Segunda definição do credo: “... e procede do Pai (e do Filho) e
com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”.
Passemos agora à segunda grande afirmação do credo sobre o
Espírito Santo. Até agora, o símbolo de fé nos falou da natureza do Espírito,
não ainda da pessoa; nos disse o que é, não quem é o Espírito; falou-nos sobre
o que é comum ao Espírito Santo, ao Pai e ao Filho – o fato de ser Deus e de
dar a vida.
Com a presente afirmação se passa ao que distingue o Espírito
Santo do Pai e do Filho. O que o distingue do Pai é que procede; o que o
diferencia do Filho é que procede do Pai e não por geração, mas por inspiração;
para expressar-nos em termos simbólicos, não como o conceito (logos) que
procede da mente, mas como o sopro que procede da boca.
É o elemento central do artigo do credo, aquele com o qual se
pretendia definir o lugar que ocupa o Paráclito na Trindade. Isso nos diz que o
Espírito Santo não é um parente pobre na Trindade. Não é um simples "modo
de agir" de Deus, uma energia ou um fluido que permeia o universo como
pensavam os estóicos; é uma "relação subsistente", portanto, é uma
pessoa.
Não tanto a "terceira pessoa do singular", mas sim
"a primeira pessoa do plural". O "Nós" do Pai e do Filho.
Quando, para expressar-nos de modo humano, o Pai e o Filho falam do Espírito
Santo, não dizem “eles”, mas dizem “nós”, porque ele é a unidade do Pai e do
Filho. Aqui se vê a fecundidade extraordinária da intuição de Santo Agostinho
para o qual o Pai é aquele que ama, o Filho o amado e o Espírito o amor que os
une, o dom mútuo. Sobre isso está baseada a crença da Igreja ocidental, segundo
a qual o Espírito Santo procede “do Pai e do Filho”.
Padre Gerson Schmidt
Arquidiocese de Porto Alegre
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[1] f H. Mühlen,
Der Heilige Geist als Person. Ich - Du - Wir, Aschendorff, Münster in W. 1963. Il
primo a definire lo Spirito Santo il «divino Noi» è stato S. Kierkegaard,
Diario II A 731 (23 aprile 1838).
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Rádio
Vaticano
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