O
Egito pediu, nesta terça-feira (17), uma intervenção das Nações
Unidas contra os terroristas do Estado Islâmico na Líbia. A Itália, país
europeu mais próximo, se preocupa com possíveis ataques dos terroristas.
A diplomacia
internacional corre para evitar um ataque pesado à Líbia. Por enquanto, só o
Egito bombardeia as instalações do Estado Islâmico, que avança em território
líbio. É a resposta do governo do Cairo à decapitação de 21 cristãos coptas,
anunciada dois dias atrás em um vídeo. Outros 35 egípcios foram capturados, a
maioria camponeses, e o Egito quer um ataque guiado pela ONU.
A União Europeia
se posicionou contrária. Uma intervenção militar do Ocidente ajudou a derrubar
o ditador Muammar Kadhafi em 2011. Mas, desde então, o país vive dividido entre
várias facções.
A Itália colonizou a Líbia em dois períodos diferentes no século XX. Esta semana, a embaixada em Trípoli foi fechada e dezenas de cidadãos italianos foram retirados de barco, sob a vigilância da Força Aérea da Itália.
Agora, o governo
pensa em mandar 5 mil homens para organizar um ataque e evitar que os
terroristas entrem em terras italianas.
O maior temor é que entrem por Lampedusa, a ilha da Sicília que recebe milhares de migrantes por ano, que partem justamente da Líbia. Os combatentes do Estado Islâmico poderiam se esconder entre eles.
A Itália está diante de uma encruzilhada: no vídeo da execução, os terroristas anunciaram que se encontram ao sul de Roma, ou seja, na Líbia, a poucos quilômetros da capital italiana. O serviço secreto italiano avalia que o país nunca correu tanto risco.
Coptas mortos por serem cristãos |
Hoje
(18), o governo da Itália advertiu que o tempo está acabando para resolver a
situação na Líbia, onde o risco de fusão entre o grupo jihadista Estado
Islâmico (EI) e outras milícias locais é "evidente".
"A
deterioração da situação requer uma mudança de ritmo pela comunidade
internacional antes que seja muito tarde. O tempo não é infinito", declarou
o ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, que advertiu para
o risco "evidente" de fusão entre o EI e milícias locais.
"Nos
encontramos diante de um país com um território imenso e instituições
deficientes e isto tem consequências potencialmente graves, não apenas para
nós, mas também para a estabilidade e a continuidade dos processos de transição
nos Estados africanos vizinhos", explicou.
"A
única solução para a crise líbia é política", disse, antes de destacar que
a Itália não quer "aventuras e ainda menos cruzadas".
A Itália
espera que a reunião do Conselho de Segurança da ONU, prevista para esta
quarta-feira em Nova Iorque, proporcione a consciência da necessidade de
"redobrar os esforços para favorecer o diálogo político" na Líbia.
Em outubro do
ano passado, a revista digital do grupo terrorista Estado Islâmico, “Dabiq”,
expôs na capa uma montagem fotográfica do exterior da basílica de São Pedro com
uma bandeira negra do movimento extremista e a manchete: “A cruzada fracassada”.
O artigo que
acompanha a montagem ataca Roma e os romanos como “cruzados ocidentais” e
define o presidente dos EUA, Barack Obama, como “o chefe do mal”.
As fotos e os
artigos da revista on-line do grupo terrorista elogiam a violência, inclusive
nos casos dos reféns decapitados. Em um dos textos, os radicais falam dos
yazidis, um dos povos mais antigos do Oriente Médio, reduzidos agora à escravidão.
Mulheres e crianças dessa e de outras minorias são sequestradas e vendidas. Os
homens, sem chances de defesa diante do poderio das armas dos terroristas, são
assassinados.
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Com informações: G1 e Jornal do Commercio
Algumas adaptações de nossa parte.
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