O Santo e Grande
Sínodo das Igrejas Ortodoxas realizado desde 19 de junho na Ilha de Creta,
concluiu-se este domingo (26) com a celebração da Sagrada Liturgia na
Igreja de São Pedro e Paulo, em Chania. A mensagem divulgada ao final dos
trabalhos reitera que a ortodoxia quer dialogar “com o mundo inteiro na
história presente, com todas as suas potencialidades, riscos, ilusões,
interrogações e respostas”.
Vontade
de superar as dificuldades
A mensagem do
Sínodo da Igreja Ortodoxa foi lida após o Evangelho e foi dirigida às
populações ortodoxas e a todas as pessoas de boa vontade. O documento -
aprovado no sábado pelos 230 bispos e hierarcas das 10 Igrejas ortodoxas
autocéfalas participantes do encontro – sintetiza o significado do evento,
percebido por todos os participantes como “histórico”.
Ainda no sábado,
concluindo as sessões, o Patriarca Bartolomeu I havia sublinhado a alegria e a
esperança que brotaram como primeiros frutos do Sínodo, não obstante todas as
dificuldades e a dor pela ausência de quatro Igrejas autocéfalas - da Rússia,
Geórgia, Bulgária e Antioquia – anunciada poucos dias antes do início do
evento.
Na discussão dos
seis documentos “nem tudo foi rosas e flores, mas houve a vontade de todos de
superar as dificuldades com a iluminação do Espírito, que nos leva à concórdia,
e esta é a maior contribuição que levamos à nossa Igreja e a toda a humanidade”.
E completou: ‘Todos juntos escrevemos uma nova página da história e
glorificamos a Deus por isto’”.
Exortação
ao diálogo entre os ortodoxos e com outras Igrejas e religiões
A mensagem final
é uma grande apologia ao diálogo. Diálogo entre as Igrejas Ortodoxas antes de
tudo, para levar o testemunho do Evangelho de amor, paz, justiça e
reconciliação, que sentem como o seu chamado diante dos desafios do mundo de hoje.
Mas também diálogo com as outras Igrejas cristãs, aquele diálogo ecumênico pelo
qual o Patriarca Ecumênico trabalhou incansavelmente em seus 25 anos de
ministério, porque , como disse no sábado, “a unidade ortodoxa serve também
para a causa da unidade dos cristãos”. E depois o diálogo inter-religioso: “A
explosão do fundamentalismo que vemos em diversas religiões representa uma
expressão de uma religiosidade doente. Um sério diálogo inter-religioso ajuda
de modo significativo a promover confiança recíproca, paz e reconciliação”.
Diálogo
com o mundo contemporâneo
Mas o diálogo
que a Igreja Ortodoxa quer abrir, e que será levado em frente em modo
processual com outros sínodos – e isto já foi entendido claramente – é com o
mundo inteiro, na história presente, com todas as suas potencialidades, riscos,
ilusões, interrogações e respostas. Um processo de diálogo se abre, e – como
foi dito sexta-feira na coletiva de imprensa – não é possível antecipar os
êxitos dele, mas é um fruto positivo em si mesmo.
Nova postura
no terceiro milênio
As Igrejas
Ortodoxas entram no terceiro milênio com uma atitude nova e aceitam o desafio
de fazê-lo, permanecendo fieis às suas tradições. “O Santo e Grande Concílio
abriu um novo horizonte para o mundo na sua variedade e multiplicidade.
Enfatizou a nossa responsabilidade no lugar e no momento, sempre com a
perspectiva da eternidade. A Igreja Ortodoxa, mantendo intacto o seu caráter
sacramental d soteriológico, é sensível à dor, à angústia e à invocação de paz
e justiça dos povos do mundo. E ‘proclama, dia após dia, a boa nova da Sua
salvação, anunciando a Sua glória entre as nações e as Suas maravilhas entre
todos os povos’ (Sal 95)”. (JE/Blog “Regno”).
___________________________________
Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário