A decisão do
Patriarcado de Moscou de participar ou não do histórico Concílio pan-ortodoxo
que deveria ser realizado em Creta do 16 ao 26 de Junho era esperado há dias.
Após a rejeição das Igrejas Ortodoxas da Bulgária, Sérvia, Antioquia e Georgia,
o não de Moscou, com os seus cem milhões de fieis, teria sido o golpe não
indiferente ao evento histórico, jamais realizado desde 1054, quando se
consumou o cisma do Oriente.
Bem, a decisão
chegou agora e congelou toda esperança. Com um texto longo e detalhado
preparado depois de uma reunião especial do Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa, o
Patriarcado de Moscou anunciou a sua recusa oficial para participar.
O metropolita
Hilarion, chefe do Departamento para as relações eclesiásticas exteriores de
Moscou, insistiu sobre a necessidade do adiamento, por causa das já anunciadas
deserções de outras Igrejas locais. “Todas as Igrejas deveriam participar do
Concílio pan-ortodoxo, e apenas nesse caso, as decisões do Concílio seriam
legítimas”, declarou Hilarion, citado pelas agências russas.
As igrejas que
decidiram não participar criticam os rascunhos dos comunicados pré-conciliares
(especialmente o documento sobre o matrimônio e sobre o ecumenismo), os
procedimentos estabelecidos para os trabalhos e os problemas de jurisdição dos
ortodoxos do Qatar entre as Igrejas de Jerusalém e de Antioquia, que até hoje
impedem uma comunhão eucarística.
Daí a afirmação
do Patriarcado de Moscou: “A única solução possível, neste caso, é continuar o
trabalho preparatório do Santo e Grande Concílio e chegar a um acordo entre
todas as Igrejas Ortodoxas sobre a sua convocação para uma data posterior”.
A convocação do
Concílio no qual se está trabalhando a cerca de 50 anos, foi anunciada em
janeiro desse ano, ao final de uma reunião na Suíça, em Chambésy, de todos os
patriarcas das 14 Igrejas Ortodoxas autocéfalas.
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ZENIT
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