A Basílica Nossa
Senhora do Carmo, que fica no Centro de Campinas (SP), foi alvo de vandalismo e
amanheceu com a porta principal pichada neste domingo (26). Quando os fiéis
chegaram para a missa desta manhã encontraram escritas as palavras "aborto
livre" com tinta branca.
Segundo a dona
de casa Ana de Oliveira, que foi a missa nesta manhã, o clima era de tristeza e
indignação entre os fiéis.
"Uma judiação o que fizeram. Ninguém
sabe quem foi, pois foi pichada durante a madrugada. Eu frequento a missa todo
domingo às 10h e ficou um ar de tristeza e falta de respeito com a casa de
Deus. É um absurdo. Tem que ter respeito, né, com qualquer religião",
afirmou.
Taxistas da
Praça Bento Quirino ficaram revoltados com a pichação da porta principal da
Basílica. Segundo testemunhas, quatro adolescentes que participavam do
“esquenta” da Parada Gay no sábado (25), por volta das 21h, atravessaram a
Avenida Benjamin Constant com latas de sprays e picharam a igreja, uma banca de
jornal da Praça, o busto de César Bierrenbach e a porta de um restaurante
japonês na Rua Sacramento.
História
A Basílica do
Carmo está em fase final de restauração, obra custeada com recursos dos
paroquianos que consumiu R$ 600 mil apenas na fachada entregue no final do ano
passado. A ação de vandalismo revoltou fieis e o pároco, Cônego Jeronymo
Antonio Furian, que lamentou a falta de educação de algumas pessoas e o
desrespeito com o patrimônio histórico da cidade. “Há oito anos lutamos para
concluir a restauração do prédio. O imóvel já foi pichado duas vezes. Dessa vez
escreveram ‘Aborto Livre’ na entrada e ‘Corpo Livre’ na lateral”, disse o
cônego.
Passando
pela praça da Basílica do Carmo, a caminho do ponto de ônibus, a auxiliar de
cozinha Maria Quitéria Almeida, 32 anos, considerou um absurdo a falta de
respeito com o prédio da igreja. “Não concordo com a frase e nem com o que
fizeram”, criticou.
A Guarda
Municipal chegou uma hora após o chamado. De acordo com reclamações dos
taxistas, os GMs teriam se negado a acompanhar o taxista João Francisco
Bonzanino, que chamou a polícia e se dispôs a identificar as quatro garotas,
que aparentavam ter em torno de 15 anos. Outra testemunha disse que a ação foi
filmada pela câmera da Cimcamp. “Basta agora vontade para identificar as
autoras”, disse Bonzanino. “Que respeito se pode ter com pessoas que fazem
isso?”, questionou. O comando da GM informou não ter registro de chamada para
essa ocorrência na Central Integrada de Monitoramento, mas vai apurar o que
aconteceu.
Na
tentativa de encobrir os estragos, a igreja mantém uma lata de tinta da mesma
cor do prédio, o problema maior é recuperar a aparência da enorme porta de
entrada feita em madeira de lei. “Vamos entrar em contato hoje com a empresa de
engenharia responsável pela obra. É uma pena porque a obra vem sendo feita com
muita luta”, lamentou.
O prédio é
tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc).
Ele foi construído em estilo neogótico e na última década do século XIX, passou
por restauração.
A Basílica do Carmo como pode ser vista hoje foi inaugurada em 16 de julho de 1940, após ter sido reconstruída sob os fundamentos da matriz antiga de taipa de pilão. O projeto da igreja previa uma construção mais alta, em legítimo estilo gótico, mas a crise do café fez minguar os recursos e abaixou a altura do templo. O edifício mede 18,50 m de frente e 52,20 m de fundo, segundo informações do site da igreja.
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Com infomações: G1/ Correio Popular
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