A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) lançou no domingo 1º uma campanha nas redes sociais e em veículos de
comunicação católicos em defesa do papa Francisco e do Sínodo da Amazônia. A
intenção é rebater críticas de dentro e de fora da Igreja ao encontro marcado
para outubro em Roma. A campanha foi divulgada com duas frases para marcar o
conteúdo nas redes sociais: #euapoioosínodo e #euapoioopapa.
CNBB e Rede Eclesial Pan-Amazônica vão
distribuir vídeos com depoimentos de bispos e uma série documental gravada
durante a preparação do Sínodo. A entidade quer que as TVs católicas de todo o
país produzam conteúdo próprio em defesa do Sínodo e do pontífice.
O Sínodo da Amazônia é uma resposta do papa
Francisco às queimadas e ao desmatamento na Amazônia. Segundo ele, “o objetivo
principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização
daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente
esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da
Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta.”
O Sínodo será realizado no Vaticano entre os
dias 6 e 27 de outubro.
Alas conservadoras ligadas à Igreja questionam
o Sínodo e veem interferência em “soberanias nacionais”. No sábado 31, o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou que a Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) monitora o evento. “Tem muita influência política lá, sim”,
afirmou ele. Bispos do Sínodo dizem sentir-se “criminalizados”.
Inconformados com o tom dos organizadores do
Sínodo, representantes de grupos conservadores ligados à Igreja Católica vão
realizar nos dias 4 e 5 de outubro, também em Roma, um encontro para contestar
a abordagem sobre a questão ambiental. Abaixo-assinado com 20.000 assinaturas
colhidas na região amazônica será entregue à cúpula da Igreja e repete o
discurso do governo ao falar em “inaceitável” atentado à soberania.
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Estadão
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