O
atentado em Orlando considerado indizível e absurdo pela Conferência Episcopal
dos Estados Unidos através de seu presidente Dom Joseph Kurtz, depõe contra a
convivência humana e constitui um crime de terrorismo contra cidadãos e irmãos.
Neste ano jubilar da misericórdia seria oportuno e salutar ampliar o diálogo e
a compreensão entre as religiões para proteger a vida e a dignidade das pessoas
além das suas formas de pensamento, expressão ou mesmo de pautar a sua
existência. Uma cultura que afirma a misericórdia e a tolerância acolhe a
pessoa como dom precioso, na sua originalidade e irrepetibilidade, como filho
de Deus e irmão da espécie humana.
Desconsiderar
ou eliminar uma pessoa é uma grave ofensa contra Deus e a fraternidade
universal, pois abdicamos da nobreza, honra e veneração que merece cada ser
humano. É verdade que foi um ato individual de um sujeito insano e
desequilibrado, mas não podemos ignorar ou menosprezar o caldo de cultivo do
discurso do ódio e da discriminação que impregna a mente e as atitudes de muita
gente que divide a humanidade em pessoas certas e identificadas com a sua ideologia
e forma de pensar excludente e os outros como inimigos, que devem desaparecer
do convívio social.
A
civilização do Amor e da Concórdia pressupõe a alteridade e o respeito
recíproco, não esquecendo a verdade antropológica e os valores cristãos, mas é
bom recordar que mesmo o filósofo ateu Richard Dawkins diz que preferia morar
num país de cultura cristã, porque ali se respeitavam os direitos humanos, não
haviam homens bombas que implodem prédios e trucidam vidas humanas.
A
parábola do bom samaritano nos ilustra que toda pessoa é nosso próximo, e que
devemos nos inclinar para olhar com misericórdia e compaixão curando suas
feridas e consolando. Solidariedade e atenciosa oração para as vítimas e
familiares do trágico atentado de Orlando. Deus traga consolo e paz!
Dom
Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de
Campos (RJ)
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