O
Santo Sepulcro, a tumba onde foi depositado o corpo de Jesus depois da
crucificação, voltou a brilhar em todo o seu esplendor.
As obras de restauração foram concluídas oficialmente alguns
dias antes da Semana Santa e
os peregrinos já podem entrar no recinto sagrado.
Em uma cerimônia ecumênica simples e simbólica, representantes
das três igrejas cristãs responsáveis pela custódia do Santo Sepulcro – a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Grega e a
Igreja Ortodoxa Armênia – agradeceram pela reabertura do Santo Sepulcro.
Falaram a respeito desta reabertura Sua Beatitude Teófilo III,
Patriarca greco-ortodoxo; Francesco Patton, Custódio franciscano da Terra
Santa; Sua Beatitude Nourhan Maougian, Patriarca Armênio Apostólico; e Dom
Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de
Jerusalém.
O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I,
participou da cerimônia ecumênica junto com os representantes de outras Igrejas
e comunidades cristãs presentes na Basílica do Santo Sepulcro: coptos, sírios, etíopes
e luteranos.
Dom
Pizzaballa afirmou que “a aparente missão impossível da restauração da Santa
Edícula se tornou possível porque nós permitimos que Deus iluminasse os nossos
pensamentos, nossos olhos e nossos laços”.
“Acredito que a maioria dos habitantes de Jerusalém e todos
aqueles que estão familiarizados com a vida no Santo Sepulcro, em geral com a vida
dos cristãos em Jerusalém, não podia acreditar que este momento seria possível.
Muitas vezes, quando os peregrinos, os cristãos locais, também os não cristãos,
visitavam a Basílica e perguntavam quando seria possível a restauração da
Edícula, a resposta imediata era: ‘Nunca veremos este dia’. Mas este dia
‘finalmente chegou’”.
O Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém,
indicou que “o Santo Sepulcro, onde nosso Senhor foi enterrado e onde
ressuscitou, é o custódio da nossa fé. Mas também das nossas respectivas
histórias, das nossas identidades. É o espelho do que somos”.
O
Santo Sepulcro
A tumba de Cristo se encontra dentro de um pequeno templo
conhecido como Edícula, construído em 1801 – depois que um terremoto destruiu a
estrutura anterior – que está dentro da Basílica do Santo Sepulcro.
De estilo barroco otomano, a Edícula sofreu novamente os efeitos
dos terremotos em 1927, causando uma destruição gradativa que forçou a
instalação, em 1947, de colunas de aço para evitar o seu desmoronamento.
Atualmente, as obras de restauração permitiram retirar estas
colunas e contemplar a estrutura limpa e com todas as suas policromias e
inscrições claramente visíveis, em todo o seu esplendor sob a grande cúpula que
cobre o transepto da basílica.
O trabalho de consolidação e restauração do edifício teve um
orçamento de 3 milhões e 500 mil dólares. O financiamento foi feito pelas três
denominações cristãs responsáveis pela custódia do sepulcro.
Também receberam ajudas do governo grego e de benfeitores
particulares. Além disso, o Fundo Mundial para os Monumentos desempenhou um
papel importante na arrecadação de fundos.
As contribuições econômicas para as obras também procederam de
países muçulmanos. Assim, o rei Abdullah II da Jordânia ofereceu uma doação,
assim como as autoridades palestinas, que não quiseram ficar de fora do projeto
e fizeram uma contribuição econômica para a restauração da tumba de Cristo.
Agora, é aberta uma nova fase nas obras de restauração da Edícula,
que começará depois das celebrações da Semana Santa e da Páscoa. Segundo
explicam fontes da Custódia da Terra Santa através de um comunicado de
imprensa, “deverão remover todo o pavimento em torno da Edícula, refazer todas
as canalizações, restaurar todas as pedras do piso e substituí-las por outras
do mesmo estilo, consolidar as bases da Edícula assegurando a estabilidade
sísmica do conjunto”.
Sem dúvida, trata-se de uma fase muito interessante e que trará
surpresas, pois, assinalam na Custódia, será possível fazer escavações
arqueológicas que na fase anterior, agora concluída, não puderam ser feitas.
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ACI Digital
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