O que poucos “católicos” conhecem é um dos maiores
orgulhos da Igreja, que, sendo santa, respeita a cultura dos povos que a adotam
como religião. Esses “católicos” geralmente são os primeiros a criticar a
Igreja. Sempre estão em uma rodinha que fica falando mal do Papa ou fazendo
coisas ainda piores. São um câncer na Igreja e não fazem nenhuma falta, pois só
estão dentro da Igreja para fazer mal.
Essas pessoas não conhecem e não fazem nenhum
esforço para conhecer a doutrina. Se dizem católicas, mas em nada obedecem a
Santa Igreja. Aceitam convites de pessoas de todas as religiões para irem
conhecer e sequer crêem na frase de São Cipriano (258 dC): “Extra ecclesiam
nulla salus”, ou seja, fora da Igreja não há salvação!
Para esses pseudo-católicos é que essa carta é
direcionada. Em especial, para aqueles totalmente ignorantes que desconhecem em
plenitude que o celibato não é algo plenamente obrigatório na Igreja. Poderia
aqui falar sobre a “relação” mirabolante entre pedofilia e celibato, mas não
vou me ater a essa temática que já foi abordada em nosso blog.
O catecismo da Igreja Católica fala sobre os ritos
orientais, isto é, ritos que fazem parte em plenitude da Igreja Católica
através de outras Igrejas igualmente católicas. Provavelmente, os
pseudo-católicos vão falar aqui que no oriente não há Igreja Católica e que
essas Igrejas as quais estamos nos referindo são as Igrejas Apostólicas
Ortodoxas. Puro engano!
Estamos aqui falando das Igrejas Orientais Católicas
Apostólicas Romanas, isto é, Igrejas que fazem parte da Santa Igreja Católica
Apostólica Romana, pois são submissas ao papado, o que é bem diferente das
Igrejas Apostólicas Ortodoxas que são cismáticas.
Para uma melhor explanação, vamos descrever
calmamente o que é necessário para compreender melhor o que se aborda aqui. A
Igreja Católica Apostólica Romana é constituída atualmente por 24 Igrejas
particulares Sui Juris. O que é isso?
Isso significa que temos no seio da Igreja, 24 Igrejas particulares submissas
ao papado, mas que têm diferentes ritos, formas organizacionais, tradições e
localizações geográficas. Comumente essas Igrejas têm um hierarca (Arcebispo
maior, Patriarca, Metropólita, etc.) que as coordena sob a autoridade papal.
Temos na Igreja situada no Ocidente, uma grande Igreja
chamada Igreja Católica Latina. Essa é a maior de todas as Igrejas Sui Juris e por isso todos acabam
confundindo-a com a Igreja Católica Apostólica Romana inteira. Entretanto, no
Oriente temos outras 23 Igrejas, que possuem certa autonomia e têm eparquias ao
invés de dioceses. Essas Igrejas Orientais não são cismáticas, pois estão em
plena comunhão com o papado.
Nessas 24 Igrejas temos uma variedade enorme de
ritos litúrgicos e tradições. Enquanto que no Ocidente um padre é
obrigatoriamente celibatário, no Oriente essa disciplina é opcional. Isso
ocorre porque o celibato foi instituído como obrigatório já no Concílio de
Latrão (1123 – 1125) e apenas nos ritos latinos da Igreja, ou seja, apenas no
ocidente. Antes desse concílio, o celibato era uma disciplina opcional.
No oriente as Igrejas já existiam há séculos e mais
séculos. Era muito forte na tradição dessas Igrejas que um padre pudesse
escolher entre o celibato e o casamento. Por esse motivo, a Igreja respeitou os
irmãos do oriente e não os obrigou a essa disciplina. Assim, no oriente até nos
dias de hoje um aspirante ao sacerdócio pode ser casado. Entretanto o casamento
deve ser realizado antes da ordenação do sacerdote, ou seja, um padre não pode
se casar, mas um homem casado pode ser ordenado.
Além disso, muitas das Igrejas Orientais foram
readmitidas no seio da Igreja depois do Concílio de Latrão. Isso ocorreu porque
em 1050 d.C. houve o Grande Cisma do Oriente, no qual uma boa parte das Igrejas
Orientais se separou formando as Igrejas Ortodoxas. Nessas Igrejas, em geral o
celibato não é obrigatório. Assim, com o tempo devido à tradição dessas
Igrejas, o Santo Padre foi acolhendo-as do jeito que eram, acertando apenas a
doutrina, mas não as tradições (não confundir com a Sagrada Tradição que é parte
da doutrina).
O celibato é uma disciplina que foi recomendada já
por Nosso Senhor Jesus Cristo. São Paulo também era celibatário e pedia que
quem pudesse, fosse celibatário como ele. Jesus mesmo disse que aqueles que
amavam muito o Reino dos Céus eram capazes de se fazer eunucos (Mt 19, 12). A
Igreja do rito latino quis que apenas os que aspirassem muito o Reino de Deus
se fizessem sacerdotes. Isso não é obrigar às pessoas a não se casarem, pois
querer ou não o sacerdócio é uma opção livre de cada um. A Igreja não obriga
que ninguém seja sacerdote e essa disciplina existe para ter apenas aqueles que
querem se dedicar inteiramente ao Reino dos Céus.
E quem disse que é só pelo sacerdócio que se pode
servir a Deus? Há na Igreja também os diáconos (que fazem boa parte do que os
sacerdotes podem fazer), ministros e leigos que fazem parte integrante da ação
da Igreja. E quanto à falta de sacerdotes, saibam os que criticam que nunca
houve tantas vocações nos seminários, ao contrário do que se pensa. Não é o casamento
que vai fazer com que uma pessoa se torne ou não sacerdote, pois na Igreja
Maronita, umas das Igrejas Orientais, também há falta de sacerdotes como na
Igreja Latina, mesmo o celibato sendo opcional.
Além das 24 Igrejas Sui Juris existem também os ritos próprios dessas Igrejas. Temos
dois grandes conjuntos de ritos na Santa Igreja que são os ritos ocidentais e
os ritos orientais. Os pseudo-católicos que tanto odeiam a Igreja não sabem
sequer que mesmo na Igreja Latina há uma grande variedade de ritos. Abaixo, uma
lista das Igrejas Sui Juris e dos
ritos utilizados por elas:
Ritos latinos - Igreja Católica Latina:
Rito
Romano (Tridentino e Paulino): O rito Tridentino é um
rito elaborado por São Pio V no qual o sacerdote se vira para a cruz
(automaticamente fica de costas para o público) e celebra a missa em latino. O
rito Paulino é o rito novo da Santa Missa. Foi elaborado pelo Papa Paulo VI e
pode ser celebrado em qualquer língua, inclusive no latim;
Rito
Ambrosiano;
Rito
Moçarabe;
Rito dos
Cartuxos;
Costume
Anglicano (em desenvolvimento para acolher os convertidos do
Anglicanismo).
Rito
Bizantino - Abaixo as Igrejas que usam esse rito e o ano de
sua readmissão:
Igreja Greco-Católica Melquita (1726);
Igreja Católica Bizantina Grega (1829);
Igreja Greco-Católica Ucraniana (1595);
Igreja Católica Bizantina Rutena (1646);
Igreja Católica Bizantina Eslovaca (1646);
Igreja Católica Búlgara (1861);
Igreja Greco-Católica Croata (1611);
Igreja Greco-Católica Macedónica (1918);
Igreja Católica Bizantina Húngara (1646);
Igreja Greco-Católica Romena unida com Roma (1697);
Igreja Católica Ítalo-Albanesa (esteve sempre em
comunhão com a Igreja Católica);
Igreja Católica Bizantina Russa (1905);
Igreja Católica Bizantina Albanesa (1628);
Igreja Católica Bizantina Bielorrussa (1596).
Ritos
Antioquenos – São utilizados pelas seguintes Igrejas:
Igreja Maronita (união oficial reafirmada em 1182);
Igreja Católica Siro-Malancar (1930);
Igreja Católica Siríaca (1781).
Ritos
Sírios orientais – São utilizados pelas seguintes Igrejas:
Igreja Caldeia (1692);
Igreja Católica Siro-Malabar (1599).
Rito
Arménio – Igreja Católica Arménia (1742).
Ritos
originários de Alexandria – São utilizados pelas seguintes Igrejas:
Igreja Católica Copta (1741);
Igreja Católica Etíope (1846).
Igreja Católica Eritreia (2015)*
Para saber mais sobre as Igrejas Orientais e seus
costumes é bom ler o Catecismo da Igreja Católica que aborda de forma bastante
eficiente as diferenças entre as Igrejas do Oriente e a Igreja Latina. Não há
nenhuma diferença na doutrina, mas apenas nos costumes e tradições. Quanto à
Sagrada Tradição, esta é a mesma nas Igrejas do Ocidente e do Oriente.
Ut
in omnibus glorificetur Deus!
Eduardo Moreira
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*Atualizações no texto de origem: onde havia escrito
que haviam 23 igrejas sui júris, alteramos para 24 e acrescentamos nos Ritos
Originários de Alexandria a Igreja Católica Eritreia. Você encontra informações mais detalhadas sobre o assunto na aba Igreja Católica Apostólica Romana, em nosso site.
Fonte: Associação Universitária Fides et Radio
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