Cristofobia, assim diversos cristãos no Brasil
classificaram as manifestações realizadas durante a 19ª edição da Parada do
Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de São
Paulo, que aconteceu no domingo, 7. Entre as imagens do evento que circularam
pela mídia está a de um transexual na cruz, com uma placa sobre a cabeça na
qual estava escrito “Basta de homofobia”, uma clara referência à crucifixão de
Jesus Cristo. Imagens de crucifixos, anjos e outros símbolos sagrados para os
cristãos também foram utilizados de maneira desrespeitosa e ofensiva pelos
participantes da marcha gay.
Segundo a Polícia Militar, na concentração do
evento às 13:30h, havia cerca de 20 mil participantes. Porém, na conta dos
organizadores, a cifra chega a 2 milhões ao longo de toda a marcha. A
manifestação teve como alvos lideranças políticas cristãs e ataques a símbolos
religiosos, como já sucedeu em outras edições do evento.
Por meio das redes sociais, alguns cristãos
brasileiros manifestaram sua indignação ao uso de símbolos próprios do
cristianismo como o crucifixo. Entre eles está a psicóloga Marisa Lobo, que
teve seu registro cassado por atender homossexuais que querem deixar este
estilo de vida e, mais tarde, teve a cassação anulada pela Justiça.
A psicóloga citou o trecho do Código Penal que
trata dos crimes contra o sentimento religioso, em seu artigo 208: “Escarnecer
de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato
ou objeto de culto religioso”, cuja pena estabelecida é detenção, de um mês a um
ano, ou multa.
Diante do ocorrido, Marisa Lobo lançou uma petição
para “criminalizar o uso pejorativo de símbolos religiosos em protestos
ativista social e/ou político, pois promovem a intolerância”. No texto
explicativo da iniciativa, ela afirma entender que “este desrespeito e ataques
passou dos limites da ética e do bom senso e fere a liberdade religiosa,
ultrapassando o limite da liberdade de opinião e de expressão”. Por conta
da dimensão a que chegaram às provocações à fé cristã, declara que “as ofensas
podem ser caracterizadas como crimes contra a honra – e não somente ao
patrimônio público, mas ao ser humano que é ofendido e ferido em sua crença”.
Em seu Twitter, a psicóloga questiona ainda o apoio
de instituições públicas que patrocinaram um evento que incentivou o
preconceito religioso. A mesma posição foi adotada por políticos cristãos, tais
como o deputado Marco Feliciano (PSC/SP) e o senador Magno Malta (PR-ES).
O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) usou sua página
no Facebook para criticar as ofensas lançadas na marcha gay: “Imagens que
chocam, agridem e machucam. Isto pode? É liberdade de expressão, dizem eles.
Debochar da fé na porta denuda igreja pode? Colocar Jesus num beijo gay pode?
(..) Usar símbolos católicos como tapa sexo pode? Dizer que sou contra tudo
isso não pode? Sou intolerante né?”, escreveu o Deputado Federal.
ACI Digital tentou falar com a assessoria do
Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, mas sem sucesso. Até o
fechamento desta edição (17h, Horário de Brasília), o Cardeal ainda não havia
se pronunciado sobre o caso nas redes sociais ou jornais.
Esta não é a primeira vez que símbolos religiosos
são usados durante a Parada LGBT, na capital paulista. Em 2011, os
organizadores pregaram cartazes com imagens de santos católicos em postes da
Avenida Paulista, acompanhados por mensagens como "Nem Santo Te
Protege" e "Use Camisinha".
Na ocasião, Dom Odilo classificou a iniciativa como
uma manifestação “infeliz, debochada e desrespeitosa”. Ao jornal O Estado
de S. Paulo, o Arcebispo ressaltou que "o uso desrespeitoso da imagem dos
santos populares ofende os próprios santos e os sentimentos religiosos do
povo".
Para assinar a petição para que no Brasil venha a
ser crime o uso pejorativo de símbolos religiosos em protestos ativista social
e/ou político, clique aqui.
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Por Natalia Zimbrão
ACI Digital
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