Na Alemanha, os católicos, depois de uma separação e de um
casamento posterior, não estão mais, em princípio, excluídos da comunhão. A
decisão é da Conferência
Episcopal Alemã, que chegou a essa conclusão a partir da
exortação apostólica Amoris laetitia, do ano
passado.
Nesse
documento, o Papa Francisco ressaltou
a importância da decisão em consciência, comunicaram os bispos na quarta-feira
em Bonn. Assim, em casos individuais, a decisão de se
aproximar da Eucaristia deve ser respeitada. O processo de decisão deve ser
acompanhado por um diretor espiritual.
Não se trataria, portanto, de uma liberalização geral,
enfatizaram os bispos: “Nem todos os fiéis cujo matrimônio fracassou e que
estão separados e se casaram de novo podem receber os sacramentos
indiscriminadamente”.
Até agora, os divorciados que contraíram um novo matrimônio não
podem receber a comunhão, porque, segundo a doutrina católica, vivem em estado
de culpa grave. Durante um ano inteiro, os bispos católicos alemães tentaram
chegar a uma declaração pastoral comum, para poderem implementar as indicações
do documento do papa em todas as dioceses.
Alguns bispos conservadores alertavam contra uma liberalização
dos sacramentos, o que colocaria em discussão a indissolubilidade do
matrimônio. Os cardeais alemães Joachim Meisner e Walter Brandmüller,
por isso, se opuseram à linha proposta pelo papa. Junto com outros dois
cardeais, um italiano e um estadunidense, pediram a Francisco, no ano
passado, um esclarecimento sobre alguns pontos ambíguos, na
opinião deles.
A Conferência Episcopal Alemã também anunciou que quer melhorar a
preparação para o matrimônio e dar mais peso para a pastoral para os cônjuges.
O Comitê Central dos Católicos Alemães e o movimento de leigos católicos “Nós somos Igreja” acolheram favoravelmente a declaração
dos bispos. No entanto, o “Nós somos Igreja” lamentou
o fato de os bispos alemães terem levado nada menos do que nove meses antes de
chegarem a um acordo sobre uma declaração conjunta. E que, do ponto de vista
ecumênico, justamente no ano do 500º aniversário da Reforma, é decepcionante uma declaração dos
bispos alemães que ainda afirma que “nos casamentos mistos também não é
possível a plena comunhão na ceia do Senhor”.
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Fonte: Frankfurter
Allgemeine
Disponível em: IHU Unisinos
Tradução de: Moisés
Sbardelotto
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