A Mata Atlântica é uma floresta tropical, com árvores de
médio e grande porte; tinha uma área aproximada de 1.315.460 km², hoje restam
12,5% do que existia originalmente no território brasileiro; contém duas mil
espécies de animais e vinte mil espécies de plantas. Ela propicia um clima
tropical e subtropical úmido, com temperaturas médias entre quinze e vinte e um
graus centígrados.
A
preservação do bioma da Mata Atlântica, tão deteriorado e comprometido no
noroeste do Estado de São Paulo, e um dos mais ameaçado no Brasil, pode ser
beneficiado com pequenas ações, possíveis a todos os cidadãos. As dicas, a
seguir, estão inspiradas em uma publicação da revista “Pastoral da Criança”, do
primeiro trimestre deste ano.
1. Não
faça queimadas, elas empobrecem a qualidade do solo. O fogo é uma ameaça às
espécies nativas de animais e plantas. A fumaça faz mal à saúde e prejudica a
qualidade do ar. No seu quintal, o lixo vegetal pode tornar-se “adubo natural”.
2. Não corte árvores para ter terras para o cultivo
de alimentos ou criar animais. Use de terras já desmatadas. Ao contrário,
plante árvores nativas e frutíferas. Algumas plantas frutíferas se desenvolvem
bem em meio a outras plantas: açaí, banana, carambola, cacau, goiaba, graviola,
jenipapo, mamão e palmito.
3. Não construa sua residência ou outras
edificações em várzeas e na beira de rios, riachos e córregos. Respeite o
espaço das águas e você não será atingindo por enchentes. Plante árvores nas
margens dos rios, riachos e córregos.
4. Preserve e proteja as nascentes de água. Não
deixe seus vizinhos e conhecidos soterrá-las, destruí-las ou comprometê-las.
5. Respeite as matas ciliares e as que se encontram
nos topos de morros e nas encostas, elas garantem a qualidade do solo e da
água, e evitam a erosão.
6. No trânsito, respeite a sinalização e limites
de velocidade, assim estará prevenindo acidentes com atropelamento de pessoas e
animais.
7. Evite cultivo de plantas e criação de animais
exóticos, vindos de outros biomas, pois podem comprometer e eliminar as
espécies nativas, reduzindo a biodiversidade local, pois não possuem predadores
naturais locais.
8. Ao pescar, respeite as regras e os períodos de
reprodução dos peixes, não pratique pesca predatória e irresponsável. Não deixe
lixo nos rios e lagos.
9. No uso dos recursos naturais (frutos, madeira,
animais) seja responsável, só consumindo o necessário para sua subsistência e
respeitando os ciclos de reprodução e crescimento das espécies vegetais e
animais.
10. Não compre animais silvestres que foram
retirados ilegalmente da natureza. Não mantenha animais presos e em espaços
inadequados.
11. Economize água e energia, pois faz bem para a
natureza e para a economia.
12. Reduza o consumo, evite o desperdício, produza
menos lixo, reutilize as embalagens e recicle materiais. Separe o lixo e faça
uso da coleta seletiva. Lugar de lixo é no lixo, não o deixe nas ruas, praças e
terrenos vazios.
13. Ao construir e reformar sua casa, não cimente
todo o seu quintal e sua calçada. Plante árvores e flores, elas protegem o
solo, produzem sombra e melhoram a qualidade do ar. Crie mecanismos para
armazenar a água da chuva para uso diário. Aprenda a reutilizar a água. Instale
os instrumentos para captar e usar energia solar.
14. Reduza o uso de papel, faça uso de impressão
consciente, use mais os arquivos digitais. Reutilize folhas de papel usando-as
como rascunho e aproveitando o verso, reaproveite os envelopes.
15. Evite uso de produtos que usam embalagens
descartáveis que, na natureza demoram a se decompor, como plástico, isopor e
similares.
16. Cultive sua horta, em pequeno espaço de terra
na sua casa ou até mesmo em vasos, ou participe de hortas comunitárias. Produza
parte do que você come diariamente. Faz bem para a saúde, para sociedade e para
o planeta terra.
O Papa Francisco, na Carta Encíclica Laudato Si, que
inspira a Campanha da Fraternidade de 2017, nos convoca a sermos cuidadores da
terra, nossa Casa Comum. A responsabilidade não é só dos governos, empresas e
organizações da sociedade civil, mas de todo cidadão. Cada um pode e deve fazer
a sua parte para o bem de todos e das futuras gerações. Não se esqueça que “Uma
andorinha só não faz verão.”
“Louvado
sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e
produz variados frutos com flores coloridas e verduras! ” (São Francisco de
Assis – Cântico das Criaturas).
Dom Tomé Ferreira
da Silva
Bispo de São José
do Rio Preto (SP)
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