Mortos
somente por serem cristãos: disse o Papa Francisco durante um encontro no
Vaticano com os representantes da Igreja Reformada da Escócia, referindo-se aos
mais de 20 coptas egípcios mortos pelos jihadistas do autoproclamado Estado
Islâmico.
O Papa
Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira o Moderador da
Igreja Reformada da Escócia. No seu discurso o Papa exprimiu antes de tudo
satisfação por encontrá-los enquanto representantes da Igreja da Escócia e de
partilhar com eles o empenho ao serviço do Evangelho e da unidade dos cristãos.
O Papa
notou em seguida que ao desenvolvimento da rica tradição histórica e cultural
da Escócia contribuíram ilustres e santas figuras cristãs pertencentes a
diferentes denominações e que o estado actual das relações ecuménicas na
Escócia testemunha que aquilo que nós, como cristãos, temos em comum, é
maior que o que nos pode dividir. Nesta base, o Senhor nos chama a procurar
formas mais eficazes para superar velhos preconceitos e encontrar novas formas
de entendimento e colaboração, sublinhou o Papa.
E
constatou com alegria que as relações entre a Igreja da Escócia e a Igreja
Católica se desenvolveram a tal ponto que os desafios da sociedade
contemporânea são abordados através de uma reflexão comum e, em muitos casos,
somos capazes de falar a uma só voz sobre questões que tocam de perto as vidas
de todos os fiéis, reiterando que neste nosso mundo globalizado e muitas vezes
desorientado o testemunho cristão comum é um requisito necessário para que os
nossos esforços de evangelização sejam eficazes.
Somos
peregrinos e peregrinamos juntos, continuou o Papa, e devemos aprender a
"abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e
olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto único Deus”.
E o Papa
Francisco reconheceu que a fé e o testemunho cristão são hoje confrontados com
desafios tais, que somente através da combinação dos nossos esforços, poderemos
fazer um serviço eficaz à família humana e permitir que a luz de Cristo
possa chegar a todos os cantos escuros do nosso coração e do nosso mundo. A
este ponto o Papa recorreu à sua língua-mãe para exprimi um profundo e triste
sentimento:
“Hoje
pude ler a notícia da execução dos 21, 22 cristãos coptas. Eles diziam
apenas: "Jesus ajuda-me". Foram assassinados pelo simples facto de
serem cristãos. No seu discurso, caro irmão, referiu-se àquilo que sucede na
terra de Jesus. O sangue dos nossos irmãos cristãos é um testemunho de grita.
Sejam católicos, ortodoxos, coptos, luteranos, não importa: são cristãos! E o
sangue é o mesmo. O sangue confessa Cristo. Recordando estes irmãos que
morreram simplesmente por confessarem Cristo, peço para que nos encorajemos
mutuamente a ir para frente este ecumenismo, que nos é encorajado pelo
ecumenismo do sangue. Os mártires são todos os cristãos”.
E o Papa
terminou convidando a rezar uns pelos outros e a continuar a caminhar juntos no
caminho da sabedoria, da benevolência, da fortaleza e da paz.
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Rádio Vaticano
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