Depois
de dois anos e meio de investigação, o promotor do caso de supostos abusos
sexuais cometidos por um sacerdote em Granada (Espanha) retirou as acusações
contra o pároco ao considerar que não há testemunhos nem provas
"conclusivas".
Francisco Hernández, promotor do Tribunal Provincial da
Andaluzia, retirou as acusações contra o sacerdote Román Martínez, acusado de
supostos abusos sexuais a um menor em Granada (Espanha).
Hernández tomou essa decisão ao considerar que não eram
conclusivos tanto as provas como os testemunhos analisados durante
aproximadamente dois anos e meio de investigação.
Também apontou que as declarações do jovem que o denunciou eram
contraditórias e indicou algumas atitudes estranhas no seu comportamento.
“Lamentamos
não ter dado uma resposta diferente a Daniel, vítima não sabemos de que, pois
não encontramos elementos para manter o pedido (de denúncia)”, assegurou o
promotor.
Segundo declarações recolhidas pelo jornal ‘Granadahoy.com’, o
promotor assegurou que “afirmar que havia relações sexuais é o mesmo que dizer
que existe uma conspiração do Opus Dei; não é possível saber”.
O procurador fez esta avaliação porque o denunciante,
supostamente vítima de abusos, recebe direção espiritual de um sacerdote do
Opus Dei e é professor em um dos colégios da Prelazia na Espanha.
Por sua parte, o Escritório de Comunicação da Prelazia do Opus
Dei na Espanha rechaçou “a existência de qualquer intervenção ou conspiração”
no caso e na investigação.
“Estas suposições são assombrosas e só podem proceder de uma
imaginação transbordante ou de uma falta de conhecimento da realidade. O Opus
Dei não teve nenhum tipo intervenção neste caso”, declarou no comunicado.
O julgamento está à espera de uma sentença final, que acontecerá
nos próximos dias.
O advogado do jovem que fez a denúncia mantém o pedido de 26
anos de prisão para o sacerdote e a Associação Pró-Direitos da Criança
(PRODENI), apresentada como acusação particular, também continua pedindo 5 anos
de prisão para o Pe. Román.
Este caso foi divulgado depois que o jovem recebeu uma ligação
telefônica do Papa Francisco, em resposta a uma carta na qual contava o que
supostamente havia acontecido.
O Pontífice encorajou o jovem a visitar o Bispo da diocese, Dom
Javier Martínez, para contar a sua versão dos acontecimentos a fim de iniciar
uma investigação.
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ACI Digital
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