A Igreja católica na Venezuela vem sofrendo uma
série de ataques que pretendem fragmentá-la e dividi-la. Grupos de ex-sacerdotes
e ex-seminaristas estão tentando criar igrejas “nacionais”, “reformadas” ou
“apostólicas” com base na liberdade de culto reconhecida pela constituição
bolivariana e contando com o apoio do governo do país.
Em comunicado divulgado no dia 1º de junho, o bispo
católico dom Gustavo García Naranjo se dirige aos fiéis abordando a situação:
“Com muita
prudência e com o devido respeito à liberdade de culto, quero enfatizar que se
trata de uma série de pessoas cujos líderes foram sacerdotes, que, por diversas
circunstâncias, deixaram o ministério sacerdotal, ou seminaristas que, por
diversas razões, foram convidados a não levar a término o seu processo de
formação”.
Párocos, diáconos, catequistas e fiéis foram
alertados sobre a presença de falsos padres católicos, pertencentes a “novas
igrejas” que vêm oferecendo seus “serviços” em diversas dioceses venezuelanas.
Esses grupos estão usando indevidamente os paramentos e ritos próprios da
Igreja católica, o que o Código Penal Venezuelano tipifica como “usurpação de
funções”. Os falsos padres oferecem catequese, com preparação muito deficiente,
para batismo, primeira comunhão e confirmação, além de celebrações eucarísticas
e missas de exéquias.
Dom Gustavo prossegue:
“Sendo bispo
que age como Cristo Bom Pastor para defender as suas ovelhas e estando em plena
comunhão com o papa e com a Igreja, quero destacar que se trata de pessoas que
optaram pela ruptura com a Igreja católica e que não têm nenhum reconhecimento
da hierarquia eclesiástica. Sua ação não deve ser seguida nem aplaudida por
nenhum batizado católico. Tanto eles quanto aqueles que os seguem
conscientemente rompem com a unidade da Igreja e devem levar em conta o que diz
o cânon 1364 do Código de Direito Canônico: ‘O apóstata da fé, o herege e o cismático
incorrem na excomunhão latae sententiae’”.
O bispo pede que os párocos fiquem atentos e
“alertem os fiéis com prudência e caridade evangélica, sem condenar ninguém,
convidando quem tiver dado esse passo, através de um diálogo amistoso, a um
sério processo de conversão e de reconciliação com Deus e com a Igreja
católica”.
Em março de 2014, o bispo de San Cristóbal, dom
Mario Moronta, tinha denunciado a presença de uma certa “Igreja Apostólica da
Venezuela” na região norte de Táchira: “É um grupo que fez uma opção de ruptura
com a Igreja católica e que, portanto, pode ser definido como cismático”.
Ainda antes, em março de 2008, o cardeal Jorge
Urosa Savino já prevenia os fiéis quanto à criação de uma “Igreja Católica
Reformada”, composta por “dissidentes de várias igrejas históricas” e por
sacerdotes católicos envolvidos em uma ação cismática dentro da Igreja. Na
ocasião, ele destacou:
“Jesus
Cristo, nosso Senhor, é o único fundador da Igreja de Deus, que subsiste na
Santa Igreja católica, apostólica e romana, unida em torno ao bispo de Roma,
que é o papa”.
___________________________________
Aleteia
Nenhum comentário:
Postar um comentário