Dardilene (nossa personagem fictícia de hoje) arrumou um novo emprego: dançarina e stripper. Quando ela comentou sobre seu trabalho na igreja onde frequenta, o povo ficou chocado, e a repreendeu. Mas a moça ignorou a advertência de seus irmãos, já que ninguém conseguiu mostrar, na Bíblia, onde está escrito que fazer strip-tease é pecado.
Bem,
dentro da lógica mais restrita da doutrina fundada por Martinho Lutero,
Dardilene tem razão. Não tem a palavra strip-tease na Bíblia, nem
qualquer referência a essa atividade, então… Dardilene se recusa a acreditar em
qualquer coisa que não esteja escrita de forma explícita nas Escrituras!
Usando
esse mesmo princípio, os irmãos protestantes questionam os católicos:
· “Onde
está escrito na Bíblia que Pedro foi o primeiro Papa?”;
· “Onde
está escrito na Bíblia que Jesus fundou a Igreja Católica?”;
· “Onde
está escrito na Bíblia que Maria foi preservada do pecado original?”.
Alguns
católicos mais inocentes caem na arapuca e tentam responder a esse tipo de
pergunta de acordo com a lógica protestante. Ora, tais perguntas nascem de um
princípio herético: a ideia de que a Palavra de Deus foi revelada a nós
exclusivamente pela Bíblia. Não, não foi.
A pergunta
“Qual o fundamento bíblico…?” é adequada, porque compreende que determinado
artigo de fé pode estar implícito nas Escrituras, podendo ser explicitado pelas
legítimas autoridades da Igreja. Por outro lado, a pergunta “Onde está escrito
na Bíblia…?”, de modo geral, é essencialmente anti-bíblica, pois traz em si a
ideia de que só a Bíblia basta para comunicar a Palavra de Deus. Porém, não
há qualquer trecho das Escrituras que afirme que a Bíblia é suficiente por si
mesma.
Pelo
contrário: ao lado da necessidade de estudar e seguir as Escrituras, o povo de
Deus recebe a ordem claríssima de seguir as orientações espirituais dadas
ORALMENTE pelas autoridades estabelecidas por Deus – ou seja, a Tradição. Por
isso, a fé cristã é capenga se não se firma sobre esses três pilares: Bíblia,
Tradição e Magistério.
TODA
DOUTRINA CATÓLICA POSSUI FUNDAMENTO BÍBLICO
Cada
ponto da doutrina católica possui fundamento bíblico, mas não necessariamente
explícito, e sim implícito. Por exemplo, não há qualquer passagem
condenando o aborto de modo explícito, mas está implícito nas Escrituras que se
trata de um pecado gravíssimo (saiba mais aqui).
E justamente com base no argumento que não há nenhuma passagem explícita na
bíblia sobre isso, que o “bispo” Ma$$edo aprova o aborto.
Nem tudo está na
Bíblia de modo explícito, até porque muitas das questões atuais que
permeiam hoje a humanidade nem sequer existiam nos tempos de Cristo.
Por isso, a doutrina se desenvolve ao longo dos séculos e evolui numa mesma
linha (nunca se desviando da verdade revelada no Evangelho), para responder às
questões de cada tempo, de cada geração.
Não foi à toa
que Jesus deu as chaves do Céu a Pedro: depois da subida do Senhor aos Céus,
haveria certamente de surgir questões que não haviam sido abordadas diretamente
por Ele, e que teriam que ser julgadas e definidas pela Igreja como morais ou
imorais. Assim, era preciso deixar na Terra um pastor visível, chefe da única
Igreja fundada por Cristo, legítimo representante do Pastor que está nos Céus.
Vamos tomar como
exemplos a inseminação artificial e fertilização in vitro. Já vi muitas
denominações evangélicas declarando que não é pecado um casal recorrer a essas
técnicas de reprodução assistida. Ok… Mas onde está escrito isso, na Bíblia? Em
lugar nenhum!
Os
protestantes dizem que a Bíblia é a única autoridade – Sola
Scriptura.
Se é assim, por
coerência com a sua própria doutrina herética, deveriam simplesmente se calar
sobre questões que a Bíblia não aborda explicitamente. E assumir, sem
hipocrisia, que essa doutrina produz um cristianismo engessado, incapaz de dar
resposta aos dramas do homem moderno.
Tudo o que é
implícito em um texto requer um esforço a mais de interpretação. Em quem,
então, um cristão deve confiar, para ter a chave correta de interpretação da
Bíblia? Em si mesmo? Sim, de acordo com a heresia protestante do “livre exame”.
Bem, o paxtô pulador de cerca do município de Serra-ES, já mostrou que
essa postura é a maior furada…
É a
heresia da interpretação pessoal da Bíblia que motiva a fundação de novas
seitas protestantes a cada dia. E, mesmo dentro das comunidades evangélicas
mais antigas, os líderes vão cada vez mais alterando a doutrina para agradar o
mundo, como a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA), que na semana
passada aprovou o casamento gay (Fonte: O Globo e Gospel Prime).
Também é
essa heresia que leva grande parte dos protestantes a renegarem ensinamentos
bíblicos essenciais e explícitos, como:
· O fato de
Jesus ter fundado a Igreja sobre Pedro (saiba mais aqui);
· O fato de
que Cristo se faz REALMENTE alimento para nós (“Isto é o meu Corpo”, “Isto é o
meu sangue”…);
· A
necessidade de confessar os pecados a um sacerdote (João 20,23);
· E a
condenação de Jesus ao divórcio.
Sendo
os ensinamentos bíblicos explícitos ou implícitos, dá no mesmo: os
protestantes sempre dão um jeito de deturpar a Palavra de Deus, conforme a sua
ignorância ou conveniência.
UMA SÓ
IGREJA, UM SÓ REBANHO
Católicos
ou não, todos os cristãos sinceros hão de concordar que Jesus não quis
ensinar mil verdades, e sim UMA só verdade. A existência de milhares
de denominações cristãs, cada uma explicando o Evangelho de uma forma diferente
da outra, atenta de modo escandaloso contra a vontade de Cristo, que desejou
que todos fossem um (João 17,21). E a unidade do rebanho só é possível se um só
é o pastor, e uma só é a doutrina.
Se é
tolice e arrogância confiar na interpretação pessoal, como checar à certeza
sobre o verdadeiro sentido das passagens mais difíceis ou controversas da
Bíblia?
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A charge acima é da
página Sword of Peter.
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O Catequista
Obs: pequenos trechos irrelevantes sobre o tema foram omitidos.
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