo algum, a limitação
alguma: ele entrou na eternidade de Deus, na plenitude do seu Deus e Pai!
Irmãos, escutai: a Morte, hoje, foi vencida! Jesus abriu o caminho, Jesus
atravessou o tenebroso e doloroso mar da Morte, Jesus entrou no Pai! Jesus
“passou”, fez sua Páscoa!
Mas,
não só: ele fez isso por nós, por cada um de nós: “Vou preparar-vos um lugar… a fim de que, onde eu estiver,
estejais vós também” (Jo 14,2-3). Ele, que morrera da nossa Morte,
tem agora o poder de nos dar a sua vitória. Para isso, irmãos, ele nos deu, no
Batismo, o seu Espírito de ressurreição, o mesmo no qual o Pai o ressuscitou na
madrugada de hoje!
Irmãos,
eis a Páscoa de Cristo e nossa! Na certeza desta vida nova, renovemos nossa
própria vida! “Se ressuscitastes com Cristo,
esforçai-vos para alcançar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à
direita de Deus!” Vivamos uma vida nova em Cristo! Crer na sua
ressurreição, viver sua vida de ressuscitado é, já agora, viver numa
perspectiva nova, viver com o olhar a partir da Eternidade. São Paulo nos diz,
para a Festa de hoje:“Cristo, nosso Cordeiro pascal,
foi imolado. Celebremos a Festa, não com o velho fermento, nem com o fermento
da maldade ou da perversidade, mas com os pães sem fermento de pureza e de
verdade”. É o pão sem fermento, pão ázimo, da Eucaristia que vamos
comer daqui a pouco; pão que é o próprio Cordeiro imolado, Cordeiro pascal,
Cordeiro que tira o pecado do mundo! Nós vamos entrar em comunhão com ele, vivo
e vencedor!
Irmãos,
Irmãs!
Pelo
dia de hoje, não mais tenhamos medo do pecado, da maldade e da morte! Pela
festa deste hoje bendito, abramos nosso coração a Deus e aos irmãos! Pela Páscoa
que estamos celebrando, perdoemo-nos, acolhamo-nos e demo-nos a paz! Terminemos
com as comoventes palavras da Liturgia Bizantina:
Dia da Ressurreição,
resplandeçamos, ó povos!
Páscoa do Senhor! Páscoa!
Cristo
Deus nos fez passar
da
morte à vida, da terra ao céu,
entoando
o hino de sua vitória!
Purifiquemos
os sentidos e veremos
a
Luz inacessível da Ressurreição
a
Cristo resplandecente
que
diz: Alegrai-vos!
Exultem os céus e a terra.
Exulte
o universo inteiro, visível e invisível:
Cristo
ressuscitou. Alegria eterna!
Exultem
os céus e exulte a terra,
faça
festa todo o universo
visível
e invisível.
Alegria
eterna,
porque
Cristo ressuscitou!
Dia da Ressurreição,
resplandeçamos,
ó povos:
Cristo
ressuscitou dentre os mortos,
ferindo
com sua morte a própria morte
e
dando a vida aos mortos em seus túmulos.
Ressurgindo
do túmulo,
como
havia predito
Jesus
nos deu a vida eterna e a grande misericórdia!
Este é o Dia que o Senhor fez:
seja
ele nossa alegria e nosso gozo!
Páscoa
dulcíssima,
Páscoa
do Senhor, Páscoa!
Uma
Páscoa santíssima nos amanheceu.
Páscoa! Plenos de gozo,
abracemo-nos
todos!
Ó
Páscoa, que dissipas toda tristeza!
É o Dia da Ressurreição!
Irradiemos
alegria por tal Festa,
abracemo-nos
mutuamente
e
chamemos de irmãos até àqueles que nos odeiam;
perdoemos-lhes
tudo
por
causa da Ressurreição,
e
gritemos sem cessar dizendo:
Cristo ressuscitou dentre os
mortos,
ferindo
a morte com a sua morte
e
dando a vida aos mortos em seus túmulos!
Amados
Irmãos, queridas Irmãs, Surrexit Dominus vere! O Senhor ressuscitou
verdadeiramente! Aleluia! Feliz Páscoa!
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