A organização
humanitária Internacional Christian Concern (ICC) denunciou que um grupo de
radicais muçulmanos teria atacado e incendiado mais de 80 casas na aldeia
Al-Beida no Egito, no mês de junho, devido ao rumor de que se construía um
templo cristão na região.
O ataque à
aldeia foi realizado em meio aos gritos como “o Egito continuará sendo
islâmico!”.
Mousa Zarif,
residente da aldeia, assinalou à organização cristã que a tarde da sexta-feira,
17 de junho, “depois da oração do meio-dia, um grande número de fanáticos
muçulmanos se reuniu em frente à nova casa do meu primo, Naim Aziz”, a qual
ainda está sendo construída.
O grupo de
muçulmanos, indicou, reuniu-se “devido a um rumor difundido na aldeia de que
este edifício se converteria em uma igreja”.
“Estavam
gritando lemas contra nós. Entre estes lemas estava: ‘de maneira alguma haverá
uma igreja aqui’”.
O edifício, que
os muçulmanos temiam que fosse um templo cristão, era simplesmente uma casa.
De acordo com a
International Christian Concern, os cristãos não têm um templo na aldeia, por
isso participam das celebrações da igreja ortodoxa copta da Santa Virgem e o
Arcanjo São Miguel, a sete quilômetros.
O grupo de
radicais destruiu o edifício, atacou a família proprietária do local, para
depois estender sua violência às casas cristãs vizinhas, jogando pedras,
saqueando e incendiando casas. Calculam danos de aproximadamente 500 mil pesos
egípcios (mais de 56.300 dólares).
Além disso,
Zarif assinalou que o grupo de radicais muçulmanos “também interceptou o
automóvel do Pe. Karas Naser, o sacerdote da igreja copta da Santa Virgem e o
Arcanjo São Miguel quando chegou à aldeia”.
“Atacaram o
sacerdote, mas alguns muçulmanos moderados intervieram, resgataram-no de suas
mãos e tiraram o padre do automóvel”, indicou.
As autoridades
chegaram ao local, mas foram incapazes de deter o grupo de radicais, que
continuou queimando casas e automóveis em frente à polícia. Em seguida,
prenderam seis homens muçulmanos, mas foram libertados nessa mesma noite.
A polícia também
deteve seis homens cristãos, depois os libertaram sob fiança e os acusaram de
construir um edifício e realizar orações sem permissão.
O administrador
regional do ICC para a Ásia do Sul, William Stark, denunciou que este
acontecimento na aldeia cristã “mostra como os cristãos no Egito são tratados
como cidadãos de segunda classe”.
“É abominável
que as vítimas destes ataques fossem acusadas de crimes, enquanto os
perpetradores continuam desfrutando de total impunidade”, criticou.
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ACI Digital
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