"Como pastor da Igreja, eu não posso deixar de
convidar os cristãos e as pessoas de boa vontade a refletirem sobre o grave
perigo que o nosso país está correndo com a teoria de gênero nas escolas",
diz uma carta divulgada por dom Giovanni D'Ercole, bispo de Ascoli-Piceno, na
Itália, sobre as ideologias que se infiltram na vida política e social do país.
"O grande risco é que o homem se esqueça de
ter sido criado à imagem de Deus e afirme ser a criatura dos próprios
instintos, renegando até a sacralidade do seu corpo. Por trás de uma
terminologia ‘asséptica’, esconde-se, infelizmente, uma visão antropológica
segundo a qual já passou o tempo em que a humanidade se dividia naturalmente em
dois sexos: masculino e feminino, homem e mulher".
"Esta reflexão sobre a família não pode nem
deve nos deixar indiferentes", afirma D'Ercole; "deve interessar a todos
e de uma forma séria, sejamos crentes ou não". O bispo convida os
leitores, em seguida, a participarem da manifestação organizada pela Comissão
“Defendamos nossos Filhos” e agendada para este sábado, 20 de junho, na Piazza
San Giovanni in Laterano, de Roma, a partir das 15h30 do horário local.
A iniciativa é promovida por "quem se preocupa
com o destino da família e com o futuro das novas gerações, independentemente
de afiliações religiosas e culturais. Convido aqueles que puderem a
participar" e "confirmo a minha plena adesão pessoal".
A manifestação cidadã, continua o prelado, "é
um momento de grande valor para a Itália; talvez seja o último recurso para
evitar que em nossas escolas, como já se tentou fazer, seja introduzida essa
educação sexual baseada na teoria de gênero. Se isto acontecer, seria
efetivamente tirado das famílias o direito constitucional de educar os seus
filhos de forma independente na afetividade e na sexualidade".
"Dada a gravidade do momento, é importante
participar e expressar a clara discordância de grande parte da sociedade no
tocante a esta nova agressão à defesa da identidade da natureza humana. Muitas
vezes, quem defende a família permanece em silêncio e nem consegue entender as
muitas ameaças que existem por trás dessas leis e intervenções políticas, ao
contrário daqueles que as defendem com múltiplos meios de persuasão e força
midiática".
"Mas é hora de abrir os olhos! É hora de
acordar", exclama dom Giovanni D'Ercole, porque "chegou um momento na
história do nosso país em que é necessário tomar as ruas para defender a beleza
e a grandeza da família, para discordar pacificamente de todas as formas de
educação que gostariam de esmagar as consciências violando a sacralidade do
corpo humano".
"Como pastor desta Igreja e como cidadão
italiano, eu sinto o dever de denunciar que está em andamento uma tentativa
obscura de impor uma cultura que não deixa escolha para a família. Alguém quer
transformar a escola, que é normalmente o berço da formação humana e cultural
das novas gerações, em um lugar que viola seriamente a pureza de consciência e
a sacralidade do corpo humano. Quem crê na família não pode deixar de reafirmar
a beleza da diferença entre homem e mulher, que sempre foi fundamento e
princípio de enriquecimento para a família e para toda a sociedade. Essa
diferença não significa só diversidade, mas, acima de tudo, expressa
complementaridade e reciprocidade, valores fundamentais para o nascimento dos
filhos e para a sua educação".
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ZENIT
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